ECONOMIA

Empresa ruralista menciona cortes de 30% se Lula for eleito

Publicado em

Jair Bolsonaro (PL) com o ruralista Gilson Lari Trennepohl, ex-presidente da Stara
Reprodução/Facebook
Jair Bolsonaro (PL) com o ruralista Gilson Lari Trennepohl, ex-presidente da Stara

A Stara Indústria de Implementos Agrícolas, com sede em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul (RS), emitiu um comunicado interno afirmando que irá “reduzir sua base orçamentária em pelo menos 30%” caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições em 2º turno. 

Como justificativa, a empresa alega que o cenário trará instabilidade política e possíveis alterações na política econômica. A Stara diz ainda que o corte pode acarretar redução no poder de compra, “desencadeando um aqueda significativa” na produtividade da fábrica (O comunicado está no final da matéria).

Entre no  canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o  perfil geral do Portal iG

Relação com Bolsonaro

O presidente da empresa é Átila Stapelbroek Trennepohl, filho de Gilson Larri Trennepohl, um dos principais doadores de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), tendo repassado R$ 350 mil para a reeleição do candidato.

Leia Também:  Lula é eleito uma das 100 pessoas mais influentes de 2023 pela revista Time

Ele também doou R$ 300 mil para a campanha do candidato ao governo do Rio Grande do Sul e ex-ministro de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que disputa o segundo turno com Eduardo Leite (PSDB).

O ruralista também doou para outras campanhas bolsonaristas, como a de Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e para o deputado Osmar Terra. Veja a lista completa

Gilson Trennenpohl presidiu a Stara até 2020, hoje faz parte do Conselho Administrativo.  

A companhia foi contemplada com um contrato de R$ 4.7 milhões durante o governo Bolsonaro por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e destinado a investir em projetos de desenvolvimento tecnológico. Desse montante, R$ 1.054.917,78 (22.10% DO VALOR DO CONVÊNIO), já foi pago. Veja o acordo no Portal da Transparência.

Anúncio

Prática pode ser considerada abusiva

Para especialistas, a prática pode ser considerada assédio, mas o documento em si não é comprovatório, ainda dependeria de investigação do Ministério Público.

“Nessa conduta não existe crime, mas existem aspectos que podem enquadrar a empresa em um inquérito civil”, afirma Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da ESPM.

Segundo o especialista, para que a prática configure crime, dependeria de algo mais “físico” na relação entre patrão e empregado. 

“Na relação com o funcionário, o empregador não pode restringir manifestações políticas, ou proibi-lo de votar, isso sim pode ser considerado assédio moral. Dizer que vai demitir é uma coação, uma pessoa não pode ser contratada pelo candidato”, completa.

Veja o documento enviado pela empresa:

Procurada, a empresa disse se manifestará apenas por meio das redes sociais. Em vídeo, o presidente da empresa, Átila Trennepohl, negou demissões ou tentativa de coação dos funcionários. Veja:

Fonte: IG ECONOMIA

Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA