Para que a planta possa expressar seu potencial produtivo, é preciso condições ótimas de temperatura, umidade, luminosidade e nutrição. A mínima deficiência hídrica, térmica, luminosa ou nutricional, pode desencadear condições de estresse, limitado a produtividade da cultura.
Dentre os fatores citados anteriormente, o estresse hídrico é o fator que mais impacta negativamente a produtividade da soja. Ainda que varie em função da cultivar, a soja necessita de 450 mm a 800 mm durante seu ciclo. O período mais sensível da cultura ao déficit hídrico é o período reprodutivo (floração-enchimento de grãos), fase essa, em que a evapotranspiração diária pode chegar a 8 mm dia-1(Monteiro, 2009).
Figura 1. Exemplo de evapotranspiração (ET) diária, nos diferentes estádios de desenvolvimento de cultivares de soja de tipo de crescimento determinado.
Conforme histórico de perdas na agricultura brasileira, dos anos 2000 a 2021, a seca é o evento climático causador de perdas de produtividade observado com maior frequência (figura 2).
Figura 2. Frequência dos eventos climáticos causadores de perdas na produtividade das culturas agrícolas.
Dentre as culturas mais afetadas pelas adversidades climáticas, destacam-se a soja, seguida pelo milho, café e feijão (figura 3-A). Com relação a seca, os dados do histórico de perdas na agricultura brasileira demonstram que os Estados do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul são os mais afetados por esse fenômeno (figura 3-B).
Figura 3. A – Frequência de quebra nas culturas; B – Estados mais afetados pela seca. Série histórica de 2000 a 2021 (MAPA, 2022).
Para a cultura da soja, estima-se uma redução aproximada de 40% da produtividade em função da ocorrência das secas (Franchini et al., 2024). Após a seca, o excesso de chuvas (figura 2) é o segundo evento climático com maior frequência, responsável por quebras na produtividade agrícola.
Nesse sentido, pode-se dizer que adversidade climáticas relacionadas a disponibilidade hídrica são os principais fatores climáticas responsáveis pela redução da produtividade no campo. Tragicamente vivenciada pelos gaúchos, a grande enchente de Maio de 2024 demonstrou que, assim como a seca, o excesso hídrico, pode trazer consequências devastadoras para a agricultura.
Nesse sentido, ainda que não possamos controlar as condições climáticas, boas práticas de manejo como a conservação do solo, e as orientações do zoneamento agrícola de risco climático, contribuem para reduzir os riscos climáticas em culturas agrícolas como a soja. Com relação a seca, boas práticas agronomias como uso de microrganismos promotores do crescimento, manejo químico e físico do solo, bem como bom posicionamento de cultivares, favorecem a redução das perdas de produtividade em função da seca.
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Referências:
FRANCHINI, J. C. et al. MANEJO DO SOLO. Embrapa Soja, 2024. Disponível em: < https://bioinfo.cnpso.embrapa.br/seca/index.php?option=com_content&view=article&id=75&Itemid=478 >, acesso em: 18/11/2024.
MAPA. HISTÓRICO DE PERDAS NA AGRICULTURA BRASILEIRA: 2000 – 2021. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2022. Disponível em: < https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/riscos-seguro/seguro-rural/publicacoes-seguro-rural/historico-de-perdas-na-agricultura-brasileira-2000-2021.pdf >, acesso em: 18/11/2024.
MONTEIRO, J. E. B. A. AGROMETEOROLOGIA DOS CULTIVOS: O FATOR METEOROLÓGICO NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA. INMET, 2009. Disponível em: < https://portal.inmet.gov.br/uploads/publicacoesDigitais/agrometeorologia_dos_cultivos.pdf >, acesso em: 18/11/2024.
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NEUMAIER, N. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA. Embrapa Soja, Tecnologia de produção de soja, Sistemas de Produção, n. 17, cap. 2, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 18/11/2024.