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Justiça manda soltar acusados de golpe contra viúva de colecionador

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Obra de Tarsila do Amaral desviada por golpe de filha contra mãe no Rio.
Reprodução Redes Sociais – 10.08.2022
Obra de Tarsila do Amaral desviada por golpe de filha contra mãe no Rio.

A juíza interina da 3ª Vara Criminal, Simone de Farias Ferraz, revogou as prisões preventivas dos réus Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, Gabriel Nicolau Translavina Hafliger, Jacqueline Stanescos e Slavko Vuletic.

Os quatro, juntos com Sabine Coll Boghici e sua companheira Rosa Stanesco Nicolau, a mãe Valéria de Oxossi, foram presos em agosto deste ano. Eles respondem pelos  crimes de sequestro e cárcere privado, extorsão, estelionato, roubo e associação criminosa.

A viúva de Jean Boghici , um dos mais importantes marchands de arte do Brasil, acusou a filha de mantê-la em cárcere privado, de janeiro de 2020 a abril de 2021.

Ao procurar a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) para denunciar o crime, a mãe de Sabine, que na época tinha 82 anos, contou ainda que a filha e um grupo de videntes extorquiam dinheiro dela em troca de “tratamento espiritual”.

A magistrada optou pela manutenção da prisão do casal por entender que a liberdade de ambas poderia ser um risco para a vítima, a mãe de Sabine. Mãe e filha travam uma batalha judicial pela herança deixada pelo colecionador Jean Boghici, pai da ré, morto há sete anos.

De acordo com a vítima em depoimento, ela foi ameaçada pela própria filha com uma faca em seu pescoço e chegou a deixá-la sem comida para que fizesse transferências bancárias aos golpistas.

Essas informações foram confirmadas pelo delegado Gilberto Ribeiro, titular da Deapti, em coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (10 de agosto), na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio.

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Operação Sol Poente


Delegado Gilberto da Cruz Ribeiro, da Deapti, segura a obra recuperada Sol Poente, de Tarsila do Amaral
Márcia Foletto – 13.08.2022
Delegado Gilberto da Cruz Ribeiro, da Deapti, segura a obra recuperada Sol Poente, de Tarsila do Amaral

A polícia deflagrou a Operação Sol Poente, batizada com o nome do quadro da pintora Tarsila do Amaral, recuperado durante a ação que culminou na prisão dos acusados.

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Na época, a Deapti calculou que Sabine desviou com os cúmplices R$ 724 milhões da mãe dela nos últimos três anos, principalmente em obras de arte de pintores famosos como Tarsila, Di Cavalcanti, Alberto Guignard, Antônio Dias e Rubens Gerchman, além de joias. Segundo os investigadores, cerca de 20% das pinturas roubadas foram apreendidas na operação.

Os réus Diana Rosa e Gabriel deixaram a prisão nesta sexta-feira (2), segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), assim que os alvarás de soltura chegaram nas unidades prisionais.

Já Slavko e Jacqueline estavam em prisão domiciliar, sendo que esta última fazia uso de tornozeleira eletrônica. Com o alvará os quatro estão totalmente livres, inclusive do aparelho de rastreamento.

Medidas cautelares aos acusados

Em sua decisão, a magistrada impôs algumas medidas cautelares aos acusados como a apreensão de seus passaportes; proibição de contato, por qualquer meio (inclusive via redes sociais, aplicativos ou telefone), com a vítima e demais testemunhas arroladas pelo Ministério Público; e o comparecimento mensal ao cartório do Juízo, até o décimo dia de cada mês, assim como nos dias das audiências quando forem intimados.

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Também não foi permitido aos réus que se ausentem da comarca ou mudem de residência, sem prévia autorização judicial. Outra determinação da magistrada é que eles se mantenham afastados da viúva de Jean Boghici. Pelo menos, a 500 metros de distância dela.

A juíza destacou ainda na decisão que “se por um lado todos os réus foram denunciados pela prática de todos os crimes; por outro é forçoso reconhecer que, diante de prova colhida até então, os indícios de emprego de violência e grave ameaça por parte dos acusados Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, Slavko Vuletic, Jacqueline Stanescos e Gabriel Nicolau Translavina Hafliger não se mostram com a robustez suficientemente apta a motivar a manutenção da segregação corporal”.

Quadrilha “familiar”

Segundo as investigações da Deapti, os crimes teriam sido planejados pela filha da vítima e Rosa Stanesco Nicolau, a Mãe Valéria de Oxossi, no fim de 2019.

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A quadrilha, na verdade, se formou num núcleo familiar. Rosa é mãe de Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger, um dos homens que receberam transferências bancárias feitas pela idosa, e irmã por parte de mãe de Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, que se passou por vidente e fez a abordagem à vítima numa rua de Copacabana, onde a viúva de Jean Boghici mora, de frente ao mar. Já Diana é filha de Slavko Vuletic.

De acordo com as investigações, ela teria recebido valores em sua conta bancária mediante extorsões feitas à vítima. Jacqueline Stanescos, que também se passava por vidente, é prima de Diana e de Rosa.

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Fonte: IG Nacional

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