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Jovem se forma após vender doces em semáforo para pagar faculdade e vira o melhor aluno

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Foi entre os semáforos das ruas de Santos, no litoral de São Paulo, que Erick Jerônimo Ferreira, de 22 anos, vendeu balas e jujubas para realizar o sonho de cursar a faculdade de Educação Física. Atualmente, o jovem já conseguiu finalizar a licenciatura do curso e ganhou o prêmio de melhor aluno.

De acordo com Ferreira, o sonho de fazer Educação Física vem desde o fim do Ensino Médio. E, a primeira vez que resolveu ir para os semáforos, foi para ajudar a família com as contas de casa e conseguir terminar a universidade.

“Começou em 2017 quando estávamos endividados. Eu trabalhava em uma bomboniere, mas ainda precisava de um dinheiro a mais para conseguir cursar a faculdade. Tive a ideia então de comprar doces lá e revender no semáforo. Deu certo, cumpri as minhas obrigações e consegui ajudar minha mãe”, conta.

O rapaz lembra que a rotina era bastante cansativa nos dois anos que vendeu os doces. Mas, isso não fez que ele desistisse, conforme relata. “No início foi difícil. De segunda à sexta eu fazia estágio das 7h às 8h. Trabalhava na bomboniere das 8h30 às 18h30. Depois eu seguia direto para a faculdade”, relembra.

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Aos sábados, ele conta que também trabalhava na bomboniere, mas apenas das 8h30 às 13h. “Depois já começava direto as vendas nos semáforos e seguia até 19h, isso tanto no sábado, quanto nos domingos e feriados”, acrescenta.

Apoio familiar

Inicialmente, o jovem escondeu da mãe que vendias os doces nas ruas. Mas, de acordo com ele, depois de algum tempo ela desconfiou, já que sabia que o filho saía do trabalho aos sábados no período da tarde, mas só retornava depois das 19h para casa.

“Sempre foi só eu, minha mãe e minha irmã. Teve um dia que eu estava com muita moeda no bolso e resolvi contar a verdade. Ela começou a chorar e me abraçou. Minha mãe sempre me apoiou a correr atrás dos meus sonhos, apenas não teve condições de bancar minha faculdade. Ela sempre disse para eu fazer o meu melhor”, conta.

Quando a mãe do estudante soube das vendas dos doces no semáforo, ela fez uma postagem nas redes sociais em homenagem ao filho. A história chegou para muitas pessoas, entre elas, o coordenador de uma academia da cidade, que o convidou para trabalhar no local. Erick então iniciou uma nova fase de sua trajetória, deixando os semáforos no final de 2018.

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Formação

“Em 2018 conclui a licenciatura, mas resolvi seguir cursando o curso em 2019 para completar o bacharelado”, diz. De acordo com o jovem, na formatura da licenciatura, ele foi reconhecido com um prêmio de melhor aluno e com o mérito acadêmico do Conselho Regional de Educação Física.

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Próximo de completar o sonho, o rapaz afirma que nunca teve vergonha de trabalhar vendendo doces no semáforo, pois sabia da importância do seu objetivo. “Acredito que não importa o quão longe suas metas estejam, cada atitude que você tiver deixará você mais perto do sucesso”, finaliza.

Arquivo Pessoal

G1

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