Os pais do adolescente faziam compras em município vizinho e, quando eles retornaram, ele chegou a almoçar com a família como se nada tivesse acontecido, afirmaram representantes das polícias Civil e Militar na Secretaria de Segurança Pública em coletiva nesta segunda-feira (28).
Diversos itens foram apreendidos na casa do atirador, entre eles, duas pistolas usadas no crime , uma machado e duas espingardas de pressão, que serão analisadas.
De acordo com os investigadores, o autor do crime passou os últimos dois anos planejando o ataque e aproveitando o tempo que ficava em casa sozinho para manusear as duas armas do pai, que ele sabia onde estavam guardadas: dentro de um armário no quarto do pai.
Uma delas, segundo a polícia, ficava embaixo de uma pilha de roupas, e a outra, dentro de uma caixa trancada por um cadeado, o qual ele sabia como abrir. Depois do ataque , ele voltou para casa e posicionou as pistolas exatamente onde as encontrou.
O jovem aproveitou a ida dos pais a um supermercado num município vizinho para cometer os atentados , já que a família tem dois carros — um deles foi usado pelo jovem na hora do crime .
Conforme os investigadores, ele não tinha um alvo definido e atirou aleatoriamente contra os professores e alunos.
Anúncio
No primeiro ataque, ele esvaziou o pente de uma das pistolas ao disparar contra professores em uma das salas. O local era mais próximo ao portão dos fundos da escola, por onde ele entrou após arrombar o cadeado.
No colégio particular, ele atirou em quem encontrou pela frente. Na tentativa de se proteger, os alunos correram para dentro das salas de aula e fecharam as portas.
Após o ataque
Depois de ter efetuado os disparos, o adolescente foi a um lugar isolado com o carro, um Renault Duster dourado, retirou as fitas que colocou na placa para esconder o número, e voltou para casa. Na residência, ele guardou todos os objetos usados no crime e esperou pelo retorno dos pais.
Hoje, a corregedoria da Polícia Militar do estado instaurou uma investigação para apurar se houve responsabilidade do pai do atirador, que é PM , em relação ao acesso dele às armas . O policial havia sido afastado de atividades operacionais e, atualmente, faz trabalhos administrativos durante o inquérito.
A família do garoto disse que ele passava por acompanhamento psiquiátrico , psicológico e tomava medicamentos. A decisão foi tomada, segundo os pais, porque o filho se mostrava introspectivo, diferente dos demais adolescentes, e que tinha uma relação distante dos pais e da família como um todo.