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Grávida de 9 meses pega ‘doença do gato’ e perde o bebê

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Uma jovem de 19 anos, grávida de nove meses, perdeu o bebê devido às complicações causadas pela toxoplasmose, conhecida popularmente como ‘doença do gato’. Ela, que mora com a família em São Vicente, no litoral de São Paulo, foi diagnosticada com a doença no 5º mês de gestação.

A família alega negligência da rede municipal de saúde, mas a prefeitura alega que seguiu todos os protocolos (leia posicionamento ao fim da matéria). Toxoplasmose é uma infecção provocada pelo parasita Toxoplasma gondii, geralmente encontrado nas fezes de gatos, água ou em carne mal cozida, contaminados.

Na maioria das vezes, a infecção não provoca sintomas. No entanto, pessoas que têm o sistema imune enfraquecido ou bebês nascidos de mães que tiveram a infecção durante a gravidez podem ter sintomas graves como dificuldade para respirar, tontura ou confusão mental.

 

No caso de Milena Glória Cardoso, a doença não provocou nenhum sintoma e só foi diagnosticada por meio de um exame de sangue de rotina durante o pré-natal, no 5º mês da gestação. No entanto, os familiares acusam a equipe da rede municipal de saúde, que a atendeu no mês seguinte, de não solicitar a repetição do exame para acompanhar o desenvolvimento da doença.

 

“Avisaram que a gravidez dela era de risco, mas não refizeram o exame quando completou seis meses. Desde então, estávamos nessa correria de ir e voltar do hospital”, contou a prima da jovem, Sabrina Segecs. “Diziam que tinha que esperar pelo parto normal, mesmo que ela estivesse com muitas dores”.

 

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Segundo a parente, a gestante estava “extremamente inchada e sentia muita dor” e, mesmo com sangramentos, a mandaram para casa aguardar até o dia seguinte. “Ela passou a noite inteira sangrando”, contou. Pela manhã de domingo (19), voltaram ao hospital e Milena foi internada.

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Fizeram o exame tococardiografia ante-parto, que verifica as condições do bebê ainda na barriga da mãe. Neste exame, a equipe médica notou que o bebê estava com os batimentos fracos, e optaram por aguardar o parto normal e não induzi-la à cesárea.

Poucas horas depois, o bebê morreu. Na manhã desta segunda-feira (20), Milena foi internada novamente para passar por uma cesárea, para retirar o bebê falecido.

A família registrou um boletim de ocorrência no 3º DP de São Vicente e solicitou o exame necroscópico do bebê no Instituto Médico Legal (IML), para definir as causas da morte.

Contágio antes da gravidez

 

A Secretaria de Saúde informou que a gestante iniciou o pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) Esplanada dos Barreiros, com seis semanas de gestação, e realizou, ao todo, 14 consultas. No primeiro exame foi coletado logo na abertura do pré-natal, no final de janeiro, ela já apresentou toxoplasmose, com IgG e IgM positivos, com avidez alta.

Devido ao resultado do exame, a gestante foi encaminhada para triagem de pré-natal de alto risco. Após avaliação, seguindo protocolo do Ministério da Saúde, por apresentar avidez alta em sorologia colhida antes de 16 semanas, não havia indicação de tratamento ou encaminhamento para pré-natal de alto risco, visto que a infecção foi adquirida antes da gestação.

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Em 27 de julho, a gestante repetiu os exames, mantendo o resultado de toxoplasmose. A Sesau esclareceu que todos os protocolos de atendimento para este caso específico foram seguidos e respeitados durante todo o pré-natal.

Maternidade São José

 

Procurada, a Secretaria da Saúde (Sesau) de São Vicente informou que o óbito do bebê de Milena foi constatado pouco antes da realização da cesárea, no domingo (19). Disse, também, que os exames indicaram que ela contraiu a doença do gato antes da gestação e que todos os protocolos de atendimento foram seguidos. Veja abaixo a nota na íntegra:

“A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), informa que Milena Cardoso, de 19 anos, deu entrada na Maternidade Municipal neste domingo (19), por volta do meio-dia, para controle de vitalidade fetal, devido à idade gestacional de 40 semanas e três dias. A paciente não apresentava sangramento ou perda de líquido.

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Foram realizados cardiotocografia e exame ginecológico, constatando que a paciente não estava em trabalho de parto, mas com taquicardia fetal.

A paciente e sua mãe foram informadas sobre o quadro obstétrico. Em seguida, a gestante foi internada para realização da cesárea.

Após dar entrada no centro obstétrico, antes do procedimento, foi aproximado o sonar na barriga da gestante para auscultar o foco, e constatado que não havia mais batimento cardíaco fetal.

A grávida foi encaminhada para realização de ultrassonografia, que confirmou o óbito fetal e derrame pericárdico.

Milena passou por uma cesárea e segue internada na Maternidade Municipal, acompanhada de familiar

A Prefeitura se solidariza com a dor da família e já se colocou à disposição para mais esclarecimentos”.

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