CUIABÁ

61% de famílias despejadas de área ocupada são chefiadas por mulheres

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Maioria das famílias retiradas em março deste ano, depois da decisão judicial de reintegração de posse, da área de ocupação Brasil 21, na região do Contorno Leste, em Cuiabá, é chefiada por mulheres (61,87%), com renda per capita média de R$ 227 por mês.

 

Esses são alguns dos apontamentos que constam no relatório descritivo do cadastramento socioterritorial dos moradores, realizado por professores e alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o apoio da Defensoria Pública e Lideranças Comunitárias.

 

Ao todo, 417 famílias vinculadas ao Brasil 21, totalizando 1.148 pessoas, foram entrevistadas.  Aproximadamente 72% são brasileiros e os imigrantes são da Venezuela (26,38%), Colômbia (0,48%), Haiti (0,48%) e República Dominicana (0,24%). As famílias entrevistadas são formadas por 597 mulheres, 546 homens e 5 não informaram. A variação é de 1 a 10 membros. Em sua maioria (29%), possui três membros e 32,4% são mães solo. Os dados do relatório apontam ainda que, das 417, (4,6%) possuem algum tipo de deficiência. Em sua maioria, caracterizadas como física (19), seguida da intelectual (12), visual (7), auditiva (3), múltiplas (1) e outras (11). Constam, ainda, que 15,15% das pessoas possuem doenças crônicas, com destaque para diabete, hipertensão, asma, entre outras.

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Do total de moradores, 29 são crianças com menos de 1 ano, 37 pessoas idosas, 13 analfabetas e 319 desempregadas. Ao todo, 49,8% das famílias alegam não serem beneficiárias de programas sociais.

 

Camila Salles, professora do curso de Geografia da UFMT, foi uma das docentes que esteve à frente da equipe de 41 pessoas, que compõe o projeto de extensão para o mapeamento, aplicação do questionário, levantamento, sistematização e escrita do relatório. Ela explica que a área de ocupação possuía 900 lotes e parte das famílias despejadas foi alocada nos alojamentos temporários, no Centro Comunitário e Quadras de Esporte dos bairros Jardim Fortaleza e Osmar Cabral.

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Fomos nessas localidades para identificar essas pessoas. Todo o trabalho demorou um mês e há duas semanas enviamos o resultado do relatório aos órgãos: Defensoria Pública, Liderança Comunitária, Conselho de Direitos Humanos e Campanha Despejo Zero, para providências cabíveis.

 

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