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Jovem brasileira com “pior dor do mundo” arrecada mais de R$ 80 mil em vaquinha para fazer eutanásia

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Brasil – “Por uma despedida digna: ajude Carolina a alcançar paz”, é o título da vaquinha online da mineira Carolina Arruda Leite, 27, que busca arrecadar R$ 150 mil para fazer eutanásia na instituição Dignitas, na Suíça.

Criada na segunda-feira (1º), a vaquinha já tem R$ 83 mil doados por 1.946 apoiadores.

Carolina sofre há 11 anos com a neuralgia do trigêmeo, uma doença rara que é conhecida por causar “a pior dor do mundo”. Neste ano, começou a compartilhar sua rotina nas redes sociais. Em vídeos publicados no TikTok, ela filmou momentos como idas ao hospital, crises de dor, aplicações de morfina e canabidiol e, em abril, passou a discutir o suicídio assistido.

Em uma publicação, Carolina conta que já tentou suicídio duas vezes. “Quando estou em uma crise de dor muito forte, eu perco completamente a noção do que estou fazendo, só quero que aquilo acabe”, diz.

A estudante de medicina veterinária afirma que a eutanásia foi a decisão que tomou para acabar com seu sofrimento de forma digna depois de “esgotar todas as opções médicas disponíveis e enfrentar uma dor insuportável diariamente”.

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Existem formas de encerrar a vida, principalmente quando associada a doenças limitantes ou terminais, disponíveis no mundo. Duas delas são a eutanásia e a morte assistida (ou suicídio assistido), que buscam provocar a morte sem sofrimento do paciente. A diferença é que, na primeira, os agentes de saúde aplicam os medicamentos e, na segunda, o próprio paciente.

No Brasil, as duas formas são proibidas e definidas pelo Código Penal como crime de homicídio.

A Suíça, onde fica a instituição Dignitas, é um dos poucos países que recebe estrangeiros para a realização do suicídio assistido –muitas vezes confundido com a eutanásia. Também foi o destino escolhido pelo cineasta francês Jean-Luc Godard, em 2022.

“Antes da neuralgia do trigêmeo dominar minha vida, eu era uma pessoa cheia de energia e com muitos sonhos. Sempre adorei ler, estudar e fazer atividade física. Eu queria seguir uma carreira que me permitisse ajudar os animais, algo pelo qual sou muito apaixonada. No entanto, a dor constante tirou de mim a capacidade de fazer essas coisas, transformando meus dias em uma luta contínua”, escreve Carolina na plataforma Vakinha.

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“Esta é uma decisão profundamente pessoal e dolorosa, mas acredito ser a melhor solução para acabar com o sofrimento interminável que enfrento diariamente. Sua contribuição [na vaquinha], por menor que seja, fará uma diferença imensa na minha vida, permitindo que eu tenha uma despedida tranquila e digna, livre da dor que me atormenta”, afirma a jovem.

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Segundo Carolina, viver com a dor crônica severa e incessante impactou todos os aspectos da sua vida, incluindo a saúde mental. “A dor é tão intensa que torna impossível realizar tarefas diárias simples, manter relacionamentos ou mesmo encontrar prazer em atividades que antes eram parte da minha rotina. Cada dia é uma batalha constante e exaustiva”, relata.

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Lucas do Rio Verde

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