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Na estrada há 3 anos, casal do RJ que mora em Kombi conhece belezas de Mato Grosso

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Imagine viver sem saber que horas são, ou que dia da semana ou do mês aponta o calendário. Assim é a rotina do casal fluminense Oseas Sales, 44, e Crystiane Machado Sales, 44, há três anos. Desde o final de 2016, quando venderam um carro, deixaram seus empregos e desmontaram a casa no interior do Rio de Janeiro, o tempo deles é contato em quilômetros dentro da Kombi onde o casal vive, apelidada carinhosamente de ‘Joaquina’. No último final de semana, eles estavam em Mato Grosso, conhecendo e divulgando as belezas de Nobres e Rosário Oeste em seu canal no Youtube, ‘Nois pelo mundo’.

“A gente descobriu que a gente ia morrer um dia e que teria que aproveitar um pouco da vida”, contou Oseas ao Olhar Conceito, após fazer um passeio no Sesc Serra Azul, convidado por um guia local, e acompanhado da equipe de lançamento do Pantanal Cozinha Brasil. Desde que saíram de casa, as aventuras são quase todas assim, na ‘parceria’. Nestas idas e vindas, a Joaquina já rodou 40 mil quilômetros.

Oseas e Crystiane já conheceram o Sul, o Sudeste e parte do Norte do Brasil. No Centro Oeste passam pela segunda vez. “A gente veio ano passado, conheceu o Pantanal, fomos até Poconé, até o Sesc Porto Cercado, conhecemos Cuiabá, a Transpantaneira, Chapada… e por conta do calor – ano passado estava muito quente – e porque a gente precisava equipar a nossa casa com o ‘resfriar’, e a gente voltou para o Sul”, lembram.
Com a Joaquina já climatizada, os dois voltaram para Mato Grosso, onde desta vez conheceram Nobres e Rosário Oeste, e querem, ainda, passar por Vila Bela da Santíssima Trindade, antes de partir para o Norte. “Tem algumas cidades aqui em Mato Grosso que a gente gostaria de conhecer, mas vai deixar para outra oportunidade por conta da chuva”, explica Oseas. “A gente vai passar numa das estradas mais perigosas do Brasil, que é a tão temida BR 319, que vai de Rondônia até Manaus. A gente vai fazer ela toda agora, e tem que ser agora, porque se chover, não dá mais pra passar”.

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Os planos futuros são: passar de três a quatro meses no Norte, aproveitar para conhecer os países fronteiriços, voltar para o litoral nordestino e descer até a Bahia. Depois, seguir rumo ao Chuí e, então, sair do Brasil, descer até Ushuaia, e subir até o Alaska. “Mas tudo pode mudar”, confessam. “Pode acontecer um Plano B. Nossa viagem muda de uma hora para outra… vai que quando a gente estiver no Nordeste, já é perto da Europa, a gente embarca a Joaquina num navio e vai? A gente não tem nada definido. Nós mudamos nosso estilo de vida para não ter horário”.

Investimento

Para sair pelo mundo, Crystiane deixou dois empregos como professora de ensino infantil, onde era concursada, e Oseas, que era empresário, deixou o próprio negócio. Eles investiram R$35 mil de um carro que venderam, mais R$20 mil, que estavam guardados, em equipamentos para a Kombi. A montagem completa dela, no entanto, veio com o tempo, por meio das amizades e parcerias que encontraram no caminho.

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Para pagar a gasolina, alimentação e os passeios, os dois contam com o aluguel da casa em que viviam no Rio de Janeiro, e mais alguns alugueis. “Não são muitos, mas é o suficiente”, garantem. “É uma viagem muito barata. A gente tem o objetivo de passar para as pessoas que não precisa de muito dinheiro para poder viajar. E a gente até aproveita nas nossas redes sociais para mostrar isso”.
O casal tem dois filhos, de 22 anos, que ficaram no interior do Rio de Janeiro, fazendo faculdade. A saudade, segundo eles, é a pior parte. “Deixamos a família para trás… [mas] a melhor parte é que a gente está sempre fazendo uma família nova, conhecendo pessoas novas e lugares novos”, finalizam.
Olhar Direto

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