TRANSAÇÕES DE R$ 45 MILHÕES

Coaf vê possível lavagem de dinheiro do tráfico em movimentações milionárias; produtor rural e copeiro de churrascaria suspeitos

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Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apresentados pela Inteligência da Polícia Civil à Justiça de Mato Grosso evidenciaram movimentação de cifras milionárias entre suspeitos de lavagem de dinheiro e alvos da Operação Doce Amargo III, deflagrada contra traficantes de drogas que atuam na região metropolitana de Cuiabá. Veja abaixo a lista completa dos principais investigados na análise de inteligência financeira, assinado pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) no dia 2 de maio.

No relatório encaminhado pelo delegado Pablo Bonifácio Carneiro ao Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), onde tramita a ação da operação, foram identificadas transações superiores à R$ 45 milhões, entre crédito e débito, entre contas de pessoas com passagens criminais por tráfico, associação para o tráfico e organização criminosa.

Os padrões nas transações levantaram suspeitas sobre as atividades financeiras de 24 investigados e demais alvos da Operação, assim como vínculos gerados, indicando possível lavagem de dinheiro como transferências de altos valores sem justificativa aparente, inclusive incompatíveis com os respectivos patrimônios, atividade econômica, ocupação profissional e capacidade financeira.

Dentre pessoas já “conhecidas” pela polícia, como o DJ Patrike Noro, que foi alvo da operação Hermes por suspeita de venda ilegal de mercúrio, o COAF também identificou o produtor rural Lucas Capeleto, alvo da Doce Amargo, a veterinária Tatiana Matos Zangrande, a assistente social Lucieni dos Anjos Barbosa e o copeiro da churrascaria Nativas Grill, em Cuiabá, Jimi Hendrix Alves da Silva.

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As análises constataram que Lucas Capeletto, identificado como produtor rural, fez mais de 400 transações suspeitas e superior à sua capacidade declarada, de R$ 295.000,00 anuais. O relatório evidenciou que ele movimentou mais de R$ 15 milhões, entre 2019 e 2023, sendo as transferências classificadas como “risco máximo para lavagem de dinheiro”.

Veterinária Zootecnista, Tatiana Mattos Zangrande também foi alvo das análises. À polícia, ela informou renda mensal de R$25 mil. Ocorre que entre 2019 e 2020, ela movimentou, em diversas transferências,  mais de R$5 milhões. A conclusão do Conselho é de que tal movimentação foi incompatível ao patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente.

Lucieni dos Anjos Barbosa é assistente social e informou renda mensal de R$ 31.311,44 e patrimônio de R$ 150 mil, sem participação societária em empresas. A renda de R$ 31.311,44, não ampara a movimentação, visto que a conta acolheu o montante a crédito no valor de R$ 2.148.689,36, no período analisado, entre 2020 e 2021. Em 2022, com várias fragmentações sobre as transações, ela teria movimentado mais de R$6 milhões, inclusive com Lucas Capeletto. Deste total, pelo menos 3 milhões foram movimentados via PIX.

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Copeiro da Churrascaria Nativas Grill Cuiabá, Jimi Hendrix declarou renda de R$10 mil à Polícia, que presume, na verdade, ser de R$1,2 mil. Ele é sócio da empresa La Casa da Moda, e entre 2021, data da abertura da loja, e 2023, movimentou R$360 mil.

“JIMI HENDRIX possui 100% do Capital social da empresa ” LA CASA DA MODA”, de artigos do vestuário e renda presumida de 2 salários-mínimos, entretanto no período que comporta a análise cerca de 2 meses, transacionou 289 mil de maneira fragmentada e com dezenas de contrapartes, tanto nos créditos quanto nos débitos e apesar de possuir atualmente saldo de 14 mil em conta, observa-se que a maior parte dos recursos são liquidadas no mesmo dia do ingresso”, diz trecho do relatório, obtido com exclusividade pelo Olhar Direto.

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Os elementos do relatório chamaram atenção da DRE sobretudo pelas diversas transações feitas pelos investigados à alvos da Operação Doce Amargo, indivíduos que ostentam diversas passagens criminais, inclusive sobre tráfico e lavagem de dinheiro.


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