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Paciente nº1 da Neuralink fala como funciona o chip implantado em seu cérebro; veja vídeo

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Mundo – Há apenas quatro meses, Noland Arbaugh passou por uma cirurgia revolucionária para a remoção de um círculo ósseo de seu crânio e a implantação de finos tentáculos de sensores em seu cérebro. Um computador do tamanho de uma pequena pilha de moedas foi implantado em cima, e a perfuração foi fechada. Paralisado do pescoço para baixo, Arbaugh foi o primeiro paciente a participar do ensaio clínico humano para testar o dispositivo Neuralink, de Elon Musk. O progresso inicial que fez foi recebido com entusiasmo.

Veja vídeo:

Treinamento e Desafios

Em parceria com engenheiros, Arbaugh, de 30 anos, treinou programas de computador para traduzir os sinais dos neurônios de seu cérebro em movimentos de cursor para cima, para baixo e circulares. Seu controle sobre o cursor era tão preciso que ele conseguia desafiar seu padrasto em Mario Kart e jogar um videogame de construção de impérios até tarde da noite.

No entanto, com o passar das semanas, cerca de 85% dos fios do dispositivo se desconectaram de seu cérebro. A equipe da Neuralink teve que reajustar o sistema para que Arbaugh pudesse recuperar seu controle sobre o cursor. Embora tenha que aprender um novo método para clicar em algo, ele ainda consegue mover o cursor pela tela.

 Superando Obstáculos

A Neuralink optou por não realizar uma nova cirurgia para substituir os fios e argumentou que a situação havia se estabilizado. Arbaugh afirmou que, apesar de inicialmente difícil e decepcionante lidar com a atividade reduzida, valeu a pena para que a Neuralink pudesse fazer avanços em um campo técnico-médico cujo objetivo é ajudar as pessoas a recuperar a fala, a visão ou o movimento.

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“Eu só quero trazer todos comigo nesta jornada,” disse Arbaugh. “Quero mostrar a todos o quão incrível isto é. Tem sido muito gratificante. Estou muito animado para continuar.”

 Impacto e Futuro

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Arbaugh, de uma pequena cidade deserta no Arizona, tornou-se um entusiasta porta-voz da Neuralink, uma das cinco empresas que alavancam décadas de pesquisa acadêmica para desenvolver um dispositivo capaz de restaurar funções em pessoas portadoras de deficiências ou doenças degenerativas. A Neuralink anunciou esta semana que recebeu autorização da Food and Drug Administration (FDA) para continuar testando implantes em novos pacientes.

Arbaugh perdeu seus movimentos após um acidente de natação no nordeste da Pensilvânia. Ano passado, um amigo sugeriu que ele se candidatasse para participar do primeiro teste da Neuralink em seres humanos. Apesar de não admirar Musk, ele reconheceu que o empresário impulsiona o progresso.

Experiência de Uso

Depois do implante realizado no final de janeiro, Arbaugh começou a dedicar longas horas de trabalho com a equipe da Neuralink para vincular os padrões neuronais captados em seu cérebro às ações desejadas. Ele achou o trabalho entediante e repetitivo, mas gratificante. Em seu primeiro dia de “voo solo,” Arbaugh bateu o recorde mundial em termos de velocidade e precisão no controle do cursor. “Foi muito, muito legal,” comentou.

Os longos dias de treino com a equipe da Neuralink passaram a ser feitos remotamente em blocos de quatro horas. A equipe continua trabalhando em tarefas como ortografia, já que ele planeja criar letras com linguagem gestual ou escrever em um quadro-negro.

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Desafios Técnicos

No entanto, o dispositivo da Neuralink continuou perdendo sua conexão, com os tentáculos gradualmente se desconectando do tecido cerebral. Quando apenas cerca de 15% dos fios ainda permaneciam em seus lugares, Arbaugh perdeu o comando do cursor por completo. Os engenheiros recalibraram os programas de computador, permitindo que ele realizasse a maioria das tarefas anteriores. Ele agora usa uma nova ferramenta que lhe permite realizar ações ao passar o cursor sobre o item desejado.

O primeiro caso da Neuralink indica que a empresa ainda enfrenta obstáculos no desenvolvimento de um dispositivo durável. Segundo especialistas, os fios implantados podem se soltar e causar cicatrizes, resultando na perda de sinal na área.

Progresso e Esperança

Arbaugh espera que a tecnologia seja inicialmente implantada para restaurar funções naqueles que as perderam. “E depois ela pode ser utilizada para permitir que as pessoas melhorem as suas capacidades,” ponderou, “desde que não abdiquemos de nossa humanidade ao longo do caminho.”

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Apesar dos desafios, Arbaugh permanece otimista e comprometido com a jornada, mostrando ao mundo o potencial e as dificuldades da interface cérebro-computador.

Veja o vídeo completo da entrevista e demonstração de Noland Arbaugh com o chip da Neuralink [aqui].

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Lucas do Rio Verde

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