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Trigo sobe em Chicago com expectativa de menores estoques dos EUA – MAIS SOJA

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Entre as diversas pragas que afetam as fases iniciais do desenvolvimento da cultura do trigo, os corós destacam-se por sua capacidade de ataque desde o momento da semeadura até a fase de elongação. As perdas resultantes da incidência desses insetos podem ser significativas, podendo atingir até 100% da produção em áreas severamente infestadas na lavoura (Salvadori et al., 2022).

As principais espécies encontradas no trigo são o coró-das-pastagens (Diloboderus abderus) e o coró-do-trigo (Phyllophaga triticophaga), ambas pertencentes à família Coleoptera: Melonthidae. As larvas desses insetos, que são polífagas, representam a principal ameaça à cultura, sendo capazes de causar danos significativos. Salvadori (2023), destaca outra espécie que ocorre com bastante frequência e alta densidade é o cor-pequeno (Cyclocephala favipennis), apesar de apresentar pouco potencial de dano.

De modo geral, as infestações de corós surgem em manchas nas lavouras e variam consideravelmente de ano para ano. Isso se deve à mortalidade natural, causada principalmente por inimigos naturais, como entomopatógenos, e pelas condições extremas de umidade do solo. Estratégias como sistemas de rotação de culturas e manejo adequado dos resíduos vegetais, que reduzem a disponibilidade de palha durante o período de oviposição, desfavorecem especialmente a espécie D. abderus (Cunha & Caierão, 2023).

Apesar da possível semelhança entre as espécies, Pereira et al. (2010) enfatizam que é possível diferenciá-las por meio de características morfológicas e biológicas distintivas. Características como o tamanho, a cor da cabeça e a disposição dos pelos e espinhos na região ventral do último segmento abdominal (ráster) são cruciais para a identificação e distinção entre as espécies.

Figura 1. Tamanho e pelos/espinhos do coró-das-pastagens (a), do coró-pequeno (b) e do coró-do-trigo (c).
Fonte: Salvadori (2023).*a – (Diloboderus abderus); b – (Cyclocephala favipennis); c- (Phyllophaga triticophaga)
Danos

De acordo com Salvadori & Pereira (2006), os corós possuem um potencial de dano mais acentuado em cereais de inverno, cujo ciclo de desenvolvimento coincide com o período de atividade desses insetos. No entanto, eles também podem causar danos em culturas de verão, como a soja em estágios finais de desenvolvimento ou semeaduras precoces de milho. Os danos causados pelas larvas incluem o consumo de raízes, sementes e partes aéreas de plantas jovens, sendo que estas últimas podem ser arrastadas para dentro do solo após o consumo da parte subterrânea.

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Os autores destacam ainda, que os sintomas da presença de corós rizófagos na lavoura logo após o estabelecimento da cultura incluem murcha, secamento, morte e desaparecimento das plântulas. Esses efeitos podem ter um impacto significativo na produtividade e na saúde das plantações, destacando a importância de estratégias eficazes de controle desses insetos.

Posteriormente, pode ocorrer a morte de afilhos, secamento de folhas, redução de porte de plantas, redução do tamanho e/ou não enchimento de espigas/vagens e tombamento de plantas, em virtude da falta de raízes. Os prejuízos são decorrentes da mortalidade de plântulas e da redução da capacidade produtiva das plantas sobreviventes.

Ciclo

O coró das pastagens, Diloboderus abderus, é uma espécie univoltina (uma geração por ano). Os adultos dessa espécie são observados entre os meses de dezembro e março, período durante o qual também realizam a postura, com maior incidência registrada nos meses de janeiro e fevereiro. Por outro lado, o coró do trigo, Phylophaga triticophaga, é uma espécie com ciclo bienal (Um ciclo a cada dois anos). Seu período de atividade é mais intenso nos meses de outubro e início de novembro, quando os adultos emergem do solo à noite para acasalamento e dispersão (Salvadori et al., 2022).

Figura 2. Ciclo de vida e atividade de Biloboderus abderus (coró-das-pastagens) e Phyllophaga triticophaga (coró-do-trigo) e relação com o ciclo das culturas de trigo, soja e milho no Rio Grande do Sul.
Fonte: Salvadori & Pereira (2006).
Monitoramento

De acordo com Salvadori (2023), é essencial realizar o monitoramento para detectar e delimitar infestações de pragas. O monitoramento pode ser realizado a partir da presença de plantas mortas e através da abertura de trincheiras no solo em vários momentos ao longo do ano. Antes da semeadura, é importante realizar amostragens para determinar a densidade de pragas por unidade de área e identificar as espécies presentes.

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Controle

O controle de corós é realizado por meio do tratamento de sementes com inseticidas. Para uma tomada de decisão, é importante monitorar a população por meio de amostragens de solo. Sendo que a presença de 5 corós por metro quadrado é o limiar que indica a necessidade de intervenção (Cunha & Caierão, 2023).

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Dessa forma, o controle de corós no trigo, pode ser realizado preventivamente, através do tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos. O controle biológico também pode ser empregado, com uso de predadores, parasitoides e entomopatógenos, alguns fungos são responsáveis por epizootias que controlam a população de corós (Salvadori et al., 2022).

Figura 3. Métodos de controle, eficácia e táticas para o manejo de corós, em trigo.
Fonte: Salvadori et al. (2022).

Veja mais: Trigo: Tratamento de sementes é essencial para reduzir danos diretos e indiretos dos afídeos



Referências:

CUNHA, G. R.; CAIERÃO, E. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE NA SAFRA 2023. Embrapa, 15° Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale. Brasília – DF, 2023. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1153536/1/InformacoesTecnicasTrigoTriticale-Safra2023.pdf >, acesso em: 12/04/2024.

PEREIRA, P. R. V. S. et al. TRIGO: MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. Embrapa, Senar – PR, 2010. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/126897/1/ID-42118.pdf >, acesso em: 12/04/2024.

SALVADORI, J. R. CONTROLE DE PRAGAS INICIAIS EM TRIGO. Revista Cultivar, Grandes Culturas, ed. 231, 2023. Disponível em: < https://revistacultivar.com.br/artigos/controle-de-pragas-iniciais-em-trigo >, acesso em: 12/04/2024.

SALVADORI, J. R. et al. PRAGAS DA CULTURA DO TRIGO. Embrapa Trigo, documentos, 200. Passo Fundo – RS, 2022. Disponível em: < https://www.researchgate.net/publication/365476086_Pragas_da_cultura_do_trigo >, acesso em: 12/04/2024.

SALVADORI, J. R.; PEREIRA, P. R. V. S. MANEJO INTEGRADO DE CORÓS EM TRIGO E CULTURAS ASSOCIADAS. Embrapa, comunicado técnico, 203. Passo Fundo – RS, 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/852396/1/pco203.pdf >, acesso em: 12/04/2024.

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