BRASIL

Bolsonaro ignorou decisões judiciais sobre Yanomami, diz STF

Publicado em

Crianças desnutridas na terra indígena Yanomami.
Divulgação/Urihi Associação Yanomami
Crianças desnutridas na terra indígena Yanomami.

O Supremo Tribunal Federal (STF) detectou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus pares descumpriram determinações judiciais para proteger os Yanomami. O documento foi publicado pelo gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, que promete investigação rigorosa sobre o caso.

De acordo com o texto, o STF tomou decisões que obrigava o governo a adotar medidas de enfrentamento da Covid-19 em terras Yanomami e determinou a retirada de garimpeiros da região. Na época, a Suprema Corte afirmou que os planos eram necessários para a ‘proteção da vida, saúde e segurança’ dos Yanomami.

A Corte chegou a intimar a União, que disse ter realizado ações para a retomada das terras e prevenção da saúde dos indígenas. O governo ressaltou os programas de enfrentamento à malária e as operações de expulsão de garimpeiros da área.

Entretanto, Barroso vê inconsistências entre as respostas de Bolsonaro e os trabalhos feitos na terra Yanomami. A região vive em crise humanitária, com registros de casos de malária, desnutrição e fome, causados pelo garimpo ilegal na região.

Leia Também:  Acordos sobre serviços aéreos e de cooperação técnica e educacional vão à promulgação

“Contudo, segundo informações dos processos, as operações, sobretudo as mais recentes, não seguiram o planejamento aprovado pelo STF e ocorreram com deficiências”, aponta o comunicado.

O STF ressaltou que irá investigar o caso com rigor e punir os responsáveis pelas inconsistências encontradas. Além de Bolsonaro, a ex-ministra do Direitos Humanos Damares Alves e servidores do Ibama e Funai estão na mira da Suprema Corte.

De acordo com dados do Ministério dos Povos Originários, ao menos 99 crianças da comunidade indígena Yanomami já morreram devido o avanço do garimpo ilegal na região nos últimos meses.

As mortes foram causadas, na maioria dos casos, por desnutrição, pneumonia e diarreia. As vítimas são crianças de um a quatro anos, e os dados são referentes ao ano de 2022.

Anúncio

Ainda de acordo com a pasta, há uma estimativa de que, ao menos, 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome no território durante o governo Bolsonaro.

Leia Também:  Helicóptero desaparecido: bombeiros se preparam para buscas por terra

Além das mortes, em 2022 foram confirmados cerca de 11.530 casos de malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, que estão distribuídos entre 37 Polos-base. As faixas etárias mais afetadas são de pessoas de 50 anos, seguido de jovens de 18 a 49 e crianças de 5 a 11 anos.

Fonte: IG Nacional

COMENTE ABAIXO:
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA