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Histórias curiosas das semifinais do passado da Copa do Mundo

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Garrincha, Gascoigne, Thuram, Ronaldo e Cannavaro estão presentes nesta retrospectiva da FIFA.
FIFA
  • O calção de um jogador caiu quando ele estava prestes a bater um pênalti

  • Um presidente que interveio para que alguém pudesse jogar na final

  • Garrincha, Gascoigne, Thuram, Ronaldo e Cannavaro foram destaque nas semifinais

França-1938

A Itália venceu o Brasil por um apertado 2 a 1 para chegar à final, e Giuseppe Meazza marcou o gol da vitória de pênalti. No momento decisivo, porém, não foi só o nervosismo que ele precisou controlar.

Quando se preparava para a cobrança, o elástico do calção, que tinha se rasgado antes durante o jogo, estourou. O jogador da Internazionale de Milão então segurou a peça do uniforme devidamente com uma das mãos, enquanto mandava a bola para o fundo da rede do goleiro Walter, um especialista em penalidades máximas.


Chile-1962

Garrincha deveria ser o inimigo número 1 em Santiago. O imparável ponta atormentou os zagueiros com seus dribles hipnóticos, marcou dois gols, deu o passe para outro e foi expulso na vitória do Brasil sobre os anfitriões por 4 a 2. Ainda assim, os chilenos voltaram para casa como fãs da “Alegria do Povo”.

Quando descobriram que o cartão vermelho o deixaria suspenso para a final, se desatou a indignação pública. Ninguém menos do que o presidente do Chile, Jorge Alessandri, liderou a petição para que Garrincha pudesse atuar na decisão. Ele acabou sendo bem-sucedido – uma virada que a Tchecoslováquia lamentaria.

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Espanha-1982

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O goleiro alemão Toni Schumacher saiu disparado de seu gol e se atirou com toda a força contra Patrick Battiston. O camisa 3 francês, que estava em campo fazia poucos minutos, quebrou dois dentes, fissurou três costelas e sofreu dano em uma vértebra, e ainda assim o número 1 da Alemanha não foi punido. Para aumentar a fúria francesa, Schumacher, mostrando desconsideração pelo adversário atingido, agiu com impaciência enquanto Battiston era tratado por vários minutos, antes de ser carregado de maca para fora de campo.

O alemão acabaria fazendo duas defesas na decisão por pênaltis, parando as cobranças de Didier Six e Maxime Bossis, o que garantiu a vaga para a Alemanha Ocidental na decisão no Estádio Santiago Bernabeu.

Itália-1990

O país que deu ao mundo a “Beatlemania” foi tomado pela “Gazzamania”. Paul Gascoigne vinha fazendo atuações eletrizantes, comandando a Inglaterra até a semifinal pela primeira vez em 24 anos. Ao levar um cartão amarelo aos 8 minutos da prorrogação contra a Alemanha Ocidental e se dar conta de que estaria fora da final se os ingleses se classificassem, “Gazza” caiu no choro. “Quando era criança e ainda estava nas equipes de base do meu clube, todas as noites sonhava em jogar futebol na Copa do Mundo. Vivi esse sonho na Itália. Quando recebi o cartão amarelo, sabia que aquilo tinha acabado”, diria Gascoigne mais tarde. “Meu coração ficou em pedaços”, disse Bobby Robson, então treinador da seleção inglesa. “Percebi imediatamente que era o fim para o Paul Gascoigne, que ele estava fora. Era uma tragédia para ele, para mim, para a equipe, para o país e para todo o futebol, porque ele era bom demais e tinha sido espetacular naquele jogo especificamente”. O incidente, porém, fez a popularidade de Gascoigne disparar. “Antes de Paul Gascoigne, alguém já tinha se tornado herói nacional e milionário na certa por chorar? É fantástico. Chore e o mundo chorará com você”, expressou um artigo do jornal britânico The Independent.


França-1998

Lilian Thuram só marcou em um único dos 142 jogos que disputou pela seleção francesa e mal tinha balançado a rede pelos clubes que defendeu nos sete anos desde que tinha se tornado profissional. No entanto, incrivelmente, ele fez dois gols na semifinal da Copa do Mundo daquele ano, disputada em casa. O lateral-direito parece ter escolhido o momento perfeito para fazer as vezes de matador: marcou um com o pé direito e outro com o esquerdo e deu a virada para a França sobre a Croácia por 2 a 1. “Minha mãe estava na arquibancada”, conta Thuram. “Disseram que o filho dela tinha marcado o primeiro gol. Ela não conseguia entender. Quando disseram que eu tinha marcado de novo, ela desmaiou. Não estou brincando”. Curiosamente, quando a França enfrentou o Paraguai nas oitavas de final, as casas de apostas pagavam 40 vezes o valor da aposta em um gol de Thuram a qualquer momento – era mais de 6,5 vezes do que o prêmio por um gol do goleiro adversário, José Luis Chilavert (que pagava 6 por 1).

“Ninguém parava de falar da lesão na minha perna, perguntando se eu conseguiria jogar a semifinal”, relembrou Ronaldo, falando sobre os dias seguintes à vitória brasileira sobre a Inglaterra nas quartas de final, da qual saiu mancando. “Estava cansado de ouvir falar daquilo. Então, cortei meu cabelo daquele jeito, perguntei aos meus companheiros o que achavam e eles disseram: ‘Está horrível! Você não pode deixá-lo assim’”.

“Pensei: ‘Isso deve servir’. Como era esperado, os jornalistas esqueceram da minha lesão imediatamente. Tudo que faziam era perguntar sobre o meu cabelo. Consegui relaxar”.

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Aliviado pelas tesouras de Dida, o goleiro reserva, Ronaldo marcou o único gol da Seleção Brasileira contra a Turquia e pôs o Brasil na final. “Era horroroso!”, admitiu mais tarde. “Peço desculpas a todas as mães que viram os filhos escolherem o mesmo corte”.

Alemanha-2006

Se fosse pela altura (1,76 m), Fabio Cannavaro bem que poderia substituir o compatriota Frankie Dettori, um jóquei baixinho e famoso entre os fãs do turfe na Inglaterra. Por outro lado, Per Mertersacker, com seu 1,98 m e apelidado pelos britânicos de “BFG” (título em inglês do livro O BGA, o Bom Gigante Amigo, do reconhecido escritor infantil Roald Dahl), poderia se dar bem nas quadras de basquete ao lado do compatriota Dirk Nowitzki, ex-ala-pivô do Dallas Mavericks.

Apesar disso, no gramado do Estádio da Vestfália, a lógica foi desmentida. Cannavaro superou a diferença de 22 centímetros de altura e ganhou uma disputa de cabeça com o atacante após um lançamento pelo alto nos descontos do segundo tempo da prorrogação.

O capitão da Itália então correu atrás da bola após a própria interceptação, afastou de cabeça antes da chegada de Lukas Podolski e deu início ao contra-ataque, que terminou com Alessandro Del Piero marcando o gol mais tardio em jogos da Copa do Mundo, para garantir a passagem da Azzurra para a final.

Fonte: Agência Esporte

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