Mistura de 25% de biodiesel ao diesel não é factível no momento, diz Anfavea

A colheita prosseguiu em ritmo acelerado, já que os produtores estenderam os turnos de trabalho, visando antecipar as chuvas previstas para 24/10, quando a operação foi temporariamente suspensa. Em áreas de topografia mais plana, a interrupção prolongou-se nos dias subsequentes devido à persistência da umidade excessiva no solo. A extensão colhida representa 48% da área cultivada.

As lavouras em colheita, localizadas no Planalto e Alto Uruguai, apresentam condições mais adequadas e maior proporção de grãos com qualidade dentro do padrão comercial. Já nas regiões Central, Fronteira Oeste, Noroeste e Planalto Médio, a qualidade do produto colhido está abaixo do desejado, e o peso hectolitro (PH) dos grãos tem permanecido inferior a 78 kg/hl. Essa situação tem exigido o acionamento de seguros agrícolas em razão da dificuldade de cobrir os custos de produção com o rendimento obtido e com os preços praticados no mercado.

A diminuição da qualidade dos grãos está relacionada à incidência de doenças, como brusone e giberela, cuja proliferação foi favorecida pela frequência de chuvas nas semanas anteriores. Essas condições também anteciparam a germinação dos grãos na espiga, reduzindo a capacidade de panificação do produto.

Em relação aos manejos culturais, na maior parte das lavouras, foram aplicados herbicidas desfolhantes para promover a maturação mais uniforme e facilitar o controle de plantas invasoras, preparando adequadamente a área para o plantio da cultura subsequente, principalmente a soja.

A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista permanece em 3.100 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, estima-se que 45% das lavouras estão em fase de maturação, sendo necessária uma sequência de dias secos para mitigar perdas adicionais. A colheita prosseguiu e, em Itacurubi, 50% foram colhidos, mas houve perdas próximas a 20%, atribuídas às chuvas excessivas.

Em Manoel Viana, 25% foram colhidos, e a produtividade média é de 3 mil kg/ha; os ventos fortes associados à precipitação causaram danos localizados nas lavouras. Em São Borja, a colheita abrange 70% dos 30 mil hectares cultivados. A produtividade e a qualidade estão abaixo dos padrões ideais, e poucas lavouras superam 3 mil kg/ha e PH acima de 78.

Na Campanha, as lavouras estão em fases menos avançadas, mas o predomínio de luminosidade favoreceu as transições de ciclo. No entanto, nas áreas com incidência de ferrugem da folha, os produtores aplicaram fungicidas, apesar das dificuldades de acesso. Em Caçapava do Sul, aproximadamente 10% dos 2.500 hectares cultivados encontram-se nas fases iniciais de maturação, e a expectativa é de iniciar a colheita para os primeiros dias de novembro.

Na de Caxias do Sul, a colheita ainda não foi iniciada. As lavouras semeadas no cedo e com variedades precoces encontram-se em fase de maturação. A maior parte está em fase de enchimento de grãos. As chuvas frequentes criaram condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças, como giberela. Porém, a incidência de doenças tem se mantido em nível moderado, e a expectativa de rendimento da safra permanece boa, estimada em torno de 3.700 kg/ha.

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Na de Erechim, 20% foram colhidos; 50% encontram-se maduros; e 30% estão em maturação. Observam-se sintomas de giberela e manchas foliares, os quais podem reduzir o PH dos grãos. A produtividade esperada é de 3.600 kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, 40% das lavouras encontram-se em maturação, e 60% foram colhidas. Embora algumas áreas apresentem produtividades elevadas, ultrapassando 4.200 kg/ha, a média está em torno de 3 mil kg/ha. Contudo, há possibilidade de queda com o avanço da colheita, já que as lavouras tardias em geral possuem menor potencial produtivo. Quanto à qualidade, aproximadamente 55% da produção colhida tem PH superior a 78 kg/hl.

Na de Ijuí, predomina a fase de maturação, e houve avanço significativo na colheita, que alcançou 35% da área cultivada. A produtividade média permanece acima de 3 mil kg/ha, variando de 2.400 a 4.200 kg/ha. A qualidade do grão colhido está ligeiramente abaixo da expectativa, com PH entre 74 e 77 kg/hl. As lavouras semeadas mais tardiamente, em julho, demonstram menor potencial produtivo e maior incidência de doenças de espiga.

Na de Passo Fundo, 50% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos, 40% em maturação fisiológica e 10% colhidos, demonstrando potencial produtivo conforme o esperado, de 3.500 kg/ha.

Na de Pelotas, 14% das lavouras estão em florescimento; 8% em maturação; e 78% em enchimento de grãos. As chuvas alternadas, com temperaturas amenas à noite e elevadas durante o dia, assim como o aumento das horas de luz têm favorecido o desenvolvimento do trigo. As lavouras mantêm bom estado fitossanitário e estão se desenvolvendo normalmente. As áreas em florescimento continuam a receber aplicações preventivas de fungicidas, e as expectativas de safra permanecem inalteradas.

Na de Santa Maria, a produtividade das lavouras colhidas, até o momento, é de 2.968 kg/ha, um pouco inferior à estimativa inicial. Em Tupanciretã, onde estão cultivados 16.550 hectares, considerada a maior área de trigo da região, 50% foram colhidos, e a qualidade é inferior a projetada. Em Santiago, a colheita está em fase inicial, e a qualidade ligeiramente abaixo do esperado, obtendo PH em torno de 74 kg/hl.

Na de Santa Rosa, 25% das lavouras estão maduras, e 75% foram colhidas. A conclusão da colheita está prevista para os primeiros dias de novembro. Os rendimentos variam significativamente de 1.500 kg/ha a 3.300 kg/ha devido a diferenças entre as variedades: algumas foram afetadas por pragas e doenças; outras atingiram o ponto de maturação em períodos chuvosos. Estima-se uma redução, na produtividade regional, de em torno de 10%. No entanto, em Três de Maio, Independência e Cândido Godói, as lavouras apresentam menor queda na produtividade e na qualidade dos grãos.

Na de Soledade, 5% das lavouras estão em enchimento de grãos, 40% em maturação e 40% maduras e prontas para colheita. Estima-se que 15% da área foi colhida, apresentando umidade dos grãos entre 13% e 15% e PH predominantemente entre 78 e 83 kg/hl. Em Alto Alegre, a área colhida ultrapassa 60%. As produtividades variam de 3.000 a 3.900 kg/ha, e o PH entre 76 e 82.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio para o PH 78, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,21%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 67,39 para R$ 67,53. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 78,00/sc. Na região de Santa Rosa, trigo de PH 76 está sendo cotado a R$ 59,00; de PH 74, R$ 54,00; e R$ 45,00 de PH 72. Trigo com PH abaixo de 72 é classificado como triguilho, cujo preço está R$ 40,00.

Confira o Informativo Conjuntural Emater/RS n° 1839 completo, clicando aqui!

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Fonte: EMATER RS