Brasil fecha mais de 400 mil empresas no 1º semestre de 2023; veja dados

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre de 2023, superando as expectativas do mercado e impulsionando as previsões para a economia nos próximos meses.

No entanto, o país enfrenta desafios significativos, e um dos indicadores mais preocupantes é a diminuição do número de empresas no Brasil nos primeiros seis meses do ano. De acordo com um levantamento realizado pela Contabilizei, com base em registros do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da Receita Federal, o Brasil perdeu 427.934 empresas entre micro, pequeno, médio e grande porte no primeiro semestre de 2023. Esse resultado representa um saldo negativo entre as empresas abertas e fechadas no país, excluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs).

Os dados também revelam que o fechamento de empresas tem superado a abertura desde o quarto trimestre de 2021, com a abertura de 2,08 milhões de empresas e o fechamento de 2,83 milhões nesse período. Um dos setores mais afetados é a indústria, que registrou três vezes mais empresas fechadas do que abertas no segundo trimestre de 2023.

No total, foram criadas 7.810 empresas industriais, enquanto 25.151 foram encerradas. A indústria enfrenta um saldo negativo desde o terceiro trimestre de 2021. No setor do comércio, houve 129.515 fechamentos no segundo trimestre de 2023, em comparação com 61.685 aberturas. Já os serviços fecharam 196.651 empresas e abriram outras 133.836 no mesmo período.

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Guilherme Soares, vice-presidente de aquisição e receita da Contabilizei, comentou: “Foi um período que trouxe várias dificuldades impostas à gestão financeira das empresas, além de um alto nível de endividamento da população. Até o reaquecimento do mercado de trabalho formal faz empreendedores voltarem ao trabalho assalariado”. No entanto, nem tudo é sombrio. Outro levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela que as micro e pequenas empresas criaram cerca de 710 mil vagas de trabalho no primeiro semestre, impulsionando a criação de empregos formais no país.

Esses números correspondem a aproximadamente 70% do total de vagas com carteira assinada geradas no período, demonstrando o papel fundamental desempenhado pelas empresas de menor porte na economia brasileira. O quadro se assemelha ao registrado nos primeiros semestres de 2021 e 2022, indicando a resiliência desse setor em face dos desafios econômicos.