O ritmo de semeadura das lavouras foi influenciado diretamente pelos níveis de umidade do solo, que variaram conforme a distribuição irregular de precipitações no Estado. A área semeada alcançou 50% da projetada. Nas áreas onde a umidade do solo se mostrou insuficiente, a semeadura foi suspensa. Já nas localidades que receberam chuvas leves, os trabalhos prosseguiram quase sem interrupções.
As lavouras implantadas até 10/11 apresentam germinação uniforme e desenvolvimento inicial satisfatório. As áreas semeadas recentemente apresentam emergência irregular, e as precipitações devem uniformizar o estabelecimento das plantas. Em regiões onde o solo estava mais seco, ou as sementes foram depositadas fora da profundidade ideal, o aporte hídrico foi insuficiente para completar o processo de embebição, deixando as sementes parcialmente hidratadas. Apesar disso, elas não apresentam sinais de deterioração, mas dependem de reposição hídrica no solo para completar a germinação.
As aplicações de herbicidas para manejo pré-plantio o e pré-emergentes também apresentaram restrições devido aos ventos constantes e à baixa umidade relativa do ar em certos períodos do dia. A área de cultivo projetada pela Emater/RS-Ascar está estimada em 6.811.344 hectares, e a produtividade média em 3.179 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o processo de semeadura varia significativamente. Na Fronteira Oeste, em São Gabriel, 25% dos 137 mil hectares previstos foram semeados logo após a colheita do trigo para evitar atrasos. Contudo, a disponibilidade de sementes tem sido limitada. Em São Borja, apenas 15% dos 105 mil hectares foram semeados; em Rosário do Sul, 42%; e em Manoel Viana, 60%. Em Itacurubi e Maçambará, a semeadura foi interrompida devido ao baixo acumulado de chuva.
Na Campanha, as chuvas pontuais têm mantido a umidade adequada para o plantio, permitindo o avanço dos trabalhos, que haviam sido prejudicados pelo excesso de umidade em outubro. Em Hulha Negra, 25% foram plantados, e o preparo do solo está acelerado para corrigir irregularidades deixadas pela safra anterior, viabilizando o plantio o direto. O uso de herbicidas pré-emergentes vem ganhando destaque no controle de plantas daninhas, como buva, caruru e milhã. Em Dom Pedrito, 55% dos 160 mil hectares previstos foram plantados, mas o preparo convencional do solo, combinado às chuvas escassas, aos ventos fortes e às altas temperaturas, tem limitado a umidade superficial, retardando o progresso em algumas áreas.
Na de Caxias do Sul, a semeadura avançou em ritmo acelerado, restando principalmente áreas ainda ocupadas por culturas de inverno, como trigo e aveia. As primeiras lavouras implantadas apresentam germinação uniforme. No entanto, as áreas semeadas mais recentemente apresentam germinação irregular em localidades onde o volume de chuva não foi suficiente para manter a umidade adequada do solo. Esse cenário é observado, especialmente, em regiões circunvizinhas a Guaporé e Serafina Corrêa, onde o acumulado de precipitações, em novembro, era de apenas 19 mm, comprometendo o estabelecimento inicial das plantas.
Na de Erechim, 90% da área foi plantada. O estabelecimento inicial e desenvolvimento vegetativo são considerados excelentes, beneficiados pela reposição de umidade, após as chuvas fracas.
Na de Frederico Westphalen, o plantio avançou de 40% para 65% da área prevista. A adequada disponibilidade de umidade no solo favoreceu a emergência uniforme e o estande de plantas.
Na de Ijuí, a semeadura avançou intensamente até 13/11. A partir de 14/11, os trabalhos concentraram-se em áreas com umidade do solo ainda adequada. O ritmo da operação foi gradualmente reduzido devido à insuficiência hídrica em algumas localidades e à conclusão do plantio em pequenas propriedades. Atualmente, cerca de 65% da área total está semeada, representando um avanço em relação às safras 2022/2023 e 2023/2024.
Na de Passo Fundo, a semeadura foi concluída em 70% da área, influenciada pela menor umidade no solo. Foi realizado o manejo de plantas daninhas para evitar a competição por recursos hídricos e nutrientes.
Na de Pelotas, a semeadura atingiu 40% da área prevista. As precipitações leves ocorridas não impactaram negativamente o andamento das operações. No entanto, atrasos na entrega de insumos, associados à concentração de filas no Porto de Rio Grande, têm gerado apreensão entre os produtores, que buscam minimizar potenciais impactos ao cronograma de implantação da cultura. As lavouras apresentam desenvolvimento vegetativo satisfatório.
Na de Santa Maria, o plantio o foi interrompido em grande parte da região. As áreas semeadas também apresentam dificuldades no estabelecimento inicial das lavouras, refletindo os impactos da restrição hídrica.
Na de Santa Rosa, o plantio o avançou para 42% da área estimada, mas foi prejudicado pela falta de chuvas, por período superior a 10 dias, em algumas localidades. Mesmo assim, alguns produtores efetuaram o plantio, gerando apreensão quanto à necessidade de replantio. As lavouras semeadas no final de outubro e início de novembro apresentam boa germinação e estande adequado, folíolos pequenos, mas sem sinais de doenças. Há, contudo, pequena incidência de corós. O custeio foi finalizado, mas a disponibilidade de sementes de algumas cultivares está limitada.
Na de Soledade, apenas parte dos produtores prosseguiu com a semeadura devido à escassez hídrica. A maioria aguardava melhores condições para o plantio seguro. Estima-se que 65% da área foi semeada. As lavouras estão bem estabelecidas e uniformes.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,42%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 129,41 para R$ 128,87.
Confira o Informativo Conjuntural n°1842 Emater/RS completo, clicando aqui!
Fonte: EMATER RS
FONTE
Autor:Informativo Conjuntural 1842
Site: EMATER/RS