DEPUTADA PROPÕE

Deputada propõe observatório da violência contra mulher na AL

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Deputada Sheila Klener (PSDB) propôs criação de observatório sobre a violência contra a mulher na Assembleia Legislativa e efetivação de políticas que protejam vítimas de agressão. Em seu discurso na tribuna, nesta quarta-feira (16), a suplente citou nomes de mortas pelos companheiros no estado, machismo recreativo e falha nos projetos de segurança àquelas que denunciam agressões. Especificamente, a parlamentar comentou o feminicídio contra a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, no domingo (13).


Jovem foi assassinada após deixar um bar de Cuiabá na companhia do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, principal acusado pelo assassinato. Ele foi visto com ela no local e depois saindo de sua casa com o carro da jurista. Apresentou versões contraditórias sobre a dinâmica dos fatos e a polícia achou marcas de sangue em sua residência. Apesar dos fortes indícios contra ele, o homem nega o crime.


Logo após o caso ser exposto, houve uma enxurrada de comentários nas redes sociais, questionamento a vítima e sua conduta ao ir para a casa do homem no dia em que o conheceu.

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“Vejo aqui um grande machismo recreativo. Visto a roupa que eu quiser, coloco o batom que eu quiser. Saio e me relaciono uma noite, uma madrugada com quem eu quiser. Quem aqui não foi jovem e saiu, bebeu se divertiu e voltou para casa? Não é porque sou mulher que não posso fazer”, relatou a deputada.


Durante discurso, a parlamentar apresentou boletins de ocorrências e leu o nome de todas as vítimas de feminicídio no estado nos últimos meses. Um dos citados por ela, ocorreu no Pedra 90 e foi a julgamento na semana passada. Emily Bispo foi morta com 14 facadas enquanto levada o filho para a creche. Aluízio da Conceição Marciano foi condenado a 20 anos pelo crime, mas o Ministério Público Estadual (MPMT) recorreu para elevar a pena. Ele teve relacionamento conturbado com a vítima durante cerca de 1 ano.


“Não consigo imaginar aquela jovem sendo morta com 10 facadas. Eu estava trabalhando segura na minha mesa enquanto ela estava sendo morta. Em momento algum ela soltou a mão do filho dela. Eu proponho. Não sei como é o trâmite, mas que criemos um observatório e não fiquemos só nisso aqui ( boletim de ocorrências)”, sugeriu a deputada.

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Durante alguns trechos de sua fala o microfone falhou e ela precisou pausar o raciocínio para até que o som normalizasse. Ainda pediu mais 2 minutos para concluir sua mensagem.


“Enquanto as políticas públicas não forem efetivas, as mulheres continuarão a ser mortas. Poderia ser eu, poderia ser sua filha, sua neta, deputado. Tenho 3 sobrinhas e poderiam ser elas. Não podemos aceitar. Todos têm grandes mulheres em suas vidas e poderia ser elas”, argumentou.


“As mulheres sustem suas casas e agora essas crianças estão órfãs. Essas mulheres têm que ser acolhidas, protegidas. Não adianta ter medida protetiva e essa mulher continuar no mesmo bairro que seu agressor. Precisamos avanças nessas políticas, somos uma força de trabalho em Mato Grosso e a maioria da população. Se continuarmos morrendo por sermos mulher, o que será deste estado? ”, questionou.

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