O pedido de perdão feito pelo investigador da Polícia Civil, Ailton Afonso Batista, pela agressão ao idoso Vitalino Xavier Santos, de 91 anos, dentro de uma agência bancária em Cuiabá, não será suficiente para que a vítima e seus familiares esqueçam o episódio que chocou a opinião pública. Por meio de nota pública, assinada pelo advogado Isaque Levi Batista, a família responde afirmando o perdão espiritual a um ato de ‘violência imensurável’, no entanto, espera que a justiça venha à evidência, como forma de desestimular novos atos dessa natureza.
Todas as vezes que fecho os olhos e imagino aquela cena, de um idoso de 91 anos, indefeso, sendo covardemente agredido por um monstro, que se identifica como policial, confesso que involuntariamente escorrem lágrimas de meus olhos, diz a nota, assinalando que as lágrimas representam a dor, revolta como humano, como advogado, como servidor público, e principalmente, como neto ao ver o avô sendo vítima de uma brutalidade imensurável.
Apesar de liberar o perdão, o advogado diz que o pedido de me desacredita, um pedido de perdão forjado e muito bem escrito de alguém cujo histórico denuncia seu desequilíbrio emocional. Alguém, cujo passado se resume em agredir o vizinho com tijoladas na cabeça de forma gratuita e de disparos de arma de fogo contra transeuntes sem qualquer justificativa plausível.
Para Isaque, o pedido de perdão tão somente visa contornar a repercussão e repulsa da sociedade a violência por ele cometida. Um pedido de perdão que subjetivamente tenta vitimizar o agressor; um pedido de perdão eivado de justificativas ao injustificável!
Como cristãos praticamos diariamente a liberação do perdão. Desta forma, oramos para que o agressor jamais passe pelo que estamos passando e ele jamais tenha um filho, avô ou bisavô injustamente acusado, ofendido e covardemente agredido, reforça, destacando que perdoar não significa saciar a sede de justiça, e como tal o agressor terá que arcar com as consequências daquilo que fez. Estamos imbuídos para que ele jamais volte a agredir outra pessoa, seja ela criança, adulto, mulher ou idoso. E para isso faremos uso de todos os mecanismos legais, confiando em nosso judiciário, e principalmente na polícia judiciária civil do estado de mato grosso que indubitavelmente jamais será manchada pela ação deste monstro que se diz policial.
O advogado encerra a nota afirmando que o ocorrido deve ser um momento de aprendizado, de reflexão, e especialmente de aprendizado da cultura de respeito aos idosos, que tanto contribuíram com a população. Tenhamos no desfecho disso, o exemplo de que atos de violência e discriminação contra o idoso não serão admitidos por nossa sociedade, e serão devidamente rechaçados pelos órgãos constitucionalmente admitidos, mostrando que ninguém está acima da lei!
Fonte:Expresso MT