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MT tem 9 abortos legais e 281 mulheres vítimas de estupro em 2020

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Legenda: Foram registradas 281 ocorrências de estupro envolvendo mulheres de 18 a 59 anos.

Levantamento feito, aponta que Mato Grosso realizou nove abortos neste ano, em  mulheres vítimas de violência sexual. Os números são referentes ao período entre janeiro a agosto. A unidade autorizada a realizar o procedimento no Estado é o Hospital Universitário Júlio Müller. Neste mesmo período, conforme dados da Superintendência do Observatório de Violência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/MT), foram registradas 281 ocorrências de estupro envolvendo mulheres de 18 a 59 anos.

 

O hospital foi procurado por 12 mulheres, mas o procedimento foi realizado em nove delas porque houve impedimento quanto às demais. O aborto legal é  previsto em lei pela portaria n. 1.508, de 1º setembro de 2005.

 

As outras três vítimas, moradoras de Cuiabá e com idades entre 20 e 40 anos, só não conseguiram fazer o aborto legal por ter passado a idade gestacional permitida para o procedimento. Na unidade, uma comissão, formada por profissionais médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, anestesistas, faz todo o atendimento da mulher e avalia a situação, a história, exames, idade gestacional para então deferir ou indeferir o pedido.

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A maioria dentre as nove que conseguiram interromper a gravidez também é residente na Capital. As demais moram em Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Paranatinga e Peixoto de Azevedo. São mulheres brancas e pardas, que têm entre 18 a 32 anos, ensino médio a superior completo, que estavam com idade gestacional de até 19 semanas, por isso tiveram o pedido deferido.

 

A chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher do HUJM, Débora Prado, defende a ampliação do atendimento dessas mulheres e a desburocratização na entrada da solicitação. Ela lembra que de acordo com a portaria todos os hospitais têm a obrigatoriedade de realizar o procedimento, mas isso não acontece em Mato Grosso e todos os casos são enviados para o Júlio Müller.

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Segundo Débora, as informações “são bastante subnotificadas” e ocorrem casos de mulheres que procuram o serviço e não fazem o boletim e têm aquelas que fazem o boletim e não procuram o sistema de saúde. Sem falar naquelas vítimas que vão a um hospital, são mandadas para outro e nesse manda para um lugar, manda para outro, fazem muitas até desistirem ou passam do prazo de fazer o aborto legal.

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“Todos os hospitais deveriam se organizar para realizar esse atendimento e não é isso que acontece. Faz a paciente sair lá de outro município para vir procurar aqui, sendo que todos já deveriam estar preparados para receber essa mulher”, concluiu.

Fonte: Reporter MT

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Lucas do Rio Verde

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