A Polícia Federal está tratando as explosões com fogos de artifício registradas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13), como um possível ato terrorista, configurado como um ataque ao Estado Democrático de Direito. A investigação foi instaurada imediatamente após os incidentes, e fontes da PF confirmaram nesta quinta-feira (14) que o caso será tratado com a gravidade de um ato de terrorismo.
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As explosões ocorreram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, deixando a cidade em alerta. Durante a madrugada, a PF intensificou as buscas por pistas que levassem aos responsáveis, com um inquérito já em andamento e sigiloso.
Uma das linhas de investigação aponta para o envolvimento de Francisco Wanderley Luiz, um chaveiro que, segundo a ex-esposa, revelou à Polícia Federal que seu objetivo era assassinar o ministro do STF Alexandre de Moraes. “Ele disse claramente que o plano dele era matar o ministro”, relatou a mulher, em depoimento que reforça o caráter direcionado do atentado.
Artefatos e materiais encontrados
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, o autor do ataque estava portando artefatos explosivos feitos de maneira artesanal, mas com “alto poder de lesividade”. Além disso, ele carregava um extintor de incêndio modificado para simular um lança-chamas. A Polícia Federal vai investigar a composição dos materiais utilizados nas explosões, o que inclui uma análise detalhada de uma caixa encontrada próximo ao local do atentado, em um estacionamento onde ficava o trailer do suspeito.
Celular apreendido e investigações em andamento
Durante a operação, um celular foi apreendido dentro do trailer de Francisco Wanderley, o que pode ser uma peça-chave para aprofundar as investigações. A PF espera que a perícia no aparelho ajude a identificar mais informações sobre os motivos do ataque, possíveis cúmplices e ligações com outros grupos extremistas.
Andrei Passos Rodrigues enfatizou que, embora seja cedo para apontar uma ligação direta com os eventos de 8 de janeiro, as investigações continuarão a fundo para investigar qualquer conexão. O diretor-geral também alertou para a presença ativa de grupos extremistas no Brasil, que necessitam de uma resposta firme não apenas da PF, mas de todo o sistema de justiça criminal.
Reações e posicionamentos
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandovski, afirmou que o Governo Federal está comprometido em garantir a segurança dos Poderes e assegurar o funcionamento das instituições democráticas. “A Polícia Federal está trabalhando com rigor para elucidar, com celeridade, a motivação das explosões na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal e nos arredores do Congresso Nacional”, declarou Lewandovski.
O episódio é visto como mais um ataque a um marco simbólico da democracia brasileira, e a PF segue intensificando os esforços para desmantelar quaisquer grupos que estejam promovendo ações desse tipo no país. A investigação ainda está em fase inicial, mas as autoridades garantem que todo o sistema de segurança estará envolvido na elucidação dos fatos.