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Meu pai matou minha mãe, disse menina de 4 anos que presenciou crime em hospital particular

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Legenda: Shirley Rúbia Gertrudes foi morta pelo ex-companheiro, Rafael Rodrigues Manoel — Foto: Reprodução/Facebook

O homem que matou a ex-esposa dentro de um hospital particular, em Ceilândia, no Distrito Federal, cometeu o crime durante uma consulta médica da filha do casal, uma menina de 4 anos. Shirley Rúbia Gertrudes, de 39 anos, foi assassinada a facadas nesta segunda-feira (14) por Rafael Rodrigues Manoel, de 35 anos.

 

Ao G1, a irmã da vítima, a manicure Girlene Cristina, de 46 anos, afirmou que a sobrinha presenciou o crime e contou aos parentes o que ocorreu dentro do consultório médico. "Ela viu tudo. Ele fazendo, ele correndo. Ela fala: 'Meu pai matou minha mãe'", disse.

 

De acordo com a família de Shirley, a vítima trabalhava como segurança e o casal estava separado há quatro meses. No entanto, o ex não se conformava com a separação. Ele cometeu suicídio após o crime.

 

Os parentes da mulher disseram que o casal tinha uma relação conturbada, que durou seis anos. "Ele ameaçava. Ela sempre me falava por telefone. Dizia que qualquer coisa que acontecesse, tinha sido ele", afirmou Girlene Cristina.

 

A manicure contou que, além da filha de 4 anos, Shirley Rúbia deixou um rapaz de 17 anos. Nas redes sociais, a vítima chegou a fazer uma postagem, em 2018, "pelo fim da violência contra as mulheres".

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Shirley Rúbia Gertrudes e Rafael Rodrigues Manoel chegaram juntos com a criança, para a consulta da filha. Testemunhas contaram à Polícia Civil que viram os dois discutindo na sala de espera.

 

Conforme a assessoria do Hospital São Francisco, a vítima e o ex-marido entraram juntos no consultório e "em determinado momento, o homem saiu". Pouco minutos depois, voltou com uma faca e atingiu a esposa.

 

"O médico e a filha do casal presenciaram o crime", disse a assessoria.

 

Depois atacar a esposa, o suspeito deixou o hospital e se matou. Ele foi encontrado na casa onde morava com os pais, em Samambaia, a cerca de sete quilômetros do local do crime.

A delegada da Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam II), Adriana Romana, disse que o médico que realizava consulta entrou em estado de choque ao presenciar o crime. Mas, mesmo assim, chegou a providenciar socorro.

 

"Ela [Shirley] foi pro centro cirúrgico. Mas eles não conseguiram salva-lá."

 

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A filha do casal foi atendida pelo departamento psicológico da unidade de saúde. A delegada afirma ainda que, mesmo com os relatos sobre o relacionamento do casal, não foi encontrada ocorrência ou medida protetiva envolvendo Shirley Rúbia Gertrudes. A investigadora afirma que o caso é tratado como feminicídio.

 

Como e onde denunciar violência contra mulheres?

 

Em meio à pandemia ao novo coronavírus, a Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) tem canais de atendimento que funcionam 24 horas. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:

 

 

Delegacias – que são consideradas serviço essencial – continuam funcionando normalmente. Trinta delas atendem em regime de plantão ininterrupto de 24h.

 

O DF tem duas Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer unidade.

 

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva à Justiça.

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Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.

 

  • Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
    Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
    Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212
  • Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
    Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
    Telefone: (61) 3207-7391
  • Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
    Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
    Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
  • Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
    Contato: 3190-5291
  • Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
    Contato: 180

 

Fonte: G1 DF

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