ECONOMIA

Educação financeira contribui para a saúde mental

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O estresse financeiro – tensão emocional e psicológica relacionada a preocupações com o dinheiro – é um dos fatores que impactam diretamente o bem-estar das pessoas e pode afetar de forma negativa o cotidiano.  Isso é o que aponta a edição mais recente do relatório “Raio-X do Investidor Brasileiro”, divulgado pela Anbima, ao mostrar que 52% dos brasileiros deram as maiores notas da escala (entre 8 e 10) quando questionados sobre o quanto as preocupações com despesas, falta de dinheiro e não pagamento das contas são motivos de estresse. Em relação à saúde mental, 53% dos entrevistados reconheceram que se sentem constantemente cobrados e sob pressão por conta dos gastos, e 39% afirmaram que não conseguem dormir devido à preocupação com as finanças pessoais.

Com capacidade de gerar transtornos de ansiedade e depressão e impactar na saúde física das pessoas, provocando insônia, dores de cabeça, hipertensão, entre outros malefícios, o estresse financeiro também pode afetar negativamente as relações sociais.  Ainda de acordo com a pesquisa, quando feito um recorte social, observa-se que essa realidade é ainda mais latente nas classes D/E. Isso porque, 61% desse público disseram que se sentem constantemente cobrados e sob pressão por seus gastos, 54% reconheceram que não têm boas noites de sono devido às preocupações financeiras, 44% admitiram ter discórdias em casa por problemas financeiros, e 31% assumiram que o dinheiro já foi motivo de briga com amigos e familiares.

Pare evitar esse cenário, o Sicredi auxilia associados e as comunidades onde está presente na busca e manutenção de uma relação saudável com o dinheiro. Neste mês, marcado pela campanha internacional Setembro Amarelo, que evidencia a importância do olhar atento e acolhedor para o bem-estar psicológico, falar sobre educação financeira também é uma maneira de auxiliar no aumento do bem-estar das pessoas e atenuar as questões que abalam a saúde mental.   Para se ter uma ideia, o cenário atual de endividamento dos brasileiros é preocupante, com um contingente perto de 60 milhões de pessoas nesta situação. “Desta forma estamos dizendo que cerca de 30% da população podem estar enfrentando questões como ansiedade, estresse, depressão e problemas nas relações conjugais”, pontua o consultor de Desenvolvimento do Cooperativismo do Sicredi, Eber Ostemberg. Ele complementa dizendo que problemas relacionados ao dinheiro são a segunda maior causa de divórcios no Brasil. “Isso reflete nitidamente a necessidade de se ter uma vida financeira sustentável, para uma melhor qualidade de vida”, resume.

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Sustentabilidade financeira
E como conquistar essa vida financeira saudável e desenvolver um bom relacionamento com o dinheiro?  De acordo com o consultor, o primeiro passo é listar as receitas e despesas mensais, fixas e variáveis, para se ter uma visão completa de como está a situação atual e se algum hábito precisa ser modificado. “Isso permite que se tenha uma fotografia da vida financeira e, a partir disto, é possível tomar as decisões necessárias, seja a reorganização financeira, a liquidação de dívidas ou a identificação de despesas que estejam a estar sugando o orçamento ou ainda, numa situação mais positiva, iniciar ou melhorar a reserva financeira”, exemplifica.

Dessa forma, estabelecer um orçamento mensal que seja realista e que considere as necessidades e objetivos individuais é fundamental. Eber ressalta ainda que a criação de um fundo de emergência, ou seja, uma reserva financeira, proporciona uma rede de segurança que reduz a ansiedade financeira em momento de necessidade e imprevistos.  “Uma reserva de emergência é indispensável para se ter uma saúde financeira sólida, pois a pessoa fica amparada no enfrentamento de desafios financeiros. O ideal é poupar o equivalente a até seis meses de despesas. O montante deve ser suficiente para cobrir gastos como aluguel, contas essenciais, alimentação e saúde”.

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A educação financeira tem um papel de destaque para isso. Compreender conceitos básicos como juros, inflação e investimentos pode auxiliar na tomada de decisões e no estabelecimento de metas financeiras. Com essa finalidade, o Sicredi desenvolve diversos trabalhos de consultoria e orientação aos associados e não associados de todas as faixas etárias, por meio de programas como Cooperação na Ponta do Lápis e Jornada de Educação Financeira nas Escolas.

Para além disso, disponibiliza outras ferramentas que ajudam nessa jornada. Em sua plataforma de educação financeira, o Sicredi disponibiliza o índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB), da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que fornece diagnóstico e parecer de saúde financeira, e conteúdo que auxiliam na jornada financeira.

“O Sicredi tem trabalhado em diversas frentes para auxiliar as pessoas a terem uma vida financeira mais sustentável. O dinheiro é uma parte real e importante do nosso dia a dia e a forma como lidamos com ele pode ter um impacto positivo ou negativo em nossa qualidade de vida. Isso depende dos nossos hábitos e do nosso comportamento em relação ao dinheiro”, finaliza o consultor.

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Lucas do Rio Verde

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