OPERAÇÃO OVERPAY

Operação que resultou em prisão de ex-secretário investiga contrato de R$ 25 milhões; veja nomes dos envolvidos

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Na decisão que autorizou a deflagração da Operação Overpay, que apura desvios da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o juiz João Bosco da Silva Soares, do Núcleo de Inquéritos Policiais, revelou que a empresa LG Med Serviços e Diagnósticos Ltda, que tem como proprietário o médico ex-secretário-adjunto de Saúde da capital, Luiz Gustavo Raboni Palma (preso preventivamente), fechou com contrato de R$ 25,9 milhões com a Prefeitura. 


Além disso, o magistrado afastou das funções o ex-secretário municipal de saúde, Guilherme Salomão dos Santos e os gestores de contratos da Pasta, Wille Marcio Nascimento Calazans e Flávia Guimarães Dias Duarte, bem como suspendeu estes nomes de eventuais futuras nomeações. Ele também determinou o sequestro judicial de bens imóveis e indisponibilidade de bens em posse dos envolvidos no valor de R$ 241.017,51.

A operação foi deflagrada nesta segunda-feira (17) e apura, dentre outras, contrato de R$ 25,9 milhões firmados com a Prefeitura pela LG Med que, conforme revelou a decisão, sequer possui sede física instalada em Cuiabá.

Elementos colhidos durante as investigações demonstraram que o Contrato nº 492/2022/PMC, firmado em decorrência do Chamamento Público e Processo Administrativo, foi celebrado entre a empresa credenciada Luiz Gustavo Raboni Palma ME (LG Diagnósticos) e a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, com vigência de doze meses, no valor total de R$ 25.923.600,00.

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Segundo a decisão, o contrato foi para credenciamento de pessoas jurídicas especializadas para a prestação de serviços médicos plantonistas diurno e noturno para suprir as necessidades das Upas Morada do Ouro, Pascoal Ramos e Leste e Oeste. No entanto, o Contrato, consistia na prestação de serviços somente para as unidades da Morada do Ouro e Pascoal Ramos.

Além disso, outras irregularidades foram constatadas, como série de alterações do endereço da empresa assim como que nos endereços cadastrados, a citada pessoa jurídica não possui sequer uma sede física instalada.

A servidora fiscal do contrato, no dia 16/12/2022, por meio do Relatório Mensal dos Serviços Executados da unidade UPA SUL PASCOAL RAMOS, atestou que os serviços constantes na Nota Fiscal nº 27, relacionados ao período de 20 a 30 de novembro não foram executados de acordo com as especificações contratuais pactuadas e dentro do padrão de qualidade aceito pela Administração, conforme a cláusula contratual.

“O requisito da contemporaneidade é inconteste, visto que nos meses de novembro e dezembro de 2022 e janeiro de 2023, foram autorizados e efetuados pagamentos indevidos, por serviços que não foram prestados ou serviços prestados em quantidades inferiores, em favor da empresa LG MED SERVIÇOS E DIAGNÓSTICOS LTDA, de propriedade do investigado LUIZ GUSTAVO RABONI PALMA, culminando assim, no desvio de verbas públicas em favor do proprietário da empresa”, diz trecho do relatório policial.

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Consta ainda da decisão que os pagamentos foram feitos pela prestação de serviços médicos que, inclusive, sequer comparecem as unidades hospitalares, “havendo ainda situações em que a empresa recebe valores além dos serviços executados”.

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Diante disso, os Delegados de Polícia sustentam que os elementos de informação colhidos durante as investigações apontam fortes indícios de autoria e materialidade de infrações penais praticadas pelos agentes públicos, cujo objetivo é o desvio de verbas públicas, configurando, em tese, peculato, associação criminosa, modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo e falsidade ideológica.

O magistrado, então, autorizou a operação e, inicialmente, deferiu o pedido de prisão preventiva em face de Luiz Gustavo e afastou de suas funções os outros servidores citados.

Ele também determinou o sequestro judicial de bens imóveis e indisponibilidade de bens em posse dos envolvidos no valor de R$ 241.017,51. 

 

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