As produções de hortaliças ficam próximas da Fazenda Experimental da UEM, em comunidades terapêuticas. Na Casa de Acolhida Coração Imaculado há, ainda, criações de suínos, ovinos e aves.
Todas as culturas são mantidas com o trabalho voluntário de cerca de 80 internos das casas de recuperação, que enxergam, no projeto, uma oportunidade de aprendizado, trabalho e ressocialização.
Com a coordenação do professor José Gilberto Catunda Sales, uma equipe de estudantes de graduação e profissionais formados são responsáveis pela implantação e o suporte técnico às hortas e às criações de animais. Os estudantes participantes recebem bolsas de extensão universitária.
Para o diretor-geral da Seti, Jamil Abdanur Júnior, a extensão universitária tem papel fundamental na integração da universidade com a sociedade. “Esses projetos trazem retorno social e posicionam a ciência e a universidade a serviço das pessoas”, afirma.
“Visitar iniciativas como essa é importante, pois conseguimos verificar, in loco, que os recursos estão sendo, de fato, bem investidos e trazendo resultados significativos para a sociedade”, diz o diretor-geral.
O programa acontece desde 2018 voltado para a ressocialização de pessoas em recuperação. A iniciativa já passou por formatos variados e envolveu outras organizações de Maringá.
O projeto conta com o apoio do governo do estado, por meio do Fundo Paraná, uma dotação orçamentária para o fomento científico, administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
As hortas comunitárias abastecem as cozinhas das próprias casas de recuperação e o excedente é comercializado com estabelecimentos da região, como forma de geração de renda aos participantes. Há cultivos de alface, repolho, brócolis, couve, acelga, chuchu, abobrinha, salsinha, cebolinha, manjericão e outros. Já o manejo de animais envolve as criações de coelhos, ovelhas, patos e porcos.
A produção garante a segurança alimentar dos internos e agrega conhecimento prático à formação dos universitários.
O professor Gilberto Catunda Sales destaca que o propósito principal é o impacto social. “Os internos observam que as plantas cultivadas por eles mesmos na horta agora estão produzindo e isso é prazeroso para as pessoas que estão em recuperação, pois é uma forma de laborterapia voluntária”, afirma. “Se conseguirmos passar o senso de responsabilidade social para os estudantes, tenho certeza que eles viverão em uma sociedade mais solidária e comprometida com o futuro”, completa o professor.
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Crescimento pessoal e profissional
A aluna do terceiro ano do Curso de Zootecnia da UEM, Analice de Lima Lopes, comenta sobre a atuação no projeto com as criações de animais. “Gosto muito do projeto, porque conseguimos aplicar um pouco do que aprendemos na faculdade e esse é um dos meus grandes interesses, além de ajudar os internos, que ganham renda ou a própria proteína para consumo”, relata a aluna.
O agrônomo Eugênio Dias de Oliveira da Silva acredita que a participação no projeto dá oportunidade de crescimento pessoal e profissional. “Participo desse projeto desde 2019, quando ainda era um estudante, e hoje atuo como bolsista recém-formado e fico responsável por guiar os alunos na parte prática”, diz. “Acredito que, para me tornar um bom profissional, tenho que saber trabalhar com diferentes pessoas e essa troca de experiências, com certeza, tem agregado muito na minha trajetória”, afirma.
Extensão universitária
O Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) incentiva o cumprimento da função social das instituições de ensino superior públicas e privadas do Paraná, com o envolvimento de organizações da sociedade civil.
As ações financiadas pelo programa buscam o desenvolvimento da extensão universitária, articulada ao ensino e à pesquisa, com foco na qualidade de vida da população.
*Sob supervisão de Victor Faverin
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