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2 pais adotam casal de gêmeos e vivem história de puro amor.

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O casal vive em Sinop (a 500 km) e está junto há cinco anos. O desejo de adotar uma criança fez com que decidissem em 2015 assinar contrato de união estável. Em 2016 entraram para fila de adoção. Na ficha do perfil não colocaram nenhuma exigência e oito meses depois foram chamados pelo Fórum da Comarca para participar de uma audiência compartilhada, uma espécie de mutirão do Poder Judiciário.

Lá receberam a proposta de adotar não uma, mas duas crianças. O casal de gêmeos havia sido rejeitado pela mãe e pai biológicos, em uma história de desestrutura familiar, uso de drogas e negligência. “Fomos o quarto casal a quem os gêmeos foram apresentados. Os três casais heteros anteriores rejeitaram as crianças por serem negras”.

Daniel e Rodrigo conheceram os filhos aos seis meses de vida. Era uma sexta-feira. Na segunda a família já estava reunida. “Foi amor à primeira vista. Só tivemos o final de semana para preparar o quartinho, mamadeira e roupinhas. Graças a Deus, muitos amigos ajudaram e pudemos ficar juntos logo”, lembra Daniel.

A fase de adaptação com um recém-nascido em casa foi semelhante a de outras famílias. Muitas noites mal dormidas, cólicas, idas ao pediatra. Mas o casal se saiu bem. Nem Daniel, nem Rodrigo sabiam sequer trocar fraldas, mas agora são experts. A fase do nascimento dos primeiros dentinhos também foi difícil, mas nada que com muito amor e paciência não seja superado.

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A maior dificuldade veio quando aos oito meses, o menino se desenvolvia, comia de tudo e começa a falar, mas a menina era bem quieta. “O pediatra disse para termos calma, não ficar comparando os dois”, explicou um dos pais. “Mas quando os gêmeos completaram um ano descobrimos que Maria Luíza tinha uma paralisia do lado direito, decorrente da má assistência durante o parto”.

“Foi amor à primeira vista. Só tivemos o final de semana para preparar o quartinho, mamadeira e roupinhas. Graças a Deus, muitos amigos ajudaram e pudemos ficar juntos logo”

Daniel Coutinho

O diagnóstico não abateu a família. Pelo contrario, deram mais garra, os pais foram atrás de tratamento e escreveram um e-mail relatando todo o histórico da menina a representantes do Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, referência em assistência especializada em reabilitação na América Latina. “Eles ficaram sensibilizados e aceitaram o caso de Maria Luíza”.

Hoje a menina senta sozinha, bate palmas e a expectativa é que com mais um ano de tratamento esteja andando. “Ela teve uma super evolução. Só que as atividades de terapia são de domingo a domingo”, diz Daniel.

Os tratamentos são privados e, após uma disputa judicial, cobertos pelo plano de saúde. Entre eles está o Pedia Suit (terapia intensiva com macacão terapêutico ortopédico), Cuevas Medek Exercises (exercícios dinâmicos e desafiadores contra a gravidade), Equoterapia (terapia que utiliza o cavalo), terapia ocupacional e fonoaudiologia. “Só para se ter uma ideia a sessão do Cuervas sai a R$ 420 cada”.

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Apesar das batalhas diárias, os papais dizem que os gêmeos foram as melhores coisas que aconteceram e aconselham aos interessados em adotar a lutarem pelos seus sonhos, pois o mais importante é o amor e a vontade de cuidar de outro ser. “Sempre desejamos formar uma família e isso que vamos passar para nossos filhos. Contar que eles foram presentes de Deus. Que os dois pais se conheceram e decidiram aumentar a família até que e eles chegaram para gente”.

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O casal já quebrou vários tabus em Sinop, que tem 135.874 habitantes, segundo estimativa do IBGE de 2017, e espera continuar quebrando. No ano passado batizaram as crianças na catedral da cidade e agora o vídeo da família circula das redes sociais. Daniel, como é dito no vídeo, acredita que o amor nunca falha, mesmo em períodos conturbados e que discursos de ódio ganham parcela da população por meio de candidaturas conservadoras. “O amor vai estar sempre acima de qualquer discurso político eleitoral”.

 

FONTE RD NEWS

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