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CCBB RJ recebe estreia do musical Salvador, Anoiteceu e é Carnaval

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O Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) recebe na noite do próximo dia 2 de março a estreia nacional do espetáculo musical Salvador, Anoiteceu e é Carnaval, tendo como protagonista o ator Paulo Verlings e direção de Vilma Melo. A temporada se estenderá até 2 de abril e tem patrocínio do Banco do Brasil. Privilegiando a acessibilidade do público, além dos lugares para cadeirantes, haverá uma sessão com intérprete de Libras. Os ingressos têm preços populares de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site. Estudantes, maiores de 65 anos e clientes Ourocard pagam meia entrada.

Concebida pela dramaturga Marcéli Torquato, a peça tem duas versões, sendo uma de quarta à sexta-feira, às 19h30, para o público a partir de 14 anos de idade; e aos sábados e domingos, às 16h, com classificação livre. “É um espetáculo para a família”, destacou Marcéli, em entrevista hoje (23) à Agência Brasil.

As músicas do espetáculo têm base no aché music, “são famosas e conhecidas”, disse Marcéli Torquato. Embora a trilha musical não faça parte do repertório das crianças, em particular, “elas fazem muito parte da vida dos pais e das mães. Acho que vai ser gostoso”, comentou. A trilha sonora é composta de músicas baianas de todas as épocas, destacando Caetano Veloso, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Chiclete com Banana, Ara Keto, Luiz Caldas, Gerônimo, Timbalada, Armandinho, Dodô e Osmar, entre outros nomes.

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O elenco multirracial é composto por oito atores e atrizes (Paulo Verlings, Aline Carrocino, Carolina Pismel, Ester Dias, Jorge Florêncio, Nando Brandão, Patricia Elizardo e Udylê Procópio) e quatro músicos: Guilherme de Menezes (guitarrista e violonista), João Marcos Freitas (baterista), Leandro Vasques (baixista) e Raoní da Silva (percussionista).

Fábula

O texto foi encomendado à Marcéli Torquato por Paulo Verlings, idealizador do projeto, que levou a ideia que o espetáculo se passasse no carnaval baiano, cujo protagonista se chamasse Salvador, e fosse uma história de amor. “Não é uma peça que fale historicamente sobre carnaval, com dados e fatos. É uma fábula, um universo inventado dentro de uma cidade chamada Ermo, que abriu as portas para a pressa, onde ninguém tem tempo e não há um bem cultural. O bem cultural de Ermo é o trabalho”, revelou a autora do espetáculo.

Rio de Janeiro (RJ) - Espetáculo Rio de Janeiro (RJ) - Espetáculo

Salvador, Anoiteceu e é Carnaval, por Paula Kossatz/Divulgação

O protagonista chega nessa cidade em busca da namorada que sumiu no dia do casamento. “Aí, começa uma jornada, tanto para encontrar esse amor, como para tentar resgatar a cidade da pressa, da falta da poesia, de música. Nessa cidade não tem música, ninguém canta, ninguém dorme, ninguém morre, ninguém nasce. É uma cidade parada no tempo”. Marcéli contou que a tirana que levou a cidade de Ermo a essa situação acha que a cidade avança. Mas, aos olhos de Salvador, a cidade está parada, congelada. A peça faz um paralelo com a vida da maioria das pessoas, cujos dias parecem iguais, com repetição do acorda, trabalha, come, dorme, de modo incessante. Marcéli considerou que, talvez, “dentro dessa perspectiva, a gente esteja de alguma forma congelados, sem mistério, sem surpresa, sem acaso”. Ou seja, os dias se repetem iguais para as pessoas que afirmam não ter tempo.

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Outro detalhe da peça é que os corações dos cidadãos de Ermo não fazem tundum, aludindo ao som do tambor e ao carnaval, mas tictac, da contagem do tempo. Em algum momento do espetáculo, Salvador consegue descobrir o mistério que cerca aquilo e os corações dos moradores começam a bater normalmente. “Quando os corações dos moradores de Ermo voltam a fazer tundum, a cidade acorda e eles conseguem vencer a tirana e seu ajudante”. A tirana não tem nome e é conhecida por CEO. O parceiro dela na peça se chama gerente. “Os dois vilões são a CEO e o gerente, fazendo piada com o mundo corporativo”, revelou Marcéli.

Paulo Verlings esclareceu que o espetáculo “surge do meu desejo de trazer à tona questões como: aonde nós estamos colocando o nosso tempo, o nosso trabalho, os nossos sonhos? Que qualidade de vida estamos tendo? Até que ponto a gente perde essa mão? A ideia é trazer essa discussão através dessa fábula, que tem como contraponto popular as músicas do carnaval de Salvador”, disse o ator.

Após a temporada no CCBB RJ, o espetáculo poderá ser visto nos CCBBs Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.

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Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

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