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Trigo vai ao maior nível em mais de nove meses em Chicago com sinais de menor oferta – MAIS SOJA

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O azevém (Lolium multiflorum) é considerado uma das plantas daninhas mais problemáticas em cereais de inverno. Os danos variam em decorrência da densidade populacional e estádio em que infesta a cultura.

Conforme observado por Pagnoncelli Junior & Trezzi (2020), populações de apenas 10 plantas m-2 epodem reduzir em até 4,2% a produtividade do trigo, sendo que dependendo do período de matocompetição e da densidade populacional da planta daninha, perdas de produtividade de até 90% podem ser observadas em casos mais severos.

O azevém possui elevada habilidade competitiva, aliado a uma grande produção de sementes, as quais são facilmente dispersas e permanecem viáveis por longos período no solo, possibilitando a ressemeadura natural dessa planta daninha, sob condições adequadas de temperatura e umidade.

A similaridade do azevém com cereais de inverno, em especial gramíneas (Poaceas) dificulta o controle seletivo dessa planta daninha na pós-emergência das culturas. Atrelado a isso, o azevém apresenta resistência a determinados herbicidas, incluindo inibidores da EPSPs (glifosato), os quais são amplamente utilizados para o manejo e controle do azevém na pré-semeadura das culturas.

Entre casos de resistência simples e múltipla do azevém a herbicidas, são conhecidos casos de resistência de populações de azevém a inibidores da EPSPs, inibidores da ALS e inibidores da ACCase. O primeiro caso relatado de resistência dessa planta daninha a herbicidas foi observado em 2003.

Em lavouras comerciais, a resistência e/ou tolerância do azevém a herbicidas é nítida em falhas de controle após a aplicação de herbicidas, o que torna necessário adotar estratégias que permitam maximizar a eficiência de controle do azevém, especialmente se tratando de populações resistentes.

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Figura 1. Evolução dos casos de relato da resistência do azevém a herbicidas no Brasil.
Adaptado: Rizzardi, M. A.

Visando o controle eficiente de populações resistentes de azevém, é preciso conhecer a sensibilidade das plantas daninhas aos herbicidas. Uma alternativa para contornar a problemática é rotacionar e/ou utilizar herbicidas de diferentes mecanismos de ação.
No caso da resistência do azevém ao glifosato (Inibidor da EPSPs), pode-se utilizar herbicidas inibidores da ALS, ACCase, FSI, GS para a dessecação pré-plantio de culturas como o trigo.

Quadro 1. Mecanismos herbicidas com azevém resistente e mecanismos alternativos de acordo com o tipo de resistência.
Fonte: Vargas et al. (2015)

No entanto, se tratando da dessecação pré-semeadura de gramíneas como o trigo, alguns cuidados necessitam ser adotados dependendo do herbicida utilizado para não prejudicar o estabelecimento da cultura. Há uma limitada oferta de herbicidas habilitados para uso na dessecação pré-semeadura do trigo, ficando limitado a diquate; glifosato e glufosinato de amônio. Sabe-se que o controle do azevém pelo glifosato está condicionado a sensibilidade das populações, podendo haver plantas resistentes. No caso do glufosinato o controle dependerá do estádio das plantas de azevém, sendo o controle mais efetivo em plantas com duas a três folhas e em doses de 400 a 600 g i.a. ha-1 . Já, o controle com o herbicida Diquate dependerá da associação com herbicidas graminicidas (Up. Herb).

Embora graminicidas como Inibidores da ACCase possam ser utilizados para o controle do azevém na pré-emergência do trigo (tanto Dim quanto Fop), é necessário alguns cuidados para evitar danos à cultura (Up. Herb), como por exemplo:

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– Observar o intervalo entre a aplicação e a semeadura do Trigo. No caso, 7 a 10 dias para os Dim e de 14 a 21 dias para os Fop;

– Evitar a associação com herbicidas auxinicos, principalmente 2,4-D, visto que a associação é antagônica reduzindo a ação de controle proporcionada pelo graminicida;

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– Verificar se nos anos anteriores houve falhas no controle de Azevém com om uso de graminicidas. Essas falhas podem indicar a presença de biótipos resistentes (Up. Herb).

Outra estratégia para reduzir as infestações de azevém é atuar no banco de semente do solo, reduzindo os fluxos de emergência dessa planta daninha através do emprego de herbicidas pré-emergentes. Atualmente, os herbicidas registrados para uso em pré-emergência do trigo são o Pendimetalina (inibidor da formação de microtúbulos) e Piroxasulfona (inibidor de ácidos graxos de cadeia muito longa) (Up. Herb).


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Referências:

PAGNOCELLI JR., F. B.; TREZZI, M. M. Lolium multiflorum: BIOLOGIA, RESISTÊNCIA E MANEJO. HRAC – BR, 2020. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/116tXRfLpsveezKZ0XT57DI3T_Iv6U11S/view >, acesso em: 10/05/2024.

UP. HERB. COMO CONTROLAR O AZEVÉM NO TRIGO? Up. Herb: Academia das Plantas Daninhas. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/como-controlar-o-azevem-no-trigo >, acesso em: 10/05/2024.

VARGAS, L. et al. AZEVÉM RESISTENTE: MANEJO E CONTROLE. II Colóquio Internacional sobre Plantas Daninhas Resistentes a Herbicidas, 2015. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/133350/1/azevem.gazziero.2015.pdf >, acesso em: 10/05/2024.


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