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Cobra naja: Corregedoria da PM investiga militares suspeitos de envolvimento em esquema de tráfico de animais no DF

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A Polícia Militar do Distrito Federal abriu inquéritos para investigar o possível envolvimento de integrantes da corporação no suposto esquema de tráfico de animais. Entre os alvos está o tenente-coronel Eduardo Condi, padrasto de Pedro Henrique Krambeck – picado por uma cobra naja criada ilegalmente em casa.

 

Ainda de acordo com a PM, os policiais do Batalhão Ambiental também estão sendo investigados. A Corregedoria irá conduzir os trabalhos de investigação juntamente com o Ministério Público Militar, informou a corporação em nota.

                                                                        

A polícia, no entanto, não deu detalhes sobre o inquérito. O que se sabe é que foram os militares da PM Ambiental que resgataram a naja após a serpente ser abandonada próximo a um shopping da capital.

 

Pedro Henrique Krambeck foi preso nesta quarta-feira (29), por suspeita de crime ambiental e tentativa de atrapalhar a apuração da Polícia Civil (saiba mais abaixo). Os familiares do jovem de 22 anos não comentaram as suspeitas desde o início das investigações. O G1 tenta contato com a defesa dos citados.

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Após o acidente com a cobra, o padrasto de Pedro, coronel Condi, foi ouvido pelos investigadores em 16 de julho, na segunda fase da operação Snack. Na ocasião, o celular do PM foi apreendido.

 

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O jovem e os familiares foram multados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em R$ 81,3 mil. O órgão informou que a medida foi aplicada pela tentativa dos suspeitos de dificultar a ação do Ibama nas investigações, por manter animais nativos e exóticos em locais inapropriados e sem autorização, além de maus-tratos.

 

Investigação

 

A apuração foi iniciada após Pedro ser picado pela naja no dia 7 de julho. Ele ficou seis dias internado em um hospital particular do DF, quando precisou tomar soro antiofídico do Instituto Butantan, de São Paulo, único local que possuía o antídoto no país, mas para fins de pesquisa. A espécie naja é nativa da África e da Ásia, considerada uma das espécies mais venenosas do mundo.

 

De acordo com as investigações, além da naja, Pedro Krambeck tinha a posse de outras 16 serpentes. Após ser picado, o jovem recebeu alta no dia 13 de julho, mas apresentou um atestado médico e só prestaria depoimento em agosto. Contudo, foi preso pela Polícia Civil nesta quarta por tentar atrapalhar investigações neste período.

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Na semana passada, o amigo de Pedro, Gabriel Ribeiro de Moura, de 24 anos, também foi detido por suposta tentativa de ocultar provas de crimes, sendo apontado como o responsável por esconder serpentes do colega.

 

'Muita gente que cria vai cair'

Os aparelhos apreendidos pela Polícia Civil na Operação Snake, os investigadores encontraram indícios do crime em conversas entre pessoas conhecidas de Pedro enquanto ele estava internado. O nomes não foram divulgados. Uma das mensagens diz: Muita gente que cria vai cair.

 

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Em outras mensagens de texto, pessoas falam sobre soltar outros animais. Peguem as outras cobras venenosas e soltem no mato as que forem nativas daqui, diz. Outra flagra a ação: Mano, soltei a jararaca.

 

Falso veterinário

 

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) afirmou, nesta quarta, que Pedro exercia medicina veterinária ilegalmente, antes da conclusão do curso.

 

Os promotores apontaram vídeos e fotos que mostram que o estudante fez, pelo menos, uma cirurgia em uma serpente. Conforme o Ministério Público, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema) foi favorável à prisão temporária do estudante de veterinária.

Fonte: G1

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