AGRONEGÓCIO

Pesquisa avalia eficiência dos sistemas de produção na conversão de nutrientes em leite

Publicado em

pesquisa-avalia-eficiencia-dos-sistemas-de-producao-na-conversao-de-nutrientes-em-leite

. . . . . . . . . . . . . . . 2 de June de 2024

Tech

Published

3 horas ago

on

A conversão de nutrientes utilizados na produção leiteira em carne e leite é um indicador de eficiência e sustentabilidade da propriedade rural.

Pesquisadores nacionais e internacionais investigaram fazendas leiteiras com sistemas diferentes para avaliar a eficiência de uso de Nitrogênio (N) e Fósforo (P) e o excedente, na forma de resíduos (esterco e urina).

“O aumento da eficiência na utilização de nutrientes protege a qualidade dos recursos naturais e minimiza o excedente de nutrientes dos resíduos”, afirma Julio Palhares, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste.

O estudo, divulgado na Revista International Science Total Environment, no final de abril, analisou 67 fazendas de gado leiteiro localizadas na bacia hidrográfica do Lajeado Tacongava, no Rio Grande do Sul, uma das principais bacias leiteiras do estado.

Anúncio

O número representa 82% do total de propriedades da região, divididas em três sistemas de produção: confinado (3 propriedades); semiconfinado (7 fazendas) e a pasto (57 fazendas). As avaliações são referentes ao ciclo produtivo de 2018.

O excedente de resíduos refere-se à diferença entre as entradas de nutrientes no sistema (dieta e fertilizantes) e as saídas (leite e carne). Se as entradas são maiores do que as saídas, há um excedente na forma de esterco e urina. Geralmente, avalia-se o excedente em kg por área, devido ao valor fertilizante do resíduo.

As propriedades confinadas apresentaram valores de excedente superiores à demanda agrícola. No caso das fazendas a pasto e as semiconfinadas, o excesso ocorreu somente para o Fósforo.

Os sistemas confinados tiveram as maiores médias de excedente de N por área. Variou de 320 a 1.628 quilos de Nitrogênio por hectare (média de 786 kg N). A sobra de P também foi maior nesse modelo, média de 70 kg por hectare.

Segundo Palhares, esse saldo está associado ao tamanho do rebanho em lactação e à área. Nas fazendas baseadas em pastagens, o excedente foi menor, 352 quilos de N e 49 quilos de P por hectare ao ano. Nas semiconfinadas, 508 quilos de Nitrogênio e 63 kg de Fósforo por hectare ao ano.

Quando considerado o valor monetário do excedente de N, as médias foram de US$2.615, US$ 4.950 e US$ 12.171 para sistemas baseados em pastagens, semiconfinados e confinados, respectivamente. Para o excedente de P, foram US$346, 588 e 1.119 para pastagens, semiconfinados e confinados. Estas quantias em dinheiro representam a transformação dos resíduos em valores dos fertilizantes químicos, considerando a demanda de nutrientes para áreas de pastagem e lavouras de milho silagem. Assim, a cifra anual dos resíduos em porencial fertilizante é considerável. No entanto, para que os excedentes representem de fato esses valores, devem ser corretamente manejados.

Indicadores

Vários aspectos influenciam os indicadores de eficiência na atividade leiteira. O manejo nutricional inadequado pode resultar em uma redução na taxa de conversão do Nitrogênio e do Fósforo da ração em produto leite, afetando os indicadores de excedente e eficiência do uso de nutrientes. Além disso, outros aspectos, como bem-estar animal, saúde e fatores reprodutivos influenciam o balanço de N e P.

O resíduo pode ser usado para adubar as culturas, como as áreas de pasto, e reduzir a dependência da propriedade por fertilizantes químicos. No entanto, a elevada disponibilidade pode representar risco de contaminação dos recursos naturais e de emissões de gases de efeito de estufa (GEE). “Algumas estratégias destinadas a reduzir os excedentes podem ajudar a mitigar os danos ambientais, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis”, conta Julio Palhares. Do ponto de vista econômico, elevado excedente representa desperdício de nutrientes comprados. O uso eficiente determina menor custo de produção.

“A relação entre alto excedente e baixa eficiência no uso de nutrientes é observada nos resultados, demonstrando taxas reduzidas de conversão de insumos em produtos. Os determinantes para essas baixas taxas de conversão são multifatoriais, envolvendo aspectos produtivos, ambientais, culturais, econômicos e de qualidade da mão-de-obra”, explica.

