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Na Venezuela, venda de carne podre e cadáveres que explodem por falta de eletricidade em necrotérios

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Nas bancas onde esse produto pouco convencional está disponível, o cheiro é forte e há muitas moscas.

Mas as pessoas realmente compram e comem carne podre? “Sim, o que mais podem fazer? É mais barato”, explica o vendedor.

Um quilo de carne chega a custar um terço do salário mínimo venezuelano, de atualmente cerca de US$ 30 (R$ 111,54). A carne podre custa 1%. A carne está apodrecendo por causa de problemas na infraestrutura da Venezuela.

“Falta luz aqui dez vezes por dia, às vezes por horas seguidas. No dia seguinte, os produtos estão em más condições”, diz o comerciante Manuel. Os cortes de energia constantes são alvo de manifestações frequentes.

Nem aqueles que morrem escapam da crise. Necrotérios têm dificuldade para manter os corpos refrigerados.

“Tenho dois ou três corpos que ficam expostos assim toda semana”, diz Wilfredo, funcionário do necrotério.

“Os corpos apodrecem a ponto de chegarem a explodir.”

A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo conhecidas – e a maioria delas está em Maracaibo.

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Mas o país vive uma recessão desde 2014, com inflação galopante e escassez de produtos básicos. O presidente Nicolás Maduro culpa a “guerra econômica” imposta por seus oponentes.

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No poder desde 1999, o grupo de Hugo Chávez – morto em 2013 e substituído no poder por Maduro em uma eleição realizada no mesmo ano – adotou medidas econômicas que levaram o país à escassez de alimentos, à hiperinflação e ao colapso dos serviços públicos.

As críticas internacionais ao chavismo na região esbarraram, muitas vezes, no apoio de governos alinhados ao projeto — como setores do próprio PT, no Brasil, que ainda manifestam apoio ao governo de Maduro, mesmo que seu candidato à Presidência, Fernando Haddad, tente se distanciar da questão.

Neste contexto, os lixões se transformam em uma fonte de comida para aqueles que vivem na pobreza extrema.
Hospitais também são afetados – equipamentos e camas estragam bem ao lado das enfermarias. Não há dinheiro para consertá-los. Do lado de fora, há enormes pilhas de lixo hospitalar, inclusive agulhas.

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Maria Eugenia tem câncer de mama e está prestes a passar por uma cirurgia. Ela precisa obter tudo que é necessário para o procedimento: agulhas, drogas e até luvas. Ela terá de se recuperar em um local onde a temperatura pode chegar a 40ºC. Ela não tem outro lugar para ir.

 

 

 

FONTE:R7

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Lucas do Rio Verde

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