SORRISO

Filha de vítima narra vida de “pânico” e teme alta de assassino

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Patrícia Cosmo, filha de Maria Zélia da Silva Cosmo, morta a facadas dentro da própria casa pelo sobrinho Lumar Costa da Silva, relata que a família tem vivido momentos de angústia e medo desde que soube que o primo está apto para alta hospitalar. Ela teme que Lumar tente reencontrar os parentes, pois ele deixou claro por cartas que mandava para a mãe que queria revê-la e pedir perdão pessoalmente. 

 

“Está todo mundo em pânico. Não conseguimos mais dormir de noite. Desde quando tudo aconteceu, a gente já não tem mais uma vida como era antes.Tudo é motivo de susto, de medo, de não confiar mais em ninguém. E agora vai piorar de vez”, desabafa a mulher ao GD.

 

Lumar assassinou a tia, arrancou o coração e entregou à filha dela numa sacola plástica, na frente das crianças, em um crime que chocou o município de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá) no dia 2 de julho de 2019. Desde então, a família só recebeu assistência psicológica logo após o fato por um curto período. Sem qualquer amparo e em luto pela perda da mãe, Patrícia conta que se apegou a Deus para lidar com o trauma.

Ela diz que os filhos têm medo de ir para a escola, e mesmo com a prisão e posteriormente internação de Lumar até o momento, o trauma deixou sequelas psicológicas graves. “Eu estou andando na rua e, se vejo alguém parecido com ele, já entro em pânico. Quantas vezes vi alguém e levei um susto, saí correndo. A minha vida virou uma vida de pânico, de insegurança, medo, aquela ansiedade de sair para a rua, de trabalhar, tenho que ficar olhando para trás, olhando para o lado, cuidando, ver quem que tá do meu lado, se tem alguém me seguindo, é assim que a gente vive aqui em casa”.

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Quando estava no presídio Ferrugem, em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), Lumar enviava cartas para a mãe e mencionava que queria rever a prima e os filhos dela e que iria dar um jeito de ter contato com a família. “Eu não quero ficar de frente com esse cara. Ele já pediu para o pai dele trazer ele quando sair e falou que se o pai dele não trazer ele vem escondido, vai dar um jeito de vir”, conta.

Patrícia tem mantido contato com a delegacia da cidade de Sorriso para buscar respaldo ou apoio, caso ele de fato fique em liberdade. De acordo com ela, até mesmo a mãe de Lumar teme pela vida. “Eu ainda moro na cidade onde tudo aconteceu. Não tenho estrutura financeira nenhuma para sair daqui, trabalho aqui, tenho casa aqui, não posso sair assim”.

O pai de Lumar é de Campinas (SP) e, segundo ela, é quem tem contato com o filho e está articulando o processo, bem como se disponibilizou a acompanhá-lo caso saia.

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“A gente não queria que ele saísse jamais. Enquanto a gente tem notícia que ele está lá preso em algum lugar, nem que seja na clínica, para nós estava tendo até uma segurança. Mas, infelizmente tudo isso está acontecendo, nessa possibilidade aí eu não sei nem o que eu vou fazer mais da minha vida, porque a gente vai viver sabendo que ele está solto, que pode fugir a qualquer momento da casa, dos olhos do pai dele, e pode vir aqui”.

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O caso

Maria Zélia da Silva Cosmo foi brutalmente assassinada pelo seu sobrinho, Lumar Costa da Silva, na noite do dia 2 de julho de 2019, em Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá). No crime, o suspeito fez dois cortes no tórax da tia, arrancou seu coração e entregou para a filha da vítima, Patrícia.

Lumar ainda roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos, e se dizia apaixonado por ela. Com o carro ele bateu numa subestação de energia, tentando incendiar o local. Maria Zélia Cosmos, 55 anos, era evangélica e acolheu o sobrinho que tinha vindo do estado de São Paulo em sua casa. Após descobrir que era usuário de drogas, mandou que deixasse a residência.

Conforme noticiado em A Gazeta, no dia 30 de maio, relatório recente emitido pelo Hospital Psiquiátrico Estadual Adauto Botelho conclui que Lumar está apto para alta hospitalar. Considerado inimputável, conforme laudos periciais, Lumar está internado na unidade desde outubro do ano passado.

 

A equipe considera que o paciente está apto para alta hospitalar, não necessitando cuidados intensivos de 24 horas e a continuar o tratamento em modalidade ambulatorial, informou o relatório destacando que Lumar deve ser acolhido por parentes de São Paulo após a alta. A Justiça ainda deve decidir sobre a alta.

 

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Lucas do Rio Verde

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