NÃO TEM NADA DE HUMANIZADO

Médico receita sorvete e jogo de celular para criança que foi atendida em UPA

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‘O problema não é receitar sorvete. É não examinar meu filho’, destacou Priscila da Silva Ramos.

A mãe que levou o filho de 9 anos com sintomas gripais ao hospital em Osasco e recebeu uma receita com sorvete e “Free Fire”, um jogo de ação para celular, junto com outros medicamentos, relatou ao g1 que tem recebido ataques, que teme ir à UPA e que o médico que prescreveu os medicamentos foi recontratado sem que as autoridades ouvissem o lado da família.

Em entrevista ao g1, Priscila da Silva Ramos disse não entender como as pessoas podem culpá-la se ela foi vítima do tratamento inadequado de um médico quando o filho estava doente. A mãe descobriu pela TV que o médico foi recontratado e disse que em nenhum momento as autoridades entraram em contato para entender a versão da família.

Priscila afirmou que a intenção dela ao denunciar o ocorrido era chamar a atenção da Prefeitura de Osasco para a situação do hospital, que não é boa e carece de atendimento humanizado por parte da equipe médica: “Eu queria que melhorasse o atendimento, que o médico pelo menos tivesse examinado meu filho”.

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A mãe tem recebido ataques de pessoas que a culpam pelo desligamento do médico (decisão que já foi suspensa). Ela afirmou que tem sido xingada e chamada de “mãe nutella” e “mãe mi-mi-mi”.

“As pessoas estão achando que o fato de ele colocar sorvete tem uma coisa humanizada. Ele deveria ter examinado meu filho, né? Isso sim é humanizado”, disse.

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Após a recontratação do médico, a família afirmou que não se sente mais confortável em passar em consultas na UPA porque, segundo eles, os médicos não examinam e não medicam as crianças da forma correta.

“Não volto mais lá. Eles passam qualquer medicamento, para qualquer coisa dá benzetacil ou aquele monte de antibióticos.”

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O hospital mais próximo à casa da família era a UPA, que fica a cerca de 10 minutos de carro. Uma outra opção fica a cerca de 30 minutos (de carro ou ônibus) de onde moram.

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A argumentação da gestão municipal para recontratar o médico foi exatamente a que a mãe discorda: a conduta do médico foi reavaliada e a atitude foi considerada humanizada.

O caso viralizou nas redes sociais, e as pessoas se dividiram: parte acredita que o médico não prescreveu os itens com a intenção de debochar da mãe e sim como parte de um atendimento humanizado; e outra parte avalia que, sem examinar a criança e ao prescrever junto a medicamentos um alimento industrializado e um jogo de ação, o médico estaria debochando da mãe e da criança.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) afirmou que, embora o médico tenha sido recontratado, a sindicância aberta para analisar o caso continua.

“A situação como um todo será apurada para verificarmos se há, de fato, infração ao Código de Ética Médica. Feita a apuração, o caso poderá ser arquivado ou evoluir para um processo ético-profissional. De qualquer modo, segue em sigilo determinado por Lei”, informou o órgão.

Até a última atualização desta reportagem, não houve resposta da Prefeitura de Osasco sobre o caso

 

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