CORAJOSA

Mulher troca marido por condenado à prisão perpétua nos EUA

Publicado em

De um lado, um jovem condenado à prisão perpétua por homicídio. Do outro, uma mulher 21 anos mais velha, casada, com dois filhos e uma vida aparentemente estável. Quem poderia pensar que eles pudesse formar um casal? O que parecia tão improvável acabou se concretizando.

 

 

“Em 2004, minha vida era tão monótona”, relembra Toby Dorr, de 64 anos, moradora de Washington (EUA). “Eu estava casada havia 26 anos. Como nossos dois filhos, então com 20 e 24 anos, se mudaram, simplesmente não tínhamos nada em comum”, acrescentou ela, em reportagem no “Sun”.

 

 

Algo precisava ser feito, pensou ela. Quando veio o diagnóstico de câncer de tireoide, Toby percebeu que havia chegado o momento.

 

 

Anúncio

“Queria seguir a minha paixão. Eu sempre amei animais, então decidi começar um grupo de resgate de cães, treinando filhotes abandonados e encontrando novos lares para eles”, contou a americana.

 

 

Foi quando uma penitenciária, que queria iniciar o seu próprio programa de cães, bateu à porta. A ideia era que os presos se oferecessem como treinadores de cães a fim de realocar animais.

 

 

Toby começou a trabalhar com a Lansing Correctional Facility, no Kansas.

 

 

“Eu nunca estivera em uma prisão antes, mas estava mais curiosa do que com medo. Saber que alguns homens cometeram assassinato e estupro não me incomodou. Concentrei-me em como eles tratavam os cães, não em seus passados”, relatou.

Anúncio

 

 

Sete semanas depois, um preso se aproximou de Toby. O homem que mudaria sua vida:

 

 

“John era alto, com cabelos ruivos, mas o que realmente me impressionou foi sua confiança. Ele me disse que eu precisava dele para ser meu próximo adestrador de cães. A maneira ousada com que ele falou realmente se destacou para mim. Fiquei intrigada. Ele parecia diferente dos outros presos e havia uma conexão desde o início.”

Leia Também:  Caminhada, apresentações culturais e gastronomia fecham a Semana da Mulher em Diamantino neste domingo

 

 

Um ano depois, a relação ficou mais próxima. John foi o ombro amigo quando Toby descobriu que o pai estava com grave quadro de câncer e a defendeu quando um presidiário a assediou.

 

Anúncio

 

“Ele ficou furioso, punhos erguidos e gritando. De repente, John estava lá. Senti como se ele tivesse salvado minha vida”, disse ela. O detento se tornou seu acompanhante. Logo começaram a passar seis horas por dia juntos.

 

 

“Dois meses depois, fomos acariciar um cão e nossos dedos se tocaram”, recordou. “Foi como um choque elétrico. A atração que eu sentia era quase esmagadora. Naquela noite, não consegui tirar John da cabeça. Eu tinha borboletas no peito e me senti tonta. Era como ser adolescente novamente. Então, no dia seguinte, caminhando juntos, ele disse: ‘Acho que me apaixonei por você’. Apesar de estar em uma prisão cheia de presos, parecia que éramos as duas únicas pessoas no mundo. Sim, eu era casada. Mas esse amor já tinha ido embora havia muito tempo. O fato de nosso amor ser proibido o tornou ainda mais inebriante. Quando finalmente tivemos nosso primeiro beijo arrebatado dois meses depois na sala de música, foi incrível”, declarou.

 

 

Quando John sugeriu fugir para que pudessem ficar juntos, ela disse que ele estava louco:

 

 

Anúncio

“Mas à medida que o nosso relacionamento se aprofundava, pensei: ‘Tenho que ficar com ele’.”

 

 

O presidiário sugeriu, então, que Toby o tirasse da cadeia escondido em uma van.

 

 

“Pensei: ‘Meu Deus, isso poderia funcionar!’ Eu estava tão inebriada de amor que teria feito qualquer coisa. A lógica voou pela janela”, comentou.

 

 

Toby sacou bastante dinheiro (parte dele reservado para a aposentadoria), alugou uma van com um nome falso e reservou uma cabana romântica nas montanhas do Tennessee para eles se esconderem. Toby se sentiu como se estivesse em um filme.

Anúncio

 

Leia Também:  Rádio MEC quer resgatar protagonismo com mais recursos e digitalização

 

“Muitas mulheres têm fantasias loucas. Isso era meu e eu estava realmente fazendo isso. Foi tão inebriante que não pensei no meu marido ou nos meus filhos”, afirmou.

 

 

O plano deu certo. Em 12 de fevereiro de 2006, os pombinhos chegaram à cabana reservada no Tennessee.

 

 

“O sexo era tão apaixonado que não nos cansávamos um do outro. Mas a pressão de estar fugindo nos deixou tensos. Colocamos perucas para ir ao cinema e jantar, mas não conseguíamos relaxar”, relembrou.

 

Anúncio

 

Doze dias depois, o casal foi abordado pela polícia, e começou uma perseguição. Era mais do tal filme que John dizia estar vivendo.

 

 

John recebeu mais dez anos de prisão. Toby foi condenada a dois anos e três meses de detenção.

 

 

“A vida que eu tinha antes acabou. Meus filhos e o meu marido não falaram comigo. Meu divórcio saiu um dia antes de a minha sentença começar. Mas meus pais incríveis me deram todo o apoio”, disse a americana.

 

 

Anúncio

Libertada em 2008, Toby conseguiu um emprego como web designer e conheceu Chris, com quem acabaria se casando. Em 2016, finalmente visitou John na cadeia, incentivada pelo marido.

 

 

“Dar um abraço em John naquele dia teve um poder tão curativo. Eu ainda me importava com ele e queria saber se ele estava bem. Saí muito mais leve. Agora enviamos e-mails como amigos. Agora não reconheço a mulher triste e infeliz que ajudou John a escapar da prisão. Mas eu me recuso a ter vergonha. Porque tudo o que fiz, o bom e o ruim, me tornou a mulher que sou hoje”, terminou a americana, que registrou a sua história em um livro de memórias.

COMENTE ABAIXO:
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA