POLÍCIA

Laudo pericial descarta abuso em criança de 3 anos em creche

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Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) descartou qualquer vestígio de fissura ou lesão nas partes íntimas de uma criança de três anos. O pai havia denunciado o suposto estupro de vulnerável, que teria ocorrido em uma creche no bairro Jardim Planalto, em São José do Rio Claro (320 quilômetros de Cuiabá), em agosto deste ano.

Conforme a ocorrência, pela manhã, o pai havia deixado o filho na creche, onde ele permanece em período integral. Por volta das 17 horas, o homem buscou o filho. No entanto, quando ambos entraram no carro, a criança se queixou de dores. “Pai ta doendo minha bundinha”, descreveu.

O homem perguntou o motivo da dor e a criança respondeu que “Foi a tia que enfiou o dedo na minha bundinha e das menininhas também”. O pai perguntou qual o nome da “tia”, mas a criança não soube responder.

Com isso, ele se deslocou até a Delegacia de Polícia de São José do Rio Claro para registrar um boletim de ocorrência com a natureza estupro de vulnerável.

O resultado não é imediato, considerando que há um detalhamento pericial. Entretanto, de acordo com o delegado da Polícia Judiciária Civil, Marcelo Henrique Maidame, após a análise, a conclusão do laudo contradiz a acusação de suposta violação física na criança.

“Imediatamente, encaminhamos a vítima, que é uma criança de três anos para realizar o exame de corpo de delito. O laudo foi conclusivo em dizer que, categoricamente, não ocorreu nenhum tipo de abuso sexual, mas isto ainda está sendo investigado pela Polícia Judiciária Civil, onde, aqui, nós instauramos um procedimento”, reiterou Maidame.

A secretária municipal de Educação, Esporte e Cultura, Maria do Socorro de Oliveira, informou, na época, que não tivesse conhecimento de que um dos alunos teria sofrido qualquer ato de agressividade ou abuso, posto que toda narrativa institucional suspeita deveria ser lavrada em ata para a devida tomada de providências.Inclusive, ao ser convocada para prestar seu testemunho quanto à suposta ação, a diretora do Núcleo de Educação Infantil (NEI) “Criança Esperança”, Ádila Geny Inácio dos Santos Souza, reforçou que recebia com surpresa e constrangimento tal hipótese, considerando que não houve qualquer alteração de comportamento por parte das crianças ou de colaboradores.
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A diretora soube pela imprensa que o pai teria feito boletim de ocorrência. A mesma, então, se deslocou à delegacia para adquirir cópia do documento, o qual lhe foi negado sob justificativa do sigilo e que ela seria intimada em momento oportuno, tão logo seja feito exame de corpo delito, apuração pericial e psicológico da vítima, dificultando conhecer quem seria o menor ou seu histórico familiar para prestar-lhes auxílio.

“Foi um fato muito constrangedor, um fato que foi muito polemizado pela cidade porque nós moramos em um município que é muito pequeno. O normal seria, se isso realmente tivesse acontecido, que os pais viessem até a escola porque aqui nós estamos dispostos a dar os esclarecimentos cabíveis”, reiterou a gestora.

Ela completou que o trabalho ocorre em período integral, com expediente das 07h às 17h, o que justificaria o reconhecimento da “tia” mediante as dez horas de vínculos diários. Há, também, a orientação de que as educadoras estejam sempre acompanhadas, de modo a se fiscalizarem mutuamente.

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Atualmente, a instituição conta com 48 servidoras, todas do sexo feminino, das quais nove são professoras, 29 monitoras, duas vigilantes e as demais compõem o corpo administrativo para atender 206 crianças com idades entre nove meses e três anos nas 12 salas de aula. O local ainda não possui sistema de monitoramento, mas essa providência está em implantação diante do ocorrido.
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“Concordo, sim, que as escolas precisam reforçar a questão de segurança. Estamos aqui é para somar com os pais, para proteger os filhos deles, além do educar e cuidar”, conclui a diretora.

A Prefeitura de São José do Rio Claro ressaltou que está disposta a colaborar com as investigações e fará o que for juridicamente possível para impetrar a resolução dos fatos. A conclusão dos procedimentos periciais e psicológicos foi encaminhada ao Ministério Público.

Olhar Direto

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