AGRONEGÓCIO

Colheita de amendoim e batata ganha precisão com drones e IA

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. . . . . . . . . . . . . . . 8 de December de 2024

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Os produtores de amendoim (Arachis hypogaea l.), batata (Solanum tuberosum) e batata-doce (Ipomoea batatas) enfrentam o desafio de estimar qual o melhor momento da colheita e como será a qualidade e o rendimento de suas lavouras. Isso porque essas culturas são subterrâneas, ou seja, os frutos se desenvolvem embaixo do solo e, dessa forma, não é possível visualizá-los até o momento da colheita.

“Para colher o amendoim, é preciso que 70% das vagens estejam maduras e, para verificar isso, é preciso arrancar as plantas do solo e fazer uma avaliação visual. Essa operação, chamada de arranquio, também acaba mobilizando a terra e, consequentemente, emitindo CO2 [gás carbônico]”, afirma o professor Rouverson Pereira da Silva, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal.

Por meio de tecnologias de sensoriamento remoto, baseadas em imagens obtidas por satélites ou sensores embarcados em drones, combinadas com sensores embarcados em máquinas agrícolas e ferramentas de inteligência artificial, os pesquisadores têm desenvolvido modelos computacionais que podem auxiliar os produtores a mensurar o rendimento e a maturidade de culturas, como a do amendoim, a partir da análise remota das folhas da planta. E, dessa forma, aumentar a produtividade e diminuir as emissões de CO2 pela mobilização intensa do solo.

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Alguns dos resultados do projeto, apoiado pela Fapesp, foram apresentados por Silva em um painel sobre saúde do solo no contexto da agricultura digital realizado durante a Fapesp Week Spain, que ocorreu nos dias 27 e 28 de novembro na Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madri (UCM).

“Os modelos que desenvolvemos conseguem estimar com mais de 90% de precisão a maturidade do amendoim, por exemplo, eliminando a necessidade do arranquio. No caso da batata-doce, conseguimos estimar até mesmo o tamanho da cultura”, disse Santos à Agência Fapesp.

“Por meio de estimativas feitas por esses modelos computacionais é possível trabalhar com regulagens mais adequadas para melhorar a eficiência do processo de colheita e, ao mesmo tempo, reduzir as perdas, porque ao estimar a produtividade de culturas se consegue regular as máquinas agrícolas para fazer a colheita de forma mais adequada”, afirmou o pesquisador.

Para obter essas estimativas com precisão, os pesquisadores analisam imagens obtidas por câmeras embarcadas em drones ou em satélites, que captam a reflectância da planta, ou seja, o quanto ela está refletindo de energia solar nas bandas do visível (verde, amarelo e azul) e do invisível (infravermelho, infravermelho próximo e borda do vermelho). A partir dessa característica, é possível calcular os índices de maturação.

“A reflectância revela a sanidade da planta. As folhas doentes apresentam cores e refletem de maneira diferente a energia solar incidida sobre elas. E, quanto mais saudável a planta estiver, mais produzirá”, contou Silva.

O projeto está em fase de transferência de tecnologia para os produtores – um processo moroso e trabalhoso, segundo o pesquisador.

“Essa etapa é demorada porque, para realizarmos um projeto dessa envergadura, precisamos ir a campo e arrancar milhares de plantas ao longo dos anos para obter os dados de interesse. Além disso, há diversas cultivares de amendoim, por exemplo. Por isso ainda não transferimos a tecnologia, porque os produtores mudam ao longo dos anos as cultivares que plantam e precisamos ter um modelo robusto, capaz de fazer predições em diferentes condições”, explicou.

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Mercado da soja tem semana lenta; confira a análise completa

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2 horas ago

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7 de dezembro de 2024

O mercado brasileiro da soja registrou mais uma semana marcada pela lentidão nas negociações e pela dificuldade em estabelecer bases de preços, com uma diferença significativa entre as ofertas dos compradores e as expectativas dos vendedores.

