POLÍCIA

Homem arma emboscada para militar 2 anos após ser preso por ele

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Legenda: FOTO- ILUSTRATIVA

Uma sequência de absurdos que ilustram a falta de respeito pela lei e autoridades. Esse é o resumo de um caso registrado em uma pequena cidade do interior mineiro. Um homem de 39 anos armou uma emboscada e espancou um militar que se exercitava em uma pista perto do parque de exposições do município.

 

O autor tinha prometido se vingar do agente há quase dois anos, quando foi preso por ele após agredir duas mulheres.

 

As agressões ocorreram em Tapira, município do Alto Paranaíba com 4 mil habitantes, a 50 km de Araxá e 180 km de Uberaba. Em setembro de 2019, o homem foi detido por agressão contra duas mulheres: a própria esposa e uma funcionária. A PM foi acionada pela trabalhadora, que relatou ter flagrado a empregadora – e esposa do autor – ter sido agredida e ameaçada de morte por ele.

 

Após ouvir uma conversa entre as duas mulheres, o homem ainda partiu pra cima da funcionária, segundo relato da própria. A mulher, que tinha 21 anos à época, disse ter levado socos e ter sido jogada contra um banco de madeira. Antes, o homem teria empurrado e segurado a esposa pelo pescoço, dizendo que a mataria em uma próxima oportunidade.

 

Briga com PM

Assim que os militares chegaram à residência, no Centro da cidade, foram recebidos com agressividade pelo homem. “O que vocês estão fazendo aqui? Só saio daqui morto”, teria dito o homem. Após conversas exaltadas, um cabo da PM começou a ser agredido pelo homem, sempre conforme o registro policial. Os dois, então, passaram a trocar socos e a briga só foi interrompida quando um outro militar conseguiu render o autor.

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Já no hospital, o homem partiu pra cima do cabo com quem trocou socos e o ameaçou. “Isso não vai ficar assim, você vai pagar caro pelo que me fez”, afirmou. Ele ainda teria xingado o policial e se jogado no chão do hospital.

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Dois anos depois…

Na última quarta-feira (4), quase dois anos após o episódio relatado, o homem cumpriu a promessa. O cabo estava correndo em uma estrada próxima ao parque de exposições da cidade quando o desafeto o atacou com uma voadora. Na sequência, o agressor já emendou socos e joelhadas no militar, que não teve reação. As agressões só pararam graças a uma pessoa que passava pelo local.

 

“Foi um caso que chama a atenção pelo desrespeito às autoridades. Ele guardou mágoa durante todo esse período, teve muita malícia. O policial teve fraturas, mas já está em casa, recebeu alta médica e está se recuperando bem, na medida do possível”, informa. “Aqui é muito tranquilo, foi um caso bem atípico”.

 

O BHAZ tentou falar com a esposa do homem detido por ligações telefônicas e mensagens pelo WhatsApp. Se ela decidir se manifestar pelo suspeito, este texto será atualizado. Através de postagem pública em uma rede social, ela manifestou apoio ao homem ao dizer que o marido é “uma pessoa idônea, honesta, um cavalheiro lindo”. “Trabalhador, o melhor pai do mundo, um herói, amigo sincero. Defeito: ser extremamente verdadeiro e não aceitar injustiça”, escreveu.

 

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‘Impunidade reina’

 

“A violência que sofremos não é de hoje. Vejo que isso acontece pois o Estado brasileiro não fez a opção por proteger quem protege a sociedade”, resume Marco Antônio Bahia, vice-presidente da Aspra (Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militar de Minas). Em BH, também na semana passada, um soldado da PM, de 34 anos, foi alvo de criminosos após largar o turno.

 

Quando trafegava pela avenida Cristiano Machado, perto do acesso para o Anel Rodoviário, o policial flagrou dois homens em uma moto se aproximando em atitude suspeita. Ele, então, acelerou e ouviu ao menos cinco tiros disparados na direção dele. Por sorte, não foi atingido. A motivação do atentado não foi esclarecida.

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Para Bahia, os casos ilustram a falta de punição no país. “Não temos uma lei específica que seja mais rígida para penalizar o cidadão infrator que atenta contra a vida da sociedade e do próprio agente de segurança. Estava vendo no noticiário um homem que foi preso mais de 30 vezes furtando bicicleta. Isso demonstra para ele que a impunidade reina e, logo, ele pode atentar contra a vida de quem quiser”, diz.

 

Proteção

 

Procurado, o comando da Polícia Militar mineira afirmou, através da assessoria de comunicação, que faz trabalhos sistemáticos para proteger os agentes. “Temos buscado resguardar o PM com treinamento de logística. Dentro dos treinos damos dicas do que fazer quando estiver à paisana e/ou fora do horário de trabalho. Buscamos cercar e proteger o militar”, afirma a porta-voz da corporação, capitão Layla Brunella.

 

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“É muito importante salientar a nossa exposição. Quando o PM parte para atividade operacional, lida com pessoas que passam por problemas, que estão infringindo as normas. Isso traz exposição muito grande”, pontua. “Tudo isso não impede de agirmos, mesmo sabendo que podemos ser agredidos e ameaçados, seja no momento da ocorrência ou anteriormente. Temos como juramento ‘sacrificar a própria vida pela do outro’. Nos expomos desta maneira, pois estamos do lado da sociedade”, complementa.

 

O policial foi socorrido e teve fraturas de osso nasal e ouvido, além de lesão interna de crânio, afastamento de dentes e machucados diversos pelo corpo. Já o autor fugiu, mas foi encontrado no dia seguinte. “Encontramos ele em uma fazenda, por volta das 13h30”, relata ao BHAZ o sargento Alexandre Ferreira, comandante do policiamento do município mineiro.

Fonte: METRÓPOLES

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