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Conab exige que vencedoras de leilão do arroz comprovem capacidade técnica e financeira

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“É o ingrediente agrícola mais valioso na produção, responsável por conferir amargor, aroma e sabor, além de ter propriedades antioxidantes, que atuam como conservantes naturais do produto”, ressalta o vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), Daniel Leal.

Mesmo com tamanha importância e valor, faz menos de uma década que a cultura começou a ser implementada no Brasil, cerca de 99% da produção ainda é importada de países como Estados Unidos e Alemanha, segundo dados levantados pela Aprolúpulo. Entretanto, os produtores rurais brasileiros estão apostando na variedade. Em 2023, o Brasil produziu 88 toneladas de lúpulo, mais de 200% acima do registrado em 2022 e, segundo a associação, a expectativa é de que, este ano, o país se torne o maior produtor da América Latina.

“Acreditava-se que a ausência da cultura no país se devia às condições climáticas de carência de frio e excesso de calor. Contudo, na última década os experimentos indicaram que a única questão restritiva era o fotoperíodo tropical, que conta com menor carga horária de insolação, comparados aos climas temperados. Para contornar isso, fizemos trabalhos de suplemento com iluminação artificial”, explica o agricultor do município paulista de Aguaí, Murilo Ricci.

O Estado de São Paulo possui a maior quantidade de áreas cultivadas de lúpulo, com 27 produtores. A produção anual é de 14,5 toneladas, em uma área de 24,4 hectares com mais de 46 mil pés. Mas, Santa Catarina lidera em volume e área plantada. “São Paulo já mostrou que pode ser uma potência mundial no cultivo do lúpulo pelas suas características de solo, água abundante, clima favorável, fotoperíodo e infraestrutura de fornecimento de energia elétrica e logística”, afirma o agricultor.

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Para Murilo Ricci é notório o desenvolvimento gradual do setor, mas ele ressalta as adversidades e exigências mínimas para atender o mercado interno. “Como produtor, não tenho dúvidas que conseguiremos produzir de duas a três safras por ano, com excelentes resultados de qualidade. Porém, um de nossos maiores desafios é atender ao volume demandado pelo mercado cervejeiro”, conta.

Segundo Ricci, os produtores de lúpulo paulista estão se organizando para formarem uma cooperativa, de forma a melhor atender as expectativas mercadológicas, desde as cervejarias artesanais até os grandes players do setor.

Para incentivar a produção e diminuir a dependência do mercado externo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), em parceria com um grande grupo cervejeiro, aposta em um projeto de inovação e tecnologia com foco no desenvolvimento do lúpulo no estado. O objetivo da secretaria é criar o maior ecossistema de pesquisa, desenvolvimento e transferência de conhecimento. “Queremos incentivar o pequeno produtor a explorar a planta em um campo experimental dentro do estado, oferecendo capacitação e demanda para comercialização”, ressalta Guilherme Piai, secretário de Agricultura de SP.

Variedades

As variedades comerciais de lúpulo apresentam características importantes e diferenciadas quanto ao amargor e aroma presentes nos cones, elementos essenciais na composição dos diferentes tipos de cervejas. O desempenho pode variar muito de acordo com as regiões e manejos.

“O Estado de São Paulo se destaca com um grande número de fazendas plantando diferentes variedades. Algumas têm apresentado uma qualidade maior que outras, em especial o Comet, com aromas e sabores intensos e alta quantidade de óleos e alfa ácidos, substâncias valorizadas pelos cervejeiros”, destacou o sócio proprietário e mestre cervejeiro da Cervejaria Tábuas, Guilherme Manganello.

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Segundo ele, algumas características ainda precisam ser melhoradas, mas em poucos anos vimos um grande aumento do número de fazendas, então acredito que a evolução será muito rápida e a qualidade, disponibilidade e consistência do lúpulo no Brasil aumentarão rapidamente.

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Cenário cervejeiro

São Paulo detém a incrível marca de maior número de cervejas registradas e de estabelecimentos no país. De acordo com o Anuário da Cerveja 2024, no ano passado, foram contabilizadas 410 cervejarias paulistas, um marco histórico, com um crescimento anual de 5,9% e uma participação de mercado nacional de 22%.

“Os fatores para esse crescimento são muitos, mas destaco três: o clima, que favorece o consumo da cerveja; o preço, pois quanto mais cervejarias, mais disputa comercial e o consumidor é quem sai ganhando. Além da renda, que é o principal drive pra gente: quando o setor cervejeiro está expandindo, está crescendo, significa que a renda do brasileiro também está”, ressalta o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Márcio Maciel.

Segundo Maciel, o agro brasileiro ajudou muito nessa inovação e crescimento do setor. “A gente fala que a cerveja é uma cultura, uma produção que vai do campo ao brinde, ela passa pela cultura da cevada, do lúpulo, do milho, do arroz… produtos nacionais que a gente traz para a produção da cerveja, gerando novos produtos.”


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