Aos 68 anos, morreu hoje (17), no Rio de Janeiro, o artista plástico brasileiro de ascendência italiana Angelo Venosa. O escultor sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa com a qual convivia desde 2019. Venosa estava internado em um hospital particular da cidade desde o último sábado (15).
Considerado um dos grandes nomes da chamada Geração 80, Venosa destacava-se, entretanto, pela dedicação à escultura, e não à pintura, principal tendência do grupo.
Angelo Augusto Venosa nasceu no dia 14 de agosto de 1954, na capital paulista, mas mudou-se para o Rio de Janeiro em1974, onde se formou em desenho industrial pela Escola Superior de Desenho Industrial. Fez pós-graduação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Participou da Bienal de São Paulo (1987); da mostra Arte Brasileira do Século XX (1987), no Musée d’Art Moderne de La Ville de Paris; da Bienal de Veneza (1993); e da Bienal do Mercosul (2005). Em 2012, comemorando 30 anos de carreira, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) dedicou-lhe uma exposição individual que, em seguida, foi levada para a Pinacoteca de São Paulo; o Palácio das Artes, em Belo Horizonte; e o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, nom Recife. Em 2013, a Editora Cosac Naify publicou o segundo livro sobre sua obra.
Angelo Venosa tem várias esculturas públicas instaladas no país, em locais como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Jardins), o Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera), a Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz), a Praia de Copacabana/Leme, no Rio de Janeiro, Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba, e Museu do Açude, no Rio de Janeiro.
Uma das características de Venosa era a criação de peças inovadoras, usando materiais variados. Suas esculturas do início dos anos 1980 associam materiais naturais e produtos industrializados. A partir do início dos anos 1990, Venosa passou a trabalhar com materiais como mármore, cera, chumbo e dentes de animais, inclusive, o que levou suas obras a lembrarem estruturas anatômicas, como vértebras e ossos.
Sua primeira exposição individual foi em 1985, na Galeria de Arte Centro Empresarial Rio. As últimas mostras individuais ocorreram em 2021, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Edição: Nádia Franco