ECONOMIA

Dilma diz que vai buscar ‘financiamentos inovadores’ nos Brics

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Ex-presidente assumiu o posto formalmente nesta quinta-feira (13)
Ricardo Stuckert
Ex-presidente assumiu o posto formalmente nesta quinta-feira (13)

A ex-presidente Dilma Rousseff declarou nesta quinta-feira (13), ao assumir formalmente a posse do NBD (Novo Banco de Desenvolvimento) , o banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que irá buscar “modelos de financiamento inovadores”. Também na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu reduzir a dependência do dólar americano.

“Captaremos recursos nos mais diversos mercados mundiais, em diferentes moedas como o reminbi [moeda chinesa], o dólar e o euro”, declarou em seu discurso. “Buscaremos ainda financiar nossos projetos em moedas locais, privilegiando os mercados domésticos. Nosso objetivo é construir alternativas financeiras robustas para os países membros.”

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Dilma declarou ainda que “promoverá inclusão em toda e qualquer oportunidade” e não vai dificultar, impondo condições financeiras, a concessão de financiamentos, uma vez que a instituição “surge como uma verdadeira plataforma de cooperação de economias emergentes, em que as condicionalidades não fazem parte do menu de soluções.”

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Ela destacou que o banco dos Brics “é uma instituição parceira do Brasil e de todos os países membros no objetivo de combater a pobreza, superar as desigualdades e promover um desenvolvimento compartilhado” que busque um mundo mais sustentável.

“Reafirmo aqui o compromisso do NDB na mobilização de recursos para investimento em energia limpa e eficiente, infraestrutura de transporte, de água e saneamento, proteção ambiental, infraestrutura social e infraestrutura digital”, adicionou.

O grupo que representa os Brics têm mais de três bilhões de habitantes e US$ 25 trilhões em PIB, ou 40% da população mundial e cerca de um quarto do PIB global.

Dilma disse ainda que o banco dos Brics não pode alcançar seus objetivos se agir sozinho. É preciso, segundo ela, “buscar constituir parcerias com os bancos nacionais de desenvolvimento, bancos multilaterais e regionais, bem como as demais instituições financeiras e agências das Nações Unidas”.

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Ela disse que o NDB “precisa apoiar projetos que sejam críticos para reduzir a desigualdade e melhorar o padrão de vida das imensas comunidades pobres e excluídas do acesso à moradia, à educação e à saúde”.

O banco foi criado em 2015 com a esperança de diluir a concentração de empréstimos feitas por organismos multilaterais que contam com forte influência dos Estados Unidos, por meio do Banco Mundial e do Banco Intramericano de Desenvolvimento (BID).

O capital do NBD é de US$ 50 bilhões, havendo autorização para chegar a US$ 100 bilhões. Até hoje, o Brasil já foi beneficiado com financiamentos de US$ 6 bilhões, entre eles, em projetos como a expansão da rede de água e esgoto de Pernambuco, obras para mobilidade urbana em Sorocaba (SP) e melhorias no sistema de transportes urbanos de Curitiba. Em 2020, o NBD empresou ao Brasil 4,5 bilhões de dólares, em 2021 foram US$ 5,2 bilhões e em 2022 a cifra atingiu US$ 6 bilhões.

O foco dos desembolsos do banco dos Brics é em projetos de infraestrutura, saneamento, energia, infraestrutura digital e social.

No site oficial, o Novo Banco de Desenvolvimento diz que seu intuito é “financiar projetos e inovar em soluções sob medida para ajudar a construir um futuro mais inclusivo, resiliente e sustentável para o planeta”.

Fonte: Economia

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