Chicago fechou a primeira semana cheia de maio/24 com o primeiro mês cotado valendo US$ 12,05/bushel, lembrando que no dia 30/04 o mesmo registrou US$ 11,45.
Um ano atrás, o bushel valia US$ 14,36. Nesse mesmo período, os prêmios nos portos nacionais melhoraram um pouco, enquanto o câmbio, que havia rompido o teto dos R$ 5,00 por dólar no final de março, se manteve acima do mesmo, tendo chegado ao auge em 16/04 com R$ 5,26 (um ano antes valia R$ 4,94). Após isso, o Real voltou a se valorizar, atingindo a R$ 5,11 no dia 29/04. Em maio, enquanto Chicago subia, o Real batia em R$ 5,06 no dia 07/05.
Este movimento cambial acabou compensando a alta em Chicago, fato que deixou os preços médios da soja, no balcão, no Rio Grande do Sul, em R$ 119,00/saco nesta última semana, contra R$ 121,58 na última semana cheia de abril, antes da catástrofe climática que se abateu sobre o Estado gaúcho. Ora, um dos motivos das altas em Chicago foram as inundações no RS, pelo temor de perdas na soja.
Neste sentido, os primeiros levantamentos, ainda muito parciais, dão conta de que, no início das atuais enchentes, segundo a Emater, o RS tinha ainda 30% da área a ser colhida. A partir disso, o mercado indica uma possibilidade de perda entre 10% a 15% no total esperado devido à atual crise climática. Com isso, a produção final gaúcha ficaria ao redor de 19 milhões de toneladas, e não mais um pouco acima de 22 milhões esperados inicialmente.
Haveria cerca de 5 milhões de toneladas de soja em risco quando as enchentes se iniciaram, no final de abril. As perdas, desta área, seriam de 2 a 3 milhões de toneladas. Embora ainda seja cedo para mensurá-las com exatidão, o fato é que as mesmas não devem ter sido pequenas no RS. Com isso, a projeção da safra total brasileira ficaria entre 145 a 150 milhões de toneladas neste momento, contra um potencial inicial ao redor de 169 milhões. Portanto, continua existindo espaço para elevação dos preços da soja.
Porém, por enquanto, nada que permita esperar valores obtidos no início do ano passado (R$ 165,28/saco na média da última semana de fevereiro/23). Hoje, o mercado ainda não atinge os valores de um ano atrás (R$ 124,08 na média da segunda semana de maio/23).
Daqui em diante, os juros nos EUA e no Brasil, a nova safra nos EUA e o câmbio no Brasil darão o rumo para este mercado.
Autor/Fonte: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum – CEEMA UNIJUÍ
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