45% dos bares e restaurantes brasileiros pretendem contratar novos funcionários até o final de 2022, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Grande parte do estímulo para as contratações vem da Copa do Mundo, que começa no final de novembro.
Por conta das festas tradicionais de final de ano, como Natal e Réveillon, o final de ano costuma ser movimentado para o setor. Neste ano, a Copa do Mundo promete dar um movimento a mais, impulsionando contratações. Segundo a Abrasel, 25% dos estabelecimentos afirmam que já aumentaram o quadro de funcionários durante o mês de setembro.
“O número de empresas contratando é alto, mas não nos surpreende. Estamos acompanhando de perto a movimentação dos estabelecimentos e já prevíamos a melhora dos indicadores na economia”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel. “Estamos entrando em um ciclo virtuoso nos próximos meses, com vários fatores contribuindo positivamente. A cereja do bolo é a Copa do Mundo em novembro, estamos muito animados”.
Dentre os bares e restaurantes que pretendem contratar neste final de ano, 63% afirmam que isso se dá por conta do previsto aumento de demanda, em função dos eventos. 11% dos estabelecimentos buscam mais funcionários para ampliar o negócio com novos produtos e serviços e 9% para abrir filiais. Além disso, 25% procuram profissionais para recompor o quadro e readequar a empresa à nova configuração de mercado pós-pandemia.
Na hora de procurar novos funcionários, porém, 99% dos estabelecimentos afirmam ter algum grau de dificuldade na seleção. Cargos mais especializados, como padeiro, sommelier, chef de cozinha e gerente são os mais difíceis de encontrar profissionais.
No entanto, os profissionais mais procurados são os de menor qualificação. A maior procura é por cargos de auxiliar de cozinha (há vagas abertas em 59% dos estabelecimentos), garçom (55%) e atendente (49%).
“Encontrar bons profissionais sempre foi uma dificuldade do nosso setor, que se torna mais evidente em momentos como este, de alta demanda. Os estabelecimentos acabam formando muita gente, mas isso leva tempo e investimento. Além disso, na dinâmica do nosso setor, o garçom de hoje é o empresário de amanhã, e muita gente trocou o emprego por um negócio próprio, como microempresário, durante a pandemia. Então encaramos esta dificuldade como algo transitório”, analisa Paulo.