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Mãe e filha separadas há 40 anos se reencontram no DF: ‘Agora a gente vai cuidar uma da outra’

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Pelos últimos 40 anos, uma dúvida dominava a cabeça de Maria Caetano do Nascimento, de 70 anos: “Será que eu vou morrer sem ver minha filha?”. Ela passou quatro décadas procurando a filha, Rosimeire Nascimento Seabra, separada da mãe pelo próprio pai, aos 4 anos de idade.

No último domingo (24), veio a resposta: mãe e filha se reencontraram no Setor Habitacional Pôr do Sol, no Distrito Federal, onde Maria Caetano mora. A reunião foi marcada pela emoção e só se tornou possível depois que uma vizinha conseguiu localizar Rosimeire pela internet.

“Tem horas na vida em que a gente só queria ter uma mãe ali né, pra abraçar, dar algum conselho”, diz a filha. “Agora a gente vai cuidar uma da outra”, responde a mãe.

Separação

Maria Caetano afirma que, após casar com o pai de Rosimeire, o casal foi morar em Ceilândia. Além da menina, tiveram outros dois filhos. Segundo a mãe, algum tempo após o casamento, o marido foi para São Paulo em busca de melhores condições de vida.

Um ano depois, voltou. Mas buscou apenas a filha e a levou para morar com ele. “Quando eu estava com 22 anos, ele vendeu a nossa casa e me largou na rua com dois filhos pra criar”, afirma.

Desde então, a mãe não tinha informações sobre Rosimeire. Segundo Maria Caetano, os outros dois filhos morreram ainda crianças.

“Eu não tinha nenhuma notícia da minha filha. Ninguém conseguia encontrar. Até cheguei a me perguntar se ela estaria viva ou até mesmo se eu ia morrer sem ver minha filha.”

Já Rosimeire afirma que, nesse período, o pai nem sequer falava sobre a mãe. Ela viveu com ele até os 14 anos, quando se mudou para Belo Horizonte, para trabalhar. Hoje, a filha mora no município de Vargem Bonita, em Minas Gerais.

“Só mais velha que eu fui atrás dela, mas não achei. E olha que eu procurei, viu”, conta a auxiliar de serviços gerais.

Mensagem inesperada

O reencontro só foi possível depois que uma vizinha de Maria decidiu ajudá-la a procurar a filha. Ela fez uma busca nas redes sociais por dois meses, até encontrar o perfil de Rosimeire. Então, mandou uma mensagem contando a história.

“Chegou uma mensagem de uma pessoa que eu não fazia ideia quem era. Quando eu vi o texo, a pressão subiu, me deu uma dor na nuca”, diz a filha.

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Na mensagem, a vizinha descreveu a história. Um trecho dizia:

“Estou entrando em contato com você porque estou há algum tempo à procura de uma mulher e o seu pai. E as descrições batem com você e seu pai.

Tenho uma amiga que mora aqui em frente, que se chama Maria Caetano do Nascimento, e está há muitos anos à procura de uma filha que foi registrada com o nome Rosimeire Caetano Seabra.

Há muito tempo fico pesquisando na internet pra ver se encontro algum paradeiro dessa tal de Rosimeire e agora encontrei o seu perfil. Por favor, veja se essas informações fazem sentido pra você, porque a menina era muito pequena e provavelmente não se lembra de nada.

Vi o que a Maria passou e me fala por anos dessa filha.”

Rosimeire conta que, desde o primeiro momento, acreditou na mensagem. “Todas as descrições que ela deu, a história que ela contou bateu certinho com a minha.”

Para Maria, a emoção de saber que havia encontrado a filha foi grande. “Quando a vizinha chegou com um telefone na mão falando que era minha filha, eu quase desmaiei. Ela teve que me segurar para não cair”, diz.

“Ela chorava por telefone e eu ficava: ‘Não acredito que é minha mãe, não acredito’”, afirma a filha.

Quase um mês após a primeira ligação, veio o abraço. Depois do reencontro, as duas não planejam se separar novamente. “Agora eu vou pra casa dela, em Minas e, quando eu voltar, vou colocar minha casa à venda e comprar uma lá pertinho dela”, diz Rosimeire.

TEXTO: G1 DF

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