GERAL

Funcionários de terceirizada desligada da BRF fazem manifesto na portaria da empresa

Publicado em

Cerca de 120 funcionários de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a BRF de Lucas do Rio Verde fizeram um manifesto na manhã desta sexta-feira (31) na entrada principal da empresa, situada às margens da MT 449, setor industrial do município. A empresa em que trabalham teve o contrato encerrado com a multinacional de alimentos há 15 dias.

Com cartazes nas mãos, os trabalhadores reclamaram do regime de trabalho, cuja jornada chegava até 11 horas por dia. Adão Fernandes, dono da empresa terceirizada, reclamou durante os 10 anos de contrato com a BRF teve funcionário que chegou a ficar até 24 horas trabalhando. “Muitas vezes trabalho escravo. Até hoje nós trabalhávamos pensando no bem da companhia”, reclamou, citando que a jornada excessiva era necessária para manter a empresa abastecida, já que a terceirizada poderia ser multada em R$ 22 mil caso não suprisse o número mínimo de aves para abate.

O grupo de trabalhadores bloqueou a entrada dos caminhões que abastecem o setor de abate da empresa, impedindo o acesso desses veículos.

Leia Também:  Sob Musk, Twitter faz demissão em massa; empresa é processada

Bloqueio

Com o contrato foi rescindido, Fernandes afirma que houve bloqueio dos repasses e consequentemente dos salários dos terceirizados. “Não tenho como pagar o salário e rescisão deles”, reclama.

 

Frangos doentes

Os trabalhadores também denunciaram que há casos em que animais doentes são encaminhados para abate. Um dos funcionários alega que parte dos carregamentos é feita à noite e não há possibilidade de fazer a seleção. “Dentro do barracão existem animais aptos para abate, mas junto deles estão frangos mortos que não foram retirados, em péssimas condições, principalmente à noite”, reclamou Nelson da Silva.

 

Anúncio

O outro ladoEm nota, a assessoria da BRF confirmou a rescisão do contrato com a terceirizada por discordar, entre outras coisas, de jornadas excessivas de trabalho. A empresa afirma ainda que está tomando as providências para assegurar os direitos trabalhistas da terceirizada. Segue abaixo a nota encaminhada ao ExpressoMT.

 

A BRF não compactua com jornadas de trabalho excessivas e é norma na empresa que contratos, com quaisquer fornecedores onde a prática seja detectada, sejam rescindidos. Para assegurar que os trabalhadores ligados a empresas do grupo El Shaday possam ter seus direitos garantidos, a BRF já acionou a Justiça buscando alternativas que garantam esse pagamento, inclusive com a possibilidade de depósito judicial do saldo de contrato. A decisão foi tomada após denúncias que trouxeram receio de que os funcionários terceirizados não receberiam as verbas rescisórias previstas no contrato. Por fim, a BRF tomará todas as providências legais e contratuais cabíveis para resguardar sua imagem de inverdades que estão sendo propagadas pelo gestor da empresa mencionada. É lamentável que o grupo El Shaday se valha de inverdades para manipular seus funcionários e a opinião pública, numa demonstração clara de desrespeito às pessoas e aos fatos.

COMENTE ABAIXO:
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA