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Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA

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  • Iniciar as aplicações no momento correto
  • Manutenção dos intervalos de aplicação
  • Uso de fungicidas multissítios e biológicos
  • Fungicidas de amplo espectro
  • Garantir a compra de fungicidas multissítios
  • Realizar o tratamento de sementes
  • Utilizar sementes de boa qualidade sanitária
  • Atenção para as condições de ambiente na semeadura

A safra 2024/25 de verão apenas começou e já traz consigo algumas incertezas e preocupações. Com o atraso da semeadura da soja, por baixas condições hídricas no Norte e Cerrado e pela elevada umidade no Sul, há uma tendencia de aumento da pressão de doenças durante safra.

Nesse sentido, para o bom estabelecimento da soja, sementes de boa qualidade sanitária (livres de patógenos), e o tratamento de sementes com fungicidas apropriados devem ser obrigatórios na presente safra.

De acordo com a Doutora Caroline Wesp Guterres (UFRGS), o tratamento de sementes com fungicidas é indispensável para o combate a fungos necrotróficos nos estádios iniciais do desenvolvimento da soja. Esses fungos podem sobreviver em resíduos culturais, e portanto, podem estar presentes nas áreas de cultivo antes mesmo da semeadura da soja.

Ao infectar as plântulas, alguns patógenos necrotróficos podem prejudicar ou até mesmo comprometer a planta, afetando um dos principais componentes de produtividade da soja, o número de plantas por área (Tagliapietra et al., 2022).

Figura 1. Sintomas de Fusarium spp. em plântulas de soja.

Com relação ao manejo de fungicidas, Guterres destacar ser importante antecipar as aplicações de fungicidas, especialmente em áreas cuja semeadura foi atrasada. O atraso na semeadura da soja tende a aumentar a pressão de doenças sobre a cultura, o que torna necessário ajustar algumas práticas de manejo, dentre elas, a aplicação de fungicidas.

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A antecipação da primeira aplicação de fungicidas em áreas atrasadas, abrangendo ainda o período vegetativo da soja, é uma estratégia para aumentar a eficiência no controle de doenças, em situações de elevada pressão de inóculo. Em conjunto, o emprego de fungicidas multissítios no manejo de doenças contribui para o aumento da eficácia no controle e no manejo da resistência de alguns fungos a fungicidas. Atrelado a isso, o manejo proativo, com a manutenção dos intervalos de aplicações variando entre 14 e 15 dias contribui para o aumento eficiência de controle das doenças.


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Semeadura tardia

Em função do aumento da pressão de patógenos (oriundos de lavouras do cedo), há um aumento da necessidade de intensificar o manejo fitossanitário. Especialmente em anos sob influência de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, pode ser necessário aumentar o número de aplicações de fungicidas intensificando o controle de doenças nas regiões em que esses fenômenos promovem o aumento do volume de chuvas.

O aumento da umidade, atrelada a temperaturas amenas e a alta pressão de patógenos, proporciona um aumento significativo de doenças em lavouras de soja. Além da associação entre fungicidas sítio-específicos e multissítios, produtos biológicos podem ser empregados, desde que posicionados adequadamente, para aumentar o espectro de controle e a eficiência no manejo de doenças da soja.


Veja mais: Estudo avaliou a associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja, na safra 23/24


Conforme destacado por Caroline, caso ocorra uma escassez de fungicidas multissítios  como foi observado nas últimas safras, algumas alternativas podem ser utilizadas para atenuar o efeito da falta desses produtos no mercado, dentre elas, o uso de fungicidas sítio-específicos que contenham em sua formulação fungicidas multissítios. Vale destacar que, visando assegurar a disponibilidade dos fungicidas multissítios, a compra antecipada desses produtos ainda é uma das principais estratégias para reduzir o impacto da escassez desses defensivos.

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Semeadura

Para a semeadura, além de utilizar sementes com boa qualidade fisiológica, genética, física e sanitária, é necessário analisar as condições ambientais no período da semeadura, considerando as exigências hídricas e térmicas da semente para a germinação e emergência. Condições de solo muito seco, bem como encharcamento, tendem a prejudicar o desenvolvimento inicial da soja, comprometendo o estande de plantas.

Temperaturas extremas também podem prejudicar o estande de plantas. o contato da superfície do solo extremamente quente com o tecido do colo da planta causa uma desidratação dos tecidos, desestruturando as membranas das células e causando o tombamento das plantas (Neumaier, 2000).

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Essa condição (figura 2), danifica as plantas, comprometendo sua integridade e viabilidade, afetando o estande final de plantas, e consequentemente a produtividade da cultura.

Figura 2. Tombamento fisiológico (cancro de calor) em soja.
Fonte: Madalosso Pesquisas.

Nesse sentido, um conjunto de fatores está relacionado ao bom estabelecimento da soja. Além da temperatura e umidade, diversos patógenos (Pythium spp.; Fusarium spp.; Phytophthora spp.) podem acometer a soja nos estádios iniciais do seu desenvolvimento, prejudicando o estabelecimento da lavoura, o que torna indispensável o tratamento de sementes.

Confira o vídeo abaixo com as dicas e contribuições da Doutora Caroline Wesp Guterres.
Referências:

TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.

NEUMAIER, N. et. al. ESTRESSES DE ORDEM ECOFISIOLÓGICA. Estresses em soja, Embrapa Trigo, 2000.

Foto de capa: Família Mugnol

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Lucas do Rio Verde

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