CUIABÁ

Por iniciativa de Edna Sampaio, Câmara recebe Instituto Marielle Franco

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O legado da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, assassinados há cinco anos vítimas de um crime ainda sem resposta, foi relembrado hoje na Câmara Municipal de Cuiabá por meio da participação da&nbsp Diretora Executiva do Instituto Marielle Franco, Ligia Batista, e da coordenadora de Comunidades da instituição, Nathalia Carlos.&nbsp
“A intenção do instituto é poder trabalhar em quatro grandes eixos: Justiça, legado, memória e sementes. Entendemos o trabalho do instituto como muito importante para seguir lutando por justiça pelo brutal assassinato de Marielle e Anderson em 14 de março de 2018, para a preservação da memória de Marielle que, desde 2018, já sofreu diversos ataques, de fake news, criação de histórias falsas sobre sua trajetória e sua vida. Além disso, temos um trabalho muito importante de fortalecimento da atuação política de mulheres negras”, disse Lígia. “Como nova diretora do Instituto, venho para dar seguimento a este trabalho, seguir tocando junto com essa grande equipe do instituto, ações voltadas ao fortalecimento das mulheres negras, entendendo que é fundamental compreender que a violência política cometida contra Marielle não pode&nbsp ser uma ferramenta de silenciamento”.
A vereadora Edna Sampaio (PT) recebeu as diretoras do instituto em seu gabinete, onde entregou a elas um dossiê com processos judiciais e notícias sobre as situações de violência de gênero que tem sofrido desde o inícoi de seu mandato.&nbsp
Ela destacou os 100 dias do governo Lula, nos quais ele “se dedicou a reconstruir os alicerces que foram destruídos nos últimos seis anos, desde o golpe contra a presidente Dilma em 2016” e apontou o legado de Marielle Franco para as mulheres negras de todo o país.&nbsp
“Para mim é uma honra receber as diretoras do Instituto Marielle Franco, que tanta diferença tem feito para a política ao apoiar mulheres negras a entrarem neste espaço quase sempre tão hostil a nós. Comigo não tem sido diferente. Tenho enfrentado muita hostilidade, mas isso não nos faz, de forma alguma, recuar, voltar atrás. O que nós queremos e vamos fazer é avançar, estimular novas mulheres negras a ocuparem este espaço”, disse a vereadora.
Segundo Nathalia, a instituição tem circulado por todo o país&nbsp e em Mato Grosso a rede é bastante ativa, respondendo positivamente à realização de ações coordenadas. Ela explicou que esta é uma oportunidade de ampliar as parcerias com outros coletivos de mulheres do Estado, como o Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune), onde ambas participarão de uma roda de conversas, hoje, às 16 h, e do Coletivo de Mulheres Negras de Cáceres e outros coletivos, onde participam da 4ª Mostra de Trabalho sobre Mulheres, realizada pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
“Aprofundamos muito as relações com os movimentos de&nbsp mulheres negras em todas as partes do país e temos a nossa rede de sementes do Instituto, que cultiva lideranças negras jovens, LGBTQIA+, pessoas periféricas que querem seguir movendo as&nbsp estruturas, como a Marielle fez, ampliando o legado que ela construiu”, comentou ela.
Ela destaca que, apesar de terem se passado cinco anos do assassinado brutal da vereadora, o clamor mundial por justiça e pelo esclarecimento do crime continua crescendo em todo o mundo. Em março deste ano, aconteceram mais de 200 atos públicos de protesto em todos os continentes e em todas as regiões do país, o maior número de ações registradas desde o início do movimento.
“Isso foi muito importante para reforçar que cinco anos sem respostas é tempo demais. Meia década&nbsp sem justiça, e não vamos baixar a guarda, vamos seguir gritando por Justiça até que ela seja feita em nome da família e de todas as mulheres pretas que essa execução tentou interromper. Temos a compreensão de que não foi um crime contra Marielle, mas sim uma forma de interromper um ciclo&nbsp de avanços que o movimento de mulheres negras vem implantando desde, pelo menos, a década de 70”, afirmou.&nbsp
“Na Rede de Sementes Marielle trabalhamos não só o fortalecimento de mulheres na política, mas também que essa rede de sementes nos fortaleça nos espaços de poder.&nbsp Inclusive, no Sementes, a gente fala sobre a memória dessa grande mulher, Marielle Franco. É isso que nós queremos: mais mulheres negras no poder e mais poder para as mulheres negras nas tomadas de decisões, já que elas são 28% dessa população”, disse a professora Dejenana Campos, coordenadora local da ação.&nbsp Ela destacou a importância de valorizar o direito das mulheres e salientar a ocorrência da violência política de gênero que hoje atinge também a vereadora Edna Sampaio.&nbsp “Precisamos colocar esse diálogo em pauta, pois é de grande importância. É isso que vamos discutir hoje no encontro na Casa das Pretas e fortalecer, sem dúvida, essa rede de sementes, pois juntas somos gigantes. Nós conseguimos nos reunir para fortalecer a ideia sobre o porquê nós viemos. Lutar e resistir faz parte da Rede de Semente Marielle”.
Da Assessoria

Fonte: Câmara de Cuiabá – MT

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