Já no mercado externo, os contratos de soja em Chicago demonstraram uma leve recuperação, embora moderada, enquanto o dólar apresentou um pequeno recuo, permanecendo em torno de R$ 6,00.

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No Brasil, os produtores estão concentrados no acompanhamento da fase final do plantio, com expectativas positivas para a safra. O clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras, e o otimismo é grande quanto à possibilidade de uma safra recorde, com estimativas superiores a 170 milhões de toneladas.

De acordo com o último relatório de Safras & Mercado, divulgado nesta sexta-feira (6), 95,6% da produção projetada da safra 2023/24 de soja já foi negociada. Esse número representa um pequeno avanço em relação ao mês anterior (8 de novembro), quando a comercialização estava em 92,6%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a negociação estava em 92,7%, e a média de comercialização nos últimos cinco anos para o período é de 95%.

Considerando a estimativa de uma safra de 171,78 milhões de toneladas, Safras & Mercado projeta uma comercialização antecipada de 31,2%, o que corresponde a aproximadamente 53,6 milhões de toneladas. Em 2023, o percentual de comercialização antecipada era de 27%, enquanto a média histórica para o período é de 35,5%. No relatório anterior, o número era de 28,2%.

USDA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá fazer apenas ajustes pontuais nas estimativas de estoques mundiais e norte-americanos de soja no relatório de dezembro, que será divulgado na próxima terça-feira, 10, às 14h. Analistas consultados pelas agências internacionais esperam que os estoques americanos de soja para a temporada 2024/25 fiquem em 471 milhões de bushels, levemente acima dos 470 milhões de bushels previstos pelo USDA em novembro.

Em relação à oferta e demanda mundial, o mercado aposta em estoques finais para a safra 2024/25 de 133 milhões de toneladas, um aumento em relação aos 131,7 milhões previstos em novembro. Para a safra 2023/24, a expectativa do mercado é de estoques finais de 112,3 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo dos 112,4 milhões indicados no mês passado.

Perspectivas para o mercado interno e externo

O ritmo lento da comercialização da soja no mercado interno reflete o foco dos produtores nas lavouras, que estão em fase de desenvolvimento. O clima favorável e as expectativas de uma safra recorde indicam que a tendência é de uma maior concentração da soja nas propriedades, o que pode influenciar a oferta interna no curto prazo.

Por outro lado, os dados do USDA e as estimativas globais de oferta e demanda também sinalizam uma possível redução dos estoques finais, tanto nos Estados Unidos quanto no mercado mundial, o que pode pressionar os preços no mercado internacional, dependendo da evolução da demanda global.

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No entanto, o cenário de preços distantes entre compradores e vendedores no mercado brasileiro segue desafiador, com muitos produtores aguardando uma definição mais clara das tendências de preços antes de se comprometerem com novas vendas. A atenção do setor continua voltada para a safra que está por vir, com o mercado externo ainda se ajustando às condições de oferta e demanda.

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Você viu? MST invade fazendas tradicionais no sul do Rio Grande do Sul

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3 horas ago

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7 de dezembro de 2024

A matéria mais vista no portal do Canal Rural na última semana trouxe a notícia de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu duas propriedades rurais no sul do Rio Grande do Sul, próximo da fronteira com o Uruguai.

Uma das fazendas invadidas na última terça-feira (3) era a Cabanha Santa Angélica, no município de Pedras Altas. A propriedade foi fundada em 1870 e tem tradição na criação de cavalo crioulo, bovinos hereford e braford, ovinos romney marsh e gado leiteiro.

A outra propriedade era a Fazenda Nova, produtora de grãos e gado de corte, que fica localizada entre os municípios de Pedras Altas e Hulha Negra. 

Os membros do MST deixaram as propriedades no dia seguinte (4), após a chegada de forças do Batalhão Militar. Mas grupos permaneceram acampados na estrada em frente à Santa Angélica por mais um dia. “O MST passou a falsa impressão que tinham cedido, levando à desmobilização de produtores e autoridades”, disse o proprietário da fazenda, Ramiro Costa.

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O MST acabou por deixar definitivamente o local no mesmo dia. Na quinta-feira (5), produtores e empresários do agronegócio se reuniram na sede da Cabanha Santa Angélica, para se organizarem para conter eventuais novas invasões de propriedades na região.

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Produção de fermentado de jabuticaba é aprimorada e visa mercado internacional

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10 horas ago

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7 de dezembro de 2024

A Embrapa e a Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa de Alagoas (Coopcam), localizada em Palmeira dos Índios, estão investindo no desenvolvimento de fermentados produzidos à base de jabuticaba.

Com esse objetivo, produtores e pesquisadores estiveram reunidos em um evento de capacitação, realizado entre os dias 25 e 27 de novembro na Embrapa Semiárido, em Petrolina, Pernambuco, proporcionando um espaço para troca de conhecimentos e experiências sobre a elaboração das bebidas.

A capacitação faz parte do projeto de inovação social “Inclusão socioprodutiva de agricultores familiares camponeses do Agreste alagoano por meio do aprimoramento de fermentados de jabuticaba e isolamento de leveduras dos frutos”, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió-AL).

Entre diversos outros produtos, a cooperativa já vinha trabalhando com o fermentado de jabuticaba, e apresentou à Embrapa uma demanda para melhorar especificamente o processamento dessa bebida. 

De acordo com o pesquisador João Roberto Correia, que deu início ao projeto, foi feita uma articulação com as diversas unidades da empresa que tinham competência para atender essa demanda, resultando em ações voltadas para a melhoria do processo de fermentação, mas também de alternativas para aproveitamento alimentar dos subprodutos do processamento

O agricultor José Fernando Silva de Lima, membro e tesoureiro da Coopcam, conta que a cooperativa reduziu o trabalho com outras frutas e agora está buscando aprimorar o processo de fermentação e de elaboração de outros produtos da jabuticaba. “Acho que é um produto que vai ser bastante promissor e a gente está bem entusiasmado”, afirma.

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Técnicas de processamento

jabuticaba - jaboticaba
Foto: Wikimedia

De acordo com a pesquisadora Ana Cecília Rybka da Embrapa Semiárido, produtos como o fermentado de frutas estão ganhando muito espaço no mercado nacional e internacional.

No entanto, ela ressalta que a legislação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a sua produção é bastante exigente e traz alguns desafios específicos para o caso da jabuticaba.

“É uma fruta muito ácida, por exemplo, e há um limite permitido para a adição de açúcar. Então precisamos usar técnicas para baixar a acidez e deixar o sabor agradável ao paladar, mantendo a quantidade de açúcar dentro do nível permitido”, explica Rybka.

Ela explica que uma das estratégias adotadas para a melhoria do processamento foi aplicar técnicas de fermentação da uva de vinho na jabuticaba, a exemplo da maceração a frio, uso de conservantes, desacifidicante, entre outros.

“O objetivo é ter uma formulação mais padronizada, visando uma melhor aceitação do mercado, e também adequada à legislação vigente, considerando ainda a realidade da Cooperativa, que trabalha com produção artesanal e em pequena escala”, conta Rybka.

Novo produto de jabuticaba

Para isso, foi desenvolvido, no Laboratório de Enologia da Embrapa Semiárido, um processo de elaboração do fermentado de jabuticaba, em que foram aplicados diferentes tratamentos para posterior comparação dos resultados.

Além disso, foi desenvolvido um produto novo – o fermentado de jabuticaba gaseificado –, que é uma proposta para ampliar a gama de produtos comercializados pela Cooperativa.

Durante a capacitação, a pesquisadora Aline Biasoto, da Embrapa Meio Ambiente, também apresentou processos e resultados desse trabalho.

“Nós mostramos para eles o que podem melhorar no processo e como eles podem fazer para se adequar à legislação. O objetivo é que eles tenham um produto com uma boa aceitação e também com melhor potencial nutracêuticos, devido ao maior teor de compostos fenólicos, que são compostos bioativos”, destaca a pesquisadora.

*Sob supervisão de Victor Faverin


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