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Blitzes com sistema leitor de placas foram suspensas por motivo político, afirma delegado

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O titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, lamentou a decisão, ao qual chamou de política, de suspender as operações feitas com os OCR, aparelhos que fazem a leitura automática de placas. Segundo ele, ações deste tipo são “impopulares” e “não geram votos”. A crítica se dá pelos benefícios apontados com o uso o equipamento, que dá maior dinamismo às blitzes.

“O próprio presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) disse que mais de 50% da frota de veículos em Mato Grosso está irregular. A OCR [Optical Character Recognition] veio para coibir isto. É vergonhoso Mato Grosso ter um índice tão alto. Como as ações de fiscalização deste tipo são bastantes tímidas, o equipamento veio para compensar isto”, explicou o delegado.

O presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Gustavo Vasconcelos, revelou que o Estado tem aproximadamente R$ 500 milhões para receber de licenciamento de veículos que não foram pagos. Conforme o mandatário do órgão, em média, a cada dois carros que passam na rua, um está irregular.

“Infelizmente, ações de fiscalização são impopulares e geralmente não surtem em votos. Isso acabou fazendo com que, politicamente, o projeto não recebesse o apoio das autoridades políticas, que deveria. Sendo assim foi relegado a segundo plano. Infelizmente, por motivos políticos, as ações foram abortadas”, completou o delegado Christian Cabral.

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Em setembro do ano passado, o Olhar Direto havia noticiado o sumiço das operações. Na ocasião, uma fonte ouvida pela reportagem apontou que as blitzes tiveram fim após a polêmica operação chegar em uma região nobre da capital mato-grossense. A última delas aconteceu em uma das saídas de Cuiabá, em direção ao Distrito de Nossa Senhora da Guia, uma região onde existem diversos condomínios de luxo.À época, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou em nota que desde então, os kits permaneceram sob a cautela da Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar, nas suas fiscalizações policiais diárias e de trânsito, com emprego nas ações de segurança de tráfego. “Acrescentamos que a utilização rotineira pelas instituições de segurança não inviabiliza o contrato de locação dos equipamentos”.

Também foi prometido um novo formato de blitzes com o uso do aparelho, o que não se concretizou até o momento.

Os bloqueios com utilização de OCR, denominados Operações Integradas de Trânsito, tiveram início no final de 2017, com a realização de quatro operações na capital. Em 2018, essas operações foram realizadas em outros cinco municípios.

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Período eleitoral

A Pasta ainda negou que o período eleitoral de 2018 tenha motivado a suspensão das blitzes com os sistemas OCRs. “As multas são originadas de diferentes fontes, não somente com a utilização de OCR. A fiscalização permanece sendo feita de forma individualizada pelas instituições da Segurança Pública”.

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Vale lembrar que, na época em que as blitzes começaram a ser feitas, diversos condutores da capital mato-grossense reclamaram da ação. Vários veículos foram apreendidos por estarem irregulares.

Em uma das blitzes, realizada em janeiro deste ano, na avenida Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), em Cuiabá, foram 65 veículos abordados, 58 autuados e 42 removidos para regularização. Dos 940 veículos que passaram pelo local 119 foram identificados com irregularidades.

Sistema OCR

O OCR (Optical Character Recognition) [tecnologia de leitura ótica de caracteres] é capaz de ler várias placas em um curto espaço de tempo, auxiliando as autoridades a fiscalizar o transito de maneira eficaz. O equipamento checa, de maneira veloz, se o veículo é produto de roubo/furto ou tem alguma irregularidade que não o permita circular. As informações são recebidos em um tablet pelos agentes de segurança pública.

Olhar Direto

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