Um animal é considerado “Em Perigo” (EP) quando as melhores evidências disponíveis indicam que ele corre risco muito alto de extinção na natureza, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Considerando a extensão da costa brasileira, o número de indivíduos da espécie é considerado muito pequeno.
Historicamente, o peixe-boi marinho vivia em uma área da costa brasileira que começa no Espírito Santo e sobe ao norte até o Amapá. Mas, atualmente, ele já está extinto no Espírito Santo, Bahia e Sergipe.
Restam ao animal a faixa entre Alagoas e Amapá, mas com áreas de descontinuidade, nas quais não se encontram mais registros do animal (veja no mapa abaixo).
Esses locais são justamente os que apresentam índice maior de poluição da água, assoreamento dos rios e densidade populacional (onde a poluição piora), além de grande fluxo de embarcações, o que também contamina a água por causa do óleo de motor.
Alagoas é uma das áreas de ocorrência atual da espécie, graças ao trabalho da Área de Preservação Ambiental (APA) Costa dos Corais, do ICMBio, em Porto de Pedras, litoral norte do estado. Desde a década de 1980 a unidade realiza ações de resgate, monitoramento, reabilitação e soltura de peixes-boi ao longo do litoral do Nordeste do Brasil.
O primeiro sítio de soltura, e o único atualmente em atividade no Brasil, está localizado ali. O local foi escolhido porque Alagoas funciona como um corredor para conectar as populações da região Nordeste entre o sul da Bahia e o Ceará.
Desde 1994, o programa Peixe-boi resgatou e soltou 46 indivíduos.
Ações para reverter o quadro
A criação em cativeiro é uma das medidas do projeto para evitar novas quedas no número de indivíduos da espécie. Mas, segundo o coordenador do Projeto Peixe-Boi, é preciso conscientizar a população que, seja pela caça, pela poluição ou pela interação dos banhistas, tem representado os maiores perigos para a sobrevivência do Trichechus manatus.
“Com muita conscientização de que a espécie é importante tanto para o ambiente como para nós, dá tempo de reverter a extinção do peixe-boi”, explicou o pesquisador, ressaltando que a educação ambiental nas escolas e o envolvimento das comunidades em ações de preservação são “essenciais” para que o objetivo seja atingido.
“Quanto mais a sociedade se sensibiliza e conhece a espécie, maiores as chances de ela não ser extinta”, conclui Pitágoras.