Os resultados indicam que os produtores têm comprado altas quantidades de ração, mas isso nem sempre apresenta o efeito esperado, ou seja, maior produção de leite. O que se constata é um elevado excedente por área e baixa eficiência na utilização de nutrientes. “Essa situação pode ser revertida com assistência técnica mais frequente no manejo nutricional dos animais. Em fazendas a pasto e semiconfinadas, aumentar a representação de pastagens para atender às necessidades nutricionais dos animais pode ser benéfico”, observa Palhares.

Para o pesquisador da Embrapa, o balanço de nutrientes deve ser visto como uma ferramenta para melhorar os padrões de gestão de nutrientes. Ele afirma que estudos sobre a abordagem do balanço de nutrientes deveriam ser realizados para apoiar práticas e tecnologias que melhorem a eficiência do uso de nutrientes pela produção animal, evitando a degradação dos recursos naturais, e para ajudar a resolver o excedente de nutrientes na forma de resíduos.

Anúncio

Além disso, a pesquisa pode contribuir para alcançar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relevantes, como fome zero, água potável, consumo responsável e ação climática.

Tech

Frente fria vai provocar muita chuva nesta semana; veja onde

Published

13 minutos ago

on

2 de junho de 2024

Uma frente fria avança pelo Brasil nesta semana, de 3 a 7 de junho, provocando mudanças significativas nas condições climáticas em diversas regiões do país.

No Sul, a frente fria chega já na segunda-feira, trazendo chuva para o litoral norte, vales e a região metropolitana de Porto

No Sul, a frente fria chega já na segunda-feira, trazendo chuva para o litoral norte, vales e a região metropolitana de Porto Alegre. As informações são do meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.

Sul

A semana começa com a chegada de uma nova frente fria na Região Sul, trazendo mudanças significativas no clima. Na segunda-feira, o litoral norte, os Vales e a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPOA) terão um dia nublado e chuvoso. Na metade norte do Rio Grande do Sul, o céu permanece coberto por nuvens, com chuva a qualquer momento. Em Santa Catarina e no centro-sul do Paraná, as pancadas de chuva serão isoladas. No entanto, na metade sul do Rio Grande do Sul, o sol aparece entre nuvens, enquanto no norte do Paraná, o tempo firme predomina.

Na terça-feira, espera-se um tempo mais estável no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com chuvas limitadas ao Paraná. Com o avanço do sistema, o ar frio predominará novamente nos três estados, e há risco de geada apenas nas áreas mais altas. O acumulado de chuva da semana deve ser de cerca de 20mm no centro-sul do Rio Grande do Sul e 15mm em Santa Catarina. Isso não deve prejudicar os trabalhos agrícolas e ajudará na reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. No Paraná, a chuva se concentra no leste e centro-sul do estado, com volume não ultrapassando 10mm. Essa situação ainda deixa as lavouras de milho da segunda safra sob restrição hídrica.

Anúncio

Sudeste

No Sudeste, a semana começa com sol predominando e tempo firme no Rio de Janeiro, na maior parte de São Paulo e Minas Gerais, inclusive nas capitais. Há possibilidade de chuva isolada em Caratinga (MG) e no Espírito Santo, assim como no extremo sudeste de São Paulo. Uma frente fria avançando da Região Sul deixará o tempo chuvoso principalmente na faixa leste dos estados. Não há previsão de queda brusca de temperatura, com mínimas nas serras em torno de 8ºC na quarta-feira e áreas de baixada com temperaturas entre 12ºC e 14ºC. Não há risco de geada.

Ao longo da semana, o acumulado de chuva será de cerca de 30mm no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A chuva também alcançará Minas Gerais, mas com acumulados não superiores a 10mm em cinco dias. Essa quantidade é benéfica para a colheita do café, embora ainda mantenha as lavouras de milho da segunda safra sob restrição hídrica.

Centro-Oeste

No Centro-Oeste, a segunda-feira pode trazer chuva fraca e isolada no extremo sul do Mato Grosso do Sul devido a uma área de baixa pressão no Paraguai. No restante do estado, assim como em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, o sol e o tempo seco predominam. Isso aumenta o estresse hídrico nas lavouras de milho da segunda safra. As temperaturas permanecerão altas durante a semana, com máximas de até 36ºC em Sinop (MT). Esse calor provoca estresse térmico no gado e prejudica a pecuária leiteira. Produtores devem ter cautela ao realizar manejo com fogo, pois o ambiente quente e seco favorece o avanço das chamas.

Nordeste

Nos próximos dias, o tempo se manterá firme no interior do Nordeste. Nas áreas litorâneas, a chuva continuará. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) aumentará as condições de chuva no litoral norte, com pancadas a partir da tarde desde o Maranhão até o Rio Grande do Norte. Na costa leste, a circulação dos ventos provocará chuvas isoladas do nordeste da Bahia até o litoral da Paraíba. Chuvas mais intensas estão previstas para o sul da Bahia e Salvador.

O acumulado de chuva em cinco dias pode chegar a 40-50mm no norte do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Na faixa leste, incluindo Pará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, o volume ficará em torno de 50mm. Isso ajudará na reposição hídrica do solo e na recuperação das lavouras de milho da segunda safra no interior. Contudo, as altas temperaturas, entre 34ºC e 35ºC, continuarão a ressecar o solo no interior.

Norte

Na Região Norte, a segunda-feira terá pancadas de chuva na maior parte do Amazonas, norte de Rondônia, Roraima, centro-norte do Pará e oeste e sul do Amapá. No litoral do Amapá, a chuva será mais frequente ao longo do dia. No Acre, extremo sudoeste do Amazonas, centro-sul de Rondônia, sul do Pará e Tocantins, o sol e o tempo firme predominarão, sem previsão de chuva. Nos próximos cinco dias, a chuva se concentrará na faixa norte do Amazonas, Roraima, norte do Pará e Amapá, com volumes de até 100mm. Isso prejudicará os trabalhos em campo devido à saturação do solo. Em contrapartida, as operações no Acre, Rondônia, sul do Amazonas, centro-sul do Pará e Tocantins serão favorecidas pelo tempo firme. No Tocantins, o calor e a ausência de chuvas volumosas deixarão as lavouras de milho da segunda safra sob estresse térmico e hídrico.

Tech

Preços da soja sobem em maio devido a incertezas no RS

Published

59 minutos ago

on

2 de junho de 2024

Anúncio

As inundações no Rio Grande do Sul geraram incertezas sobre a safra de soja no Brasil, provocando uma reação nos preços tanto no mercado interno quanto na Bolsa de Chicago em maio. Produtores aproveitaram os picos de preços para realizar vendas.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 123 para R$ 133 durante o mês de maio. Em Cascavel (PR), a cotação aumentou de R$ 123,50 para R$ 130, e em Rondonópolis (MT), de R$ 116 para R$ 125,50. No Porto de Paranaguá, a saca de soja teve um aumento de R$ 130 para R$ 138.

Apesar da maior oferta, os prêmios permaneceram firmes, impulsionados pela demanda chinesa concentrada na América do Sul.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos de soja para julho, o mais negociado, registraram uma valorização de 4,86% em maio, atingindo US$ 12,19 1/2 por bushel na manhã de 31 de maio.

Apesar do avanço no plantio nos Estados Unidos e da demanda fraca pelo produto americano, as perdas na produção do Rio Grande do Sul garantiram a elevação dos preços.

O câmbio também favoreceu o mercado de soja no Brasil. O dólar comercial valorizou 0,33%, fechando em R$ 5,2088. A postergação dos cortes de juros nos Estados Unidos e as preocupações fiscais no Brasil sustentaram essa alta.

Para junho, a atenção se volta para o clima nos Estados Unidos e os números definitivos da quebra na safra gaúcha, que devem influenciar os preços no Brasil e no exterior. O relatório mensal do USDA e os dados consolidados do plantio nos Estados Unidos, esperados para o final do mês, serão cruciais para o mercado.

Tech

Estudo revela eficácia do controle biológico contra praga da mandioca

Published

4 horas ago

on

Anúncio

2 de junho de 2024

Considerada uma das pragas mais importantes para a produção de mandioca, o mandarová (Erinnys ello) tem causado impactos econômicos na ordem de 13,7 mil reais por hectare, onde ocorre o ataque.

Durante um curso de prevenção e combate ao mandarová da mandioca, realizado no dia 28 de maio, para técnicos e estudantes, o pesquisador da Embrapa Acre Murilo Fazolin alertou para o risco do inseto apresentar evolução da resistência ao agroquímico utilizado no controle, do grupo dos piretróides.

“É uma tendência evoluir a resistência, uma vez que há uma predominância de serem utilizados agroquímicos para controle do inseto. O problema é a utilização de apenas um grupo químico, o piretróide. E nós temos alternativas: a utilização do Baculovirus, produto biológico de controle que não apresenta impacto ambiental, com um custo praticamente zero, porque é o produtor rural quem produz o inseticida biológico”, alertou Fazolin.

Os surtos do mandarová ocorriam no Vale do Juruá, principal região produtora de mandioca do Acre com 8.815 hectares cultivados. Em 2023, houve um ataque severo na região. E em 2024, foram registrados casos já na região do Baixo Acre (próximo a Rio Branco). São 21.995 hectares com mandioca no estado. O ataque do mandarová gera perdas da produtividade, pois o inseto se alimenta das folhas o que gera queda da produtividade e da qualidade do produto (farinha), com consequente desvalorização no mercado em decorrência da falta de qualidade.

“Se o ataque for em 100% da área cultivada no Vale do Juruá, temos o impacto econômico na ordem de 121 milhões de reais. E de 211 milhões para o Estado todo. Isso gera o impacto econômico total estimado em 13,7 mil reais por hectare”, afirma o analista da Embrapa Acre, Márcio Bayma, autor de um estudo sobre o tema.

Controle biológico da praga

Um extrato produzido a partir de lagartas infectadas pelo Baculovirus erinnys, vírus de ocorrência natural em lavouras de mandioca nas regiões Nordeste e Centro-oeste do Brasil, é uma alternativa de controle biológico. O suco produzido com as lagartas infectadas pode ser pulverizado nas plantas em que há ocorrência do mandarová.

Testado em nove hectares de mandioca sob ataque da praga nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, o produto mostrou-se altamente eficaz no controle da praga, especialmente quando aplicado na fase inicial do ataque, alcançando um índice de mortalidade próximo a 95% das lagartas.

Curso

Realizado pela Embrapa, Idaf/AC e Governo do Estado, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/AC) o curso teve o objetivo de apresentar estratégias para o manejo integrado do mandarová da mandioca, enfatizando o controle biológico e o sistema de produção como um todo.

Um dos tópicos abordou, por exemplo, as plantas hospedeiras e inimigos naturais associados. “É importante não utilizar algumas plantas hospedeiras em consórcios ou áreas próximas, tais como abiu, mamona e mamão. Pois essas plantas são hospedeiras do mandarová. Além disso, é importante manter os roçados próximos a áreas remanescentes de florestas para diversificar a flora não atrativa ao mandarová”, recomenda o pesquisador da Embrapa Acre, Rodrigo Souza Santos, um dos instrutores do curso.

De acordo com Sandra Teixeira, chefe da Divisão de Comunicação em Saúde do Idaf, o curso faz parte do plano de educação elaborado entre as instituições após o ataque do mandarová em 2023. “Estamos preparando os técnicos para que, quando ocorra o período das chuvas, eles possam orientar os produtores rurais, que precisam estar atentos aos primeiros sinais, porque o controle será diferente nos vários estágios da lagarta”, afirma.

Anúncio

Para a extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Acre (Emater/AC), Palmira Oliveira, a união das entidades para o controle do mandarová é muito importante. “Porque nós, os técnicos que trabalhamos diretamente com os produtores rurais, somos os primeiros a nos deparar com o ataque do mandarová. Então é fundamental ter esse treinamento para todos os técnicos que trabalham tanto, valorizando o produtor rural, porque se ele não tiver orientação técnica sobre o controle do mandarová, ele vai ter um grande prejuízo no seu mandiocal”, afirma.

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) destinou emenda de R$ 500 mil para a Embrapa Acre, para a realização de uma série de ações de prevenção e combate ao mandarová da mandioca em Cruzeiro do Sul e na região do Juruá. O curso marca o início dessas ações pela equipe da Embrapa Acre.

Agro MT

COMENTE ABAIXO:
Leia Também:  SUÍNOS/CEPEA: Com menor procura e oferta elevada, preço da carne suína cai em março
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA