Em Mato Grosso, existem 27 presos com penas que superam os 100 anos de prisão, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais(Senappen). Deste total, seis têm penas individuais com mais de 200 anos de reclusão. Na “bagagem criminal”, carregam condenações por homicídios, organização criminosa, roubos, formação de quadrilha. Entre os bicentenários em penas estão réus do grupo de extermínio “Mercenários”: José Edmilson Pires dos Santos, Claudiomar Garcia de Carvalho e Helbert de França Silva.
Ainda estão entre os “recordistas” o ex-pistoleiro de João Arcanjo Ribeiro, Hércules de Araújo Agostinho; Ronaldo Dalmoneck, vulgo “Sula”, integrante do grupo de extermínio responsável pela chacina de Taquaruçu do Norte, ocorrida em 2017, em Colniza; e Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, fundador do Comando Vermelho em Mato Grosso (CV/MT). Os crimes cometidos são considerados hediondos, que é o crime que, por sua natureza, causa repulsa.
O crime hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia, fiança e liberdade provisória. São considerados hediondos tortura; tráfico de drogas; terrorismo; homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, homicídio qualificado; latrocínio; extorsão qualificada pela morte; extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; estupro e outros.
ENTRE OS MAIS TEMIDOS
Fundador da principal facção criminosa em Mato Grosso, Sandro da Silva Rabelo soma mais de 205 anos de prisões, com 15 condenações por crimes como roubos, sequestro, latrocínio, assalto a banco, associação para o tráfico, organização criminosa, entre outros. Atualmente, está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e, pelo cálculo de pena, terá direito à progressão de regime em 2045. Seu histórico criminal começa desde 1991, quando tinha 25 anos.
Contabiliza 10 prisões, entre flagrantes, preventivas e recapturas. Escapou da cadeia oito vezes. Em 2000, foi preso quando assaltou um banco em Várzea Grande e, no mesmo ano, fugiu. Entre as recorrentes fugas, uma foi pela porta da frente do presídio, levando inclusive as armas dos policiais. A última prisão foi em 2005. Ficou cerca de 6 meses em um presídio de São Paulo. Ao voltar para Mato Grosso, foi levado para Água Boa (730 km ao leste), onde liderou a rebelião em que cometeu um assassinato. Foi transferido para presídios de segurança máxima e, em 2019, retornou em definitivo para a PCE. Atrás das grades, continua liderando e arregimentando “soldados” na facção que mais cresce no Estado.