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‘Vizinhança Solidária’ conecta moradores à PM e fortalece segurança

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Programa já está presente em ao menos 267 municípios paulistas
Divulgação/Alesp
Programa já está presente em ao menos 267 municípios paulistas


Polícia Militar de São Paulo foi acionada, no último sábado (4), para intervir em uma denúncia de roubo que estava acontecendo no bairro do Alto de Pinheiros, localizado na Zona Oeste da capital paulista. 

Ao chegar no local, os oficiais se depararam com bandidos que invadiram uma casa de luxo e fizeram um casal de idosos de refém. Os cinco criminosos envolvidos na ocorrência foram detidos, e os moradores da residência foram liberados sem ferimentos. 

Mas o caso ganhou destaque pela forma como os policiais tomaram conhecimento da ação dos bandidos. O contato foi feito graças ao programa Vizinhança Solidária, onde moradores de determinados bairros realizam ações integradas com oficiais da segurança pública para coibir ações criminosas em determinadas regiões.


Origem do programa Vizinhança Solidária

O Vizinhança Solidária teve a sua primeira reunião registrada em agosto de 2009, quando síndicos de diferentes condomínios começaram a se organizar diante da preocupação relacionada a um furto que havia acontecido em um apartamento.

De acordo com o Tenente Coronel PM Marcos Daniel, Comandante do 23° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano e que é responsável pela região de Pinheiros, essas reuniões mobilizaram cada vez mais pessoas, fazendo o serviço chegar até a escala governamental. 

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“Essas reuniões acabaram ganhando um escopo muito grande, se expandiram dentro do bairro e depois se tornou algo que foi expandido dentro da cidade de São Paulo . Em 2012 se tornou um programa do governo do estado, e hoje você vê vizinhanças solidárias também em Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso”, pontuou. Só em São Paulo, 267 municípios já adotaram o serviço.

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Daniel ressalta que a mobilização acerca do programa acontece em graças a ações organizadas pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), moradores ou associações de bairro e a Polícia Militar. A implementação deste serviço não tem custos, e as comunidades que quiserem contar com ele podem seguir duas alternativas.

“Uma delas é procurar o Conseg, que organiza reuniões mensais. A outra é por meio do contato com a companhia de Polícia Militar da região, procurando o comando e informando que deseja implantar o programa. É preciso ter a mobilização inicial de ao menos 10 vizinhos para que, aos poucos, mais pessoas passem a participar”, destaca o oficial. 

Três principais conceitos do programa

As ações do programa giram todas em torno de três conceitos pré-estabelecidos e que são discutidos regularmente com os moradores em reuniões organizadas pelos policiais militares paulistas. O primeiro conceito é o de prevenção primária” .

“Esse conceito trata do ambiente e do comportamento. Em ambiente, um exemplo é um local com pouca iluminação, onde existem terrenos com muito mato e que pessoas podem se esconder para surpreender uma possível vítima. A prevenção primária atua na melhora da iluminação pública e quando se evita a criação de terrenos baldios”, destaca o Tenente.

Ele também cita o exemplo de pessoas que vão viajar e deixam o cadeado com correntes para fora do portão, não cancelam o envio de jornais e revistas para a residência e deixam alguma luz da casa acesa. A prevenção auxilia na não realização destas ações, que podem atrair criminosos. 

No que diz respeito ao comportamento, o Comandante joga luz sobre casos onde pessoas lavam a calçada da casa com os portões abertos, ou quando um cidadão vai fazer a descarga de compras sozinho e deixa o carro desprotegido. 


O segundo conceito é o de “denúncia de atividade suspeita” . Este se trata de observações e denúncias feitas pelos residentes de determinado bairro diretamente ao batalhão da polícia militar. É trabalhada a ideia de que os moradores são as pessoas mais preparadas para identificar ações consideradas suspeitas. 

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“Quem melhor sabe identificar o que é suspeito é quem está inserido no local, seja o morador ou o comerciante”, destaca. “O integrante da vizinhança solidária serve também como olhos da Polícia Militar, porque ele consegue observar coisas que a PM não consegue ver”, completa.

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O último conceito é o de “implantação de placas” . Os objetos são colocados nas fachadas das residências ou em espaços comuns dos bairros que participam do programa. E essa ação tem duas principais funções. 

“A primeira é que a placa se torna inibidora de ações. A quadrilha, no momento em que vai planejar uma ação criminosa, vai ver as placas fixadas na parte externa dos imóveis e será desestimulada a cometer o crime naquele lugar por medo das denúncias. A segunda é que ela é uma incentivadora para que as pessoas denunciem atitudes suspeitas, e cada segundo é importante para a polícia militar chegar, averiguar e impedir que aconteça alguma coisa”, explica o policial.

A maioria das placas utilizadas pelo programa contam com a seguinte mensagem: Área vigiada pela comunidade. Comunicamos toda atitude suspeita imediatamente para a Polícia. Ligue 190. 

Efeitos para além da segurança

O Tenente Coronel da PM afirma que as consequências positivas da implantação do programa nas comunidades vão além da segurança pública. 

“O programa vem conseguindo hoje, em uma cidade como São Paulo, onde as pessoas são cada vez mais separadas, unir os vizinhos, fazendo com que as pessoas voltem a se preocupar com o bem-estar do outro”, enfatizou. 

Marcos diz ainda que um dos “efeitos colaterais” do serviço é que os moradores passaram a se conhecer e a conviver cada vez mais. “Hoje, você vê exemplos de vizinhanças solidárias onde há a organização de festas juninas e outros eventos comunitários”, pontua.

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Fonte: IG Nacional